O corpo humano tem inigualável relevância, pois, através de
sua estrutura física única, serve para glorificar o Criador por Sua sabedoria e
poder, e para que o ser humano tenha contato com o mundo exterior
No que se refere à criação do homem, é importante ressaltar que foi Deus quem o criou e que saber a forma como isso se deu é indispensável para que se conheça o propósito de nossa existência, como bem afirmou Jacó Armínio: “Assim foi criado o homem, para que pudesse conhecer, amar e adorar o seu Criador, e viver com Ele para sempre, num estado de bem-aventurança. Por este ato de criação, Deus exibiu, de maneira manifesta, a glória da Sua sabedoria, bondade e poder” (1)
A expressão “Assim foi criado o homem” feita por Armínio, resulta numa questão central: “Assim como?”. E esta questão pode ser respondida sob dois aspectos: 1) o processo – leia-se o método – pelo qual Deus criou o homem; 2) a constituição do homem, isto é, a sua estrutura. Além disso, o texto supracitado sublinha o fato de que a constituição da criação humana é condição para que o homem cumpra o propósito de sua existência; quer dizer, Deus deu ao homem todas condições necessárias para amar, adorar e servir a Deus.
O homem se distingue dos demais seres criados por Deus, e isso se dá por diferentes razões, dentre as quais se destaca a sua dupla constituição, isto é, a sua estrutura material e imaterial (Gn 2.7). Em sua Teologia Sistemática, o teólogo Norman Geisler afirma que “a natureza dos seres humanos inclui a sua dignidade” e, com base no texto de Salmos 8.5, ele destaca que “a humanidade é uma criação especial de Deus”. (2)
O ser humano traz em si elementos de natureza terrena e espiritual, cujas dimensões se dividem em visíveis e invisíveis, razões pelas quais compreender a constituição humana se torna uma tarefa ainda mais desafiadora e complexa. Diante disso, este artigo tem como objetivo refletir sobre a dimensão visível da constituição do homem, ou seja, o seu corpo físico, ou a sua parte material, começando com o que a Bíblia ensina sobre: 1) a criação do homem e a sua estrutura; 2) o corpo humano, as suas funções e a sua importância; 3) a aplicação das lições bíblicas sobre o corpo humano.
Que, ao final dessa reflexão, Deus seja glorificado. Afinal, todas as coisas foram criadas para a Sua glória, inclusive o corpo humano.
A criação do homem e sua constituição
Indiscutivelmente, o homem é um ser especial e que ocupa uma posição de destaque na galeria da criação divina. A área do conhecimento que estuda o homem é a Antropologia, termo de origem grega que, em linhas gerais, se encarrega de estudar o homem em sua totalidade; e no caso de uma perspectiva bíblica, ela se debruça a analisar o que a Palavra de Deus registra sobre a sua origem, a sua constituição, o seu propósito, a sua atual condição e o plano de Deus para ele.
No que se refere à criação e à constituição humana, a Bíblia indica Deus como o idealizador e o criador do homem (Gênesis 1.27). Evidentemente que a Escritura coloca o homem como uma criação especial de Deus. Afinal, o homem foi criado (do hebraico bara – criar algo novo), formado (do hebraico asah – preparado) e moldado (do hebraico yatzar – modelar). Além disso, em toda a Bíblia é possível perceber uma reafirmação de que o homem foi criado por Deus (Gênesis 2.7; 5.1,2; 6.7; Deuteronômio4.32; 43.1,7; 45.12; Romanos 9.20; 1 Coríntios 15.45; Colossenses 3.10; 1 Timóteo 2.13; Tiago 3.9).
A Bíblia afirma que Deus criou o homem “à sua imagem e semelhança” (Gênesis 1.27) e isso tem servido de base para muita discussão; e dentre as diferentes formas de interpretar essa verdade encontra-se a que defende que a imagem e a semelhança de Deus podem ser notadas no trino ser do homem: corpo, alma e espírito. Aqui diz respeito à constituição humana, quer dizer, como Deus constituiu o homem ao criá-lo. Acerca disso, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil vaticina que: “...o ser humano é constituído de três substâncias, uma física, corpo, e duas imateriais, alma e espírito... Essa doutrina é chamada tricotomia... A natureza humana consiste numa parte externa, o corpo ou a carne, chamada ‘homem exterior’, e uma parte interna, denominada ‘homem interior’, composta do espírito e da alma”. (3)
Diante do exposto, afirma-se que o homem é uma criatura idealizada e criada por Deus e que está assim constituído: 1) parte material (corpo); 2) parte imaterial (espírito e alma). Partindo do princípio de que tanto a parte material como a parte imaterial da constituição humana originam-se de Deus, este artigo se propõe a analisar especificamente a parte material, buscando identificar o que a Bíblia ensina a respeito do corpo humano, acerca de seu propósito, de sua importância e quais são – e devem ser – as implicações práticas dessa doutrina bíblica.
