Entre achados, salão de culto em Laodicéia e cidade onde Pedro nasceu
Os arqueólogos do Projeto de Peneiração do Monte do Templo, em Jerusalém, encontraram um pequeno selo de argila, com letras ainda visíveis após 2,6 mil anos. Os especialistas disseram que o achado reacendeu o interesse por um dos períodos mais emblemáticos da história da antiga cidade, já que o objeto traz o nome Asayahu, versão antiga de Asaías, servo de confiança do rei Josias, que governou o Reino de Judá no século 7 a.C. “É apenas a segunda vez que achamos um selo com uma inscrição tão completa”, afirmou o arqueólogo Zachi Dvira, codiretor do projeto, em entrevista ao The Times of Israel.
É possível ler a inscrição no hebraico antigo dizendo “Pertencente a Yedayah, filho de Asayahu”. O sufixo yahu, comum naqueles tempos, apontava a conexão do nome com Deus. Os especialistas ressaltaram que esse tipo de selo reforça a hipótese de pertenceu a um personagem com cargo relevante, ligado à administração do Templo ou ao tesouro real. O artefato foi identificado enquanto o arqueólogo Mordechai Ehrlich investigava vasilhas com ossos peneirados cerca de dois anos atrás. O estudioso percebeu a cor e textura diferenciada de um dos objetos. Ehrlich concluiu que se tratava de um objeto de argila com marcas visíveis. A equipe utilizou uma técnica especial de fotografia chamada de Transformação de Reflexão (RTI), que permitiu visualizar detalhes com diferentes tipos de iluminação.
Ainda em Jerusalém, arqueólogos descobriram um muro de cerca de 11 metros que estruturou o Tanque de Siloé, onde Jesus curou um cego na cidade santa. A estrutura fazia parte de um sofisticado sistema hidráulico que canalizava a água da Fonte de Giom para o tanque ou a piscina como também é conhecida a construção. Os arqueólogos utilizaram o método de carbono para calcular a datação da estrutura. Eles confirmaram que o muro foi construído pela primeira vez há cerca de 2,7 mil anos, no século 8 a.C. O relato bíblico indica que a construção se estendeu durante o reinado de Ezequias, conforme citado em 2 Reis 20.20. A descoberta fazia parte de uma barragem. Possivelmente, o Tanque de Siloé foi escorado pela parede da represa. “A exposição da maior barragem já encontrada em Israel, no coração da antiga Jerusalém, é uma evidência tangível da força do Reino de Judá e da criatividade de seus reis em lidar com os desafios naturais e ambientais”, disse o diretor de escavação, Itamar Berko, da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Na Península do Sinai, foi divulgada uma nova leitura de inscrições de cerca de 3,8 mil anos pelo rabino israelense Michael S. Bar-Ron encontradas em uma mina de turquesa nessa região desértica. O religioso afirma que os achados mencionam o nome de Moisés, libertador de Israel da escravidão egípcia. Os registros foram escritos em proto-sinaítico, um dos mais antigos de escrita alfabética e que já haviam sido alvo de diversas tentativas de tradução.
O rabino contou com o auxílio de imagens em alta resolução e tecnologia 3D, e afirma ter conseguido observar expressões como “Este é Moisés” e “Uma declaração de Moisés”. Bar-Ron disse que as inscrições podem ter sido feitas pelo próprio líder hebreu. Apesar disso, a hipótese divide especialistas. O egiptólogo Thomas Schneider, da Universidade da Colúmbia Britânica, qualificou a interpretação como “enganosa”, todavia outros especialistas argumentam que “Moisés” era um nome comum no antigo Egito, surgindo em documentos e processos legais daqueles tempos. Mesmo diante das críticas, a nova interpretação chama a atenção por sugerir a primeira evidência material ligada a Moisés e um texto pontual atribuído a uma figura relevante na história de Israel e na tradição bíblica.
Outra descoberta notável aconteceu na Ilha Sir Bani Yas, em Abu Dhabi, em que os arqueólogos descobriram uma cruz feita de gesso com 1,4 mil anos nas ruínas de uma igreja e mosteiro. Os especialistas disseram que o objeto contribui para o entendimento dos historiadores acerca da difusão do Cristianismo nos séculos 7 e 8. Os pesquisadores sugerem a existência de um evoluído assentamento cristão na época do desenvolvimento islâmico na região e a existência de tradições pagãs naqueles tempos.
Arqueólogos israelenses, liderados pelo professor Mordechai Aviam, do Kinneret College, disseram ter encontrado a cidade de Betsaida, local do nascimento do apóstolo Pedro e cenário de vários milagres elencados no Novo Testamento. Os vestígios foram encontrados após um incêndio florestal de três dias no sítio arqueológico em El-Araj, na margem norte do Mar da Galileia. “O incêndio nos ajudou muito a entender o local. Após o acidente, realizamos uma vistoria no terreno e constatamos que o local era muito maior do que imaginávamos.
Identificamos vestígios de casas particulares, bem como elementos arquitetônicos típicos de edifícios públicos, incluindo tambores de pilares, dois capitéis coríntios, dois capitéis dóricos e várias cornijas”, disse o arqueólogo, que também dirige o Instituto de Arqueologia da Galileia no Kinneret College. Apesar dos indícios, o arqueólogo economiza nos comentários quanto à descoberta.
Encontraram na cidade de Laodicéia um salão de conselho romano com esculturas ligadas ao culto cristão primitivo. A descoberta foi publicada pela Agência Anadolu. A cidade está localizada na província turca de Denizli. A cidade é mencionada nas páginas da Palavra de Deus, incluindo o livro do Apocalipse: “O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia” (Apocalipse 1.11). O evento acontece após outras descobertas arqueológicas: uma criança israelense encontrou um amuleto antigo em Tel Azeka, uma colina mencionada no livro de Samuel; e arqueólogos encontraram evidências de um antigo jardim na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
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