E o Eterno criou o tempo - Primeira parte

E o Eterno criou o tempo (Primeira parte)


Embora não seja um livro de ciências, a Bíblia oculta insondáveis tesouros científicos. A Palavra de Deus esconde revelando o que os cientistas, desde Babel, afadigam-se em investigar. Em Gênesis, por exemplo, narra Moisés como o tempo veio a existir. A maravilha do texto sagrado não reside propriamente no que diz, mas no que deixa de dizer. Numa linguagem bela e simples, porém jamais simplista, o autor sagrado parte de um pressuposto básico (a existência de Deus) para magistral e implicitamente concluir: somente o Eterno poderia criar o tempo. Aliás, até a própria eternidade é criação sua (Isaías 9.6).

Sim, a Bíblia não é um livro de ciências. Se estas investigam para nem sempre concluir, aquela revela para eternamente redimir. As ciências aplicam a lógica; a Bíblia, a persuasão do Espírito. O objetivo das Sagradas Escrituras, por conseguinte, é manifestar o conhecimento redentivo do Deus Único e Verdadeiro. Um conhecimento que avança além das fronteiras da ciência. Se esta não pode ignorar os seus limites, aquele nem pelo infinito pode ser limitado. Por isso exorta-nos o profeta Oséias: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséias 6.3).

A ciência não é uma divindade; é uma serva daquEle que, em sua obra, segredou-lhe possibilidades e realizações. Que ela se ponha a descobrir, humildemente, o que Deus em sua sabedoria encobriu.

I – A criação do tempo

A eternidade precede o tempo; o tempo, o espaço. Depreende-se tal postulado das palavras iniciais do Gênesis. Logo, é-nos permitido abrir este outro hipertexto: “No princípio, o Eterno criou o tempo”. A partir daí, pôs-se o tempo a correr linearmente segundo os decretos e desígnios do Criador. O que dirá a Física? Que isso é impossível? Todavia, para o Deus que, através de sua palavra, trouxe o mundo à existência, nenhuma impossibilidade existe no âmbito de sua obra: “Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmos 33.9).

Não houvera o tempo precedido o espaço, o continuum espaço-tempo (ou continuum tempo-espaço?) não existiria.

Tendo em vista as maravilhas da criação de Deus, ou melhor: tendo em vista as maravilhas do Deus da criação, nenhum cientista é capaz de responder a esta pergunta: “Como foi possível a criação do tempo?” Segundo se pensava, o tempo é eterno como eterna é a matéria. De conformidade, porém, com a cosmogonia bíblica, nem o tempo nem a matéria são eternos. Somente o Criador, e não a criação, detém o atributo da eternidade: “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmos 90.2). Nesse sentido, como definir o tempo se este teve um início e não deixará de ter um fim?

II – O tempo e a eternidade

Se a eternidade não precisa do tempo para ser eternidade, o tempo carece tanto de si quanto da eternidade para ser tempo. À eternidade desenrola-se em eternidade (Daniel 2.20). O tempo divide-se em segundos e minutos, dias e meses, séculos e milênios. Tais frações, entretanto, nada são diante de Deus. Quando Moisés afirma que mil anos para o Senhor são como um dia, não faz nenhuma metáfora. Deixa Ele bem claro que, diante de Deus, o tempo não arruma tempo para ser tempo. Para Ele o ontem, o hoje e o amanhã são a mesma coisa. O Eterno não precisa de tempo; seu Filho é o Pai da Eternidade (Isaías 9.6).

O tempo, segundo a teoria da relatividade de Albert Einstein, é uma quarta dimensão do continuum espaço-tempo do Universo, formado por três dimensões espaciais e uma temporal. Noutras palavras, o tempo e o espaço tridimensional são concebidos em conjunto como se fossem uma variedade de quatro dimensões: o espaço-tempo. Neste, um ponto recebe a designação de acontecimentos.

III – Entendendo o tempo

Se para entender o tempo recorremos às ciências exatas, como nos haveremos diante da plenitude dos tempos? Deus fez com que o tempo e O espaço, com todas as suas dimensões, convergissem para a realização do maior evento já registrado pela história: a encarnação de seu Unigênito (Efésios 1.10; Gálatas 4.4). Isso demonstra que Deus está no comando do espaço-tempo. As leis físicas e temporais foram criadas e por Ele mantidas, segundo o seu infinito e eterno propósito.

De acordo coma física moderna, a viagem no tempo é possível desde que se consiga imprimir, numa espaçonave, a velocidade da luz. Vencida essa impossibilidade, seria uma jornada ao futuro e nunca ao passado. Os profetas, todavia, realizaram tal façanha. Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, viajou em espírito para o passado, e escreveu a gênese dos céus e da terra. João pelo mesmo Espírito avançou milênios e antecipadamente escreveu o último capítulo da história, mostrando o término do hiato que se chama tempo, inaugurando um novíssimo capítulo da eternidade: a Igreja na Jerusalém Celeste ao lado do Cristo de Deus.

Deus não se limitou a criar o tempo; administra-o e no-lo concede (Apocalipse 2.21). Esta concessão é feita por aquEle que, além do tempo, galardoa-nos com a própria eternidade. Nesse caso, o tempo não é uma mera sucessão de dias; é um dom do amor de Deus: “Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2 Coríntios 6.2).

Conclusão

Prezado amigo, o Deus que criou o tempo quer conceder-lhe agora a vida eterna. Eis como o Cristo dirigiu-se ao Pai, intercedendo por você e por mim: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17;1-3).

Que maravilha do amor de Deus! Apesar de estarmos inseridos numa contingência temporal, o Senhor oferece-nos gratuitamente, em Cristo Jesus, a vida eterna. Na busca pelo Eterno, não percamos o tempo da oportunidade.

por Claudionor de Andrade

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