A doutrina bíblica sobre o corpo
De início, se mostra necessária uma apresentação da necessidade e da importância do corpo humano, haja vista que alguém pode questionar por qual motivo Deus constituiu o homem de um corpo físico, com qual finalidade. A este respeito, o pastor e teólogo J. I. Packer oferece a seguinte explicação: “O corpo pertence à imagem, não diretamente, uma vez que Deus, como notamos antes, não possui um corpo, mas indiretamente, visto que as atividades divinas de exercer domínio sobre a criação material e demonstrar afeição a outros seres racionais tornam nossa corporificação necessária. Não há vida humana plena sem um corpo funcional, quer aqui ou na vida futura. Essa verdade, implícita em Gênesis 1, tornou-se explícita na encarnação e na ressurreição de Jesus Cristo: como imagem verdadeira de Deus em Sua humanidade, bem como em Sua divindade. O Senhor Jesus Cristo glorificado é corporificado por toda a eternidade, exatamente como serão os cristãos”. (4)
Quanto à sua formação, a Bíblia informa que o corpo humano foi feito do “pó da terra” (Gênesis 2.7); e de acordo com as palavras de Lewis Sperry Chafer, “isto é verdade”, fundamentando a sua declaração nas palavras de uma autoridade científica que “afirma que 16 elementos do solo estão representados no corpo humano”. 5 Quanto ao seu destino, em um primeiro momento, a Bíblia declara que o corpo humano, em um primeiro momento, não terá um fim diferente de sua origem, conforme Eclesiastes 12.7: “...e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus que o deu”.
Assim como outras áreas da doutrina bíblica, o Antigo Testamento não se priva em abordar o tema do corpo humano, cujos pontos principais são: 1) não há muito interesse na condição do homem pós-vida (Salmos 6.6; 115.17; Isaías 38.18); 2) a Torá prevê bênçãos ou maldições no corpo (Levíticos 26; Deuteronômio 28); 3) boa parte da lei diz respeito ao corpo (Êxodo 13.9; Deuteronômio 6.8; Levíticos 17.15; 19.19; Deuteronômio 22.5,11; Levíticos 19.27; Levíticos 13; Deuteronômio 23.13; Deuteronômio 22.6; Deuteronômio 1.12-15). Além destes pontos, encontram-se a origem do corpo humano, que já foi exposta anteriormente e o seu destino, e que, nesse caso, pouco é falado.
Já em todo o Novo Testamento, é possível encontrar uma ampliação acerca do corpo humano, inclusive – e mui especialmente – no ministério de Jesus, de duas formas pelo menos: 1) as muitas curas físicas e as ressurreições operadas por Jesus são uma clara demonstração do valor do corpo humano; 2) os ensinamentos de Jesus demonstram o seu interesse pela valorização do corpo (Mateus 5.29,30; 25.31-46). A igreja cristã dos séculos 2 e 3 se viu forçada a elaborar uma defesa acerca da doutrina bíblica do corpo, haja vista, que sob a influência do gnosticismo e do platonismo, (6) bases da fé cristã, como a humanidade de Cristo e a própria santificação do corpo, estavam sob forte ataque. Logo, muitos dos principais Pais da Igreja trabalharam a doutrina bíblica sobre o corpo humano, tomando como base os ensinamentos do Novo Testamento.
