Cristãos contra ideologias anticristãs

Cristãos contra ideologias anticristãs


Comunidades no mundo se manifestam contra ensinos hostis à família

Na Coreia do Sul, cerca de 1,1 milhão de cristãos tomaram as ruas, após uma mobilização online, a fim de protestarem contra o avanço da disseminação da ideologia de gênero no país oriental. A manifestação aconteceu no dia 27 de outubro passado. Os cristãos realizaram um culto na rua “pelo arrependimento, avivamento e restauração da santidade” na sociedade. Os organizadores anunciaram que aproximadamente 1,1 milhão de pessoas marcaram presença, enquanto cerca de 1 milhão acompanharam a manifestação ao vivo pela internet. A cerimônia reuniu igrejas coreanas de todas as denominações, que confirmaram seu empenho em defesa do casamento e da família tradicionais, além de clamar