Discernindo as falsas manifestações divinas


São alarmantes as declarações de alguns cristãos de hoje, que expressam a falta de crédito deles em relação a certas manifestações espirituais. Em tempos passados, os mesmos que professavam, com veemência, a plena confiança nas manifestações (que observaremos daqui a pouco) agora estão meio duvidosos. Ora, a nossa fé deve estar em tudo aquilo que concerne ao Espírito de Deus e não meramente à emoção.

Muitos transtornos têm ocorrido por falta de amadurecimento espiritual de muitos cristãos. Vejamos neste momento duas, entre tantas manifestações espirituais, que, infelizmente, encontram-se no rol da descrença: as revelações e as profecias, devido a várias decepções. Verifiquemos essas duas manifestações à luz das Sagradas Escrituras, despertando o discernimento espiritual, pois precisamos saber quando essas manifestações provêm de Deus ou não.

Meditemos inicialmente nas seguintes palavras fortes e seguras do apóstolo Pedro, escritas na sua Segunda Carta: “Pelo que não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade. E tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações. Mas também eu procurarei em toda a ocasião que depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas”, 2 Pedro 1.12,13,15.

O que está acontecendo hoje, na verdade, é que alguns “vasos” estão, sinceramente, abusando dessas manifestações bíblicas procedendo — enganosamente, indo após seus pensamentos e/ou emoções. Pois, ao invés de se deixarem usar por Deus, estão “usando-O” para promover-lhes a fama. Isso decorre de sua imaturidade espiritual.

À luz da Bíblia, o culto cristão é caracterizado também por manifestações espirituais genuínas: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem línguas, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”, 1Co 14.26. O fator descrença em relação a revelações e profecias entre alguns ocorre por causa das meninices tanto daqueles que simulam essas manifestações como daqueles que são alvos delas, não discernindo se a mensagem recebida vem ou não da parte de Deus ou de outra fonte.

Sabemos que “Deus não é Deus de confusão”, porque nEle não existe “sombra de variação”. Creio que Deus pode revelar ao pregador, durante a mensagem, a enfermidade de alguém e curar essa pessoa durante o culto. Porém, há pregadores que mentem, chamando à frente pessoas para dizer-lhes que estão com uma enfermidade que não têm. É algo vergonhoso. Imagine, então, quando uma das pessoas chamadas à frente é um não crente! Se alguém que me lê, em um momento de fraqueza, chegou a praticar esse tipo de coisa, arrependa-se e observe o que o texto de 2 Timóteo 2.21 nos declara: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra”.

Notemos que o Espírito Santo revelou ao apóstolo Paulo no tocante à questão de revelações que as mesmas devem promover edificação (1 Coríntios 14.26). Portanto, a primeira coisa a considerar é: Será que as revelações que estão acontecendo nas nossas reuniões são confirmadas por esse elemento destacado por Paulo — edificação? Ou será que estão trazendo confusão e frustração?

Não se pode viver por toda a vida como um menino no entendimento. O que queremos: Ser adultos ou meninos no entendimento? Quem decidirá isso somos nós.

O apóstolo Paulo assim redigiu sobre esta questão de maturidade cristã: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”, 1 Coríntios 13.11.

Adentremos, agora, na segunda manifestação que se encontra no rol da descrença: profecia.

Creio na profecia vinda da parte de Deus, como também manifesto meu desprezo à profecia produzida pela mente humana ou diabólica. Por isso, é grande valia e necessidade em nossos dias a transmissão do ensino quanto ao uso do dom de profecia no seio da congregação dos santos.

Já ouvi imaturos na área da profecia costumeiramente dizem: “Não fale contra esse mistério, que é de Deus, pois você pode se queimar ou morrer”. Essa expressão equivocada e outras semelhantes têm se tornado um slogan de defesa dessa gente. É preciso mostrar ao povo a realidade dos factos à luz da Palavra de Deus. A Escritura Sagrada nos recomenda a ação julgadora em relação às profecias (1 Coríntios 14.29) e declara ainda que “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Coríntios 14,32).

Todo cristão deve aprender a se comportar quando alguém estiver profetizando, prestando total atenção nas palavras enunciadas para que, dessa forma, possa analisar se existe na profecia concordância com a Bíblia. Uma profecia nunca pode contrariar a Bíblia.

Sabemos que, infelizmente, existem cristãos que saem por aí à procura de “profetas”, buscando receber respostas aos seus diferentes anseios, e com isso nem atentam para o que esses “profetas” dizem, se condiz com a Bíblia ou não. Além disso, crente não deve viver atrás de profetas. Quem sai à procura de profecias demonstra que seu entendimento e conhecimento bíblicos estão, urgentemente, precisando de um verdadeiro ajustamento doutrinário. É inacreditável o número de vidas que sofrem amargamente as consequências dessas supostas profecias.

O Senhor Deus declara sua contrariedade acerca daqueles que profetizam abusivamente usando Seu nome e transtornando vidas por completo mediante suas “profecias”, que não têm nenhum fundamento bíblico. Você conhece alguém que sofre ou sofreu por ter ouvido e acreditado em uma falsa profecia? Certamente que sim.

Quando lemos o livro do profeta das lágrimas, Jeremias, encontramos algumas declarações contundentes de Deus acerca de tais “profetas baratos”. Vejamos algumas dessas declarações: “Portanto, eis eu que sou contra os profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro. Eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que usam de sua língua, e dizem: ele disse. Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com suas leviandades”, Jeremias 23.30-32.

O Senhor Jeová bradou por intermédio do profeta Jeremias afirmando que não os enviou, nem lhes deu ordem para proferirem palavras que não trazem proveito nenhum (23.32b).

A profecia verdadeira tem três finalidades, conforme 1 Coríntios 14.2: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação”. Observe mais uma vez que a relação das coisas espirituais é basicamente relacionada com a edificação. Romanos 13.13b,19 diz: “Antes seja vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo. (...) Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação”.

A Igreja deve buscar o dom de discernimento de espíritos urgentemente nestes últimos dias.

por Silvio Vinicius Martins

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