Em um olhar estritamente neotestamentário, é possível perceber que, para Paulo, o corpo que morre serve como semente e é por ele chamado de “corpo em corrupção”, enquanto o que ressuscita é por ele tratado como corpo “em incorrupção” e “corpo espiritual” (1 Coríntios 15.36,42,44). Aqui é preciso colocar em relevo o pensamento de Paulo acerca da “carne”, pois a compreensão disso favorecerá o entendimento de parte importante da doutrina do corpo humano. Nesse sentido, o apóstolo trata sobre esse assunto em suas cartas aos Romanos, Coríntios e Gálatas, e é nesta última que é possível perceber a sua ideia de forma bem consolidada, na qual encontram-se três formas de abordagens: 1) o ponto de vista humano representado pela carne e o sangue; 2) a doença representada pela fraqueza da carne (Gálatas 4.13); e 3) a relação da carne a uma vida de pecado (Gálatas 3-4). Portanto, somando as informações supracitadas, conclui-se que o corpo, embora afetado pelos efeitos do pecado, todavia, como criação de Deus, não é mau em si. Afinal de contas, o próprio Senhor Jesus teve um corpo e a Sua ressurreição não o anulou, conforme se lê nas palavras de Norman Geisler: “A palavra carne (em hebraico, basar e em grego, sarx), ao se referir a um ser humano físico, quase sempre inclui a sua dimensão exterior, feita de matéria. Como já vimos, Jesus disse: ‘Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois, um espírito não tem carne nem ossos, como vedes eu tenho’ (Lucas 24.39). A mesma palavra é também utilizada para descrever a ressureição do corpo em Atos 2.31: ‘Nesta previsão, [Davi] disse da ressurreição de Cristo [no Salmo 16], que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção’”. (7)
Uma vez que o corpo humano foi idealizado e criado por Deus e partindo do princípio de que tudo o que Deus faz é bom (1 Timóteo 4.4), não se pode afirmar que o corpo é mau, pois seria contrariar a natureza do Criador e o próprio ensino bíblico a esse respeito. O princípio do descanso, apresentado por Deus, aponta – além de outras lições – para o seu cuidado para com o corpo humano (Êxodo 34.21).
Uma vez que ficaram claros a importância e o valor do corpo humano, se faz necessário atentar para outras informações relevantes que a Bíblia fornece a seu respeito, como se vê: 1) o corpo é um tabernáculo habitado pelo ser real (2 Coríntios 5.1; 2 Pedro 1.14); 2) ao ser ressuscitado, o homem receberá um novo corpo, mas que manterá relação com o natural (Lucas 24.39; João 20.27; 1Co 15.44); 3) o corpo do crente serve como templo e lugar de habitação do Espírito Santo (1 Coríntios 6.19,20); 4) uma vez dedicado ao Senhor e à Sua vontade, o corpo humano é tratado como sacrifício vivo e agradável a Deus (Romanos 12.21); 5) no Tribunal de Cristo, o crente será julgado com base nas obras realizadas por meio do corpo (2 Coríntios 5.10); 6) o corpo humano reflete em si a imagem de Deus já agora, e os remidos receberão um corpo glorificado semelhante ao de Cristo (1 Coríntios 15.45-49).
Com vistas a recapitular o que foi abordado, concluir esta parte e fundamentá-la firmemente, atente para a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil: “O corpo é o invólucro do espírito e da alma. É a parte física, o homem exterior, que se corrompe, ou seja, envelhece e é mortal. O homem é carne como criatura perecível: ‘Porque toda a carne é como erva’ (1 Pedro 1.24). Rejeitamos a ideia de ser o corpo a prisão da alma e do espírito ou de ser inerentemente mal e insignificante, pois ele é templo do Espírito Santo e templo de Deus, uma vez que o Espírito Santo habita em nós. O corpo é importante, pois Deus o ressuscitará: ‘Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção’ (1 Coríntios 15.42)”. (8)
Diante do que foi visto até aqui, constata-se a necessidade de se ter um cuidado especial com a forma de se relacionar com o corpo humano, pois o que o homem plantar, isso ele colherá (Gl 6.7-8). Portanto, espera-se que a doutrina bíblica do corpo humano resulte em lições práticas, positivas e atuais.
Lições atuais a partir da doutrina bíblica do corpo humano
Uma vez que o objetivo desse artigo é apresentar o que a Bíblia Sagrada ensina sobre o corpo humano e como esse ensinamento pode – e deve – influenciar a vida das pessoas na atualidade, este terceiro ponto se encarregará de apresentar três áreas a receberem essa tão necessária influência.
Em primeiro lugar, a Bíblia aponta para a importante necessidade de cuidado com o corpo, mui especialmente no que se refere à sua saúde, e isso pode ser visto a partir das seguintes verdades bíblicas: 1) Jesus curou muitos enfermos (Atos 10.38); 2) Paulo advertiu Timóteo a ter um cuidado especial com – e a que combatesse um problema em seu – estômago (1 Timóteo 5.23); 3) o apóstolo João desejou que Gaio tivesse saúde (3 João 1,2). Em segundo lugar, a Bíblia ensina sobre o compromisso do crente com a santificação, que inclui – evidentemente – o seu corpo (Romanos 8.13; 12.1,2; 1 Coríntios 6.11,19,20; 2 Coríntios 3.18; Efésios 4.22-24; 1 Tessalonicenses 5.23; Hebreus 13.20,21).
Em terceiro lugar, o corpo humano deve ser um instrumento de adoração a Deus, isto é, ele deve glorificar a Deus. As convocações bíblicas para que o homem se entregue a Deus sempre envolvem o corpo como parte dessa entrega. Isso pode ser notado em várias referências bí blicas, das quais destacam-se duas: 1) replicando uma ordem divina do antigo Testamento (Deuteronômio 6.5), Jesus admoestou Seus discípulos a amarem a Deus com o coração (emoções), com a alma (personalidade) e com as forças, numa clara demonstração do compromisso do homem em honrar a Deus com o seu corpo (Lucas 10.27); 2) o apóstolo Paulo rogou para que os irmãos em Roma apresentassem os seus corpos como sacrifício aceitável diante de Deus (Romanos 12.1), sublinhando ainda mais a função do corpo de glorificar a Deus.
Portanto, fica claro que pelo corpo se glorifica a Deus por meio de sua manutenção e de sua santificação, mesmo porque o crente é chamado a glorificar a Deus em tudo o que faz (1 Coríntios 10.31).
Conclusão
Como conclusão deste artigo, expomos abaixo parte do pensamento da premiada escritora norte-americana Nancy Pearcey em sua obra Ama Teu Corpo (CPAD), na qual busca estabelecer o equilíbrio idealizado por Deus em Sua Palavra no que concerne ao bom uso do corpo humano. Ela escreve:
“Dessa forma, terminamos onde começamos: a nossa visão do corpo depende de nossa visão da natureza. Será que vemos a natureza como essencialmente boa, um presente do Criador a ser aceito com gratidão? Ou será que vemos a natureza como um conjunto de limitações negativas a serem controladas e conquistadas? É claro, cristãos também fazem dietas e exercícios, mas as suas ações deveriam ser motivadas pela convicção de que o corpo é um presente. Temos a responsabilidade da mordomia diante de Deus, de tratar o corpo com cuidado e respeito”. (9)
Que o nosso Deus promova nos corações dos homens – em especial dos cristãos – o desejo de honrá-lO em tudo, inclusive por meio do corpo.
Referências
(1) ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio (vol. 2), Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2015, p. 622
(2) GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (1), Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2002, p. 941.
(3) SOARES, Esequias (org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2017, p. 784
(4) PACKER, James Innell. Teologia Concisa, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004, p. 70.
(5) CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática (Vol. 1-4), São Paulo: Editora Hagnos, 2003, p. 554,5556 Sob a influência do conceito de Platão, “os gregos e muitos dos antigos consideravam o corpo como a prisão da alma e a fonte de todo mal. O gnosticismo, um falso culto cristão, apegava-se a essa baixa estima do corpo ao extremo de negar que Jesus tivesse um corpo físico”.
(6) DUFFIELD, Guy P. & VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal (Vol. 1), São Paulo: Editora Publicadora Quadrangular, 1991, p. 171.
(7) GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (2), Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2002, p. 398
(8) SOARES, Esequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2017, p. 78
(9) PEARCEY, Nancy. Ama Teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus, Rio de Janeiro: CPAD, 2021, p. 35.
BIBLIOGRAFIA
ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio (vol. 2), Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2015
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 1 e 2), Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2002
SOARES, Esequias (org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2017
PACKER, James Innell. Teologia Concisa, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática (Vol. 1-4), São Paulo: Editora Hagnos, 2003
DUFFIELD, Guy P. & VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal (Vol. 1), São Paulo: Editora Publicadora Quadrangular, 1991
PEARCEY, Nancy. Ama Teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus, Rio de Janeiro: CPAD, 2021, p.35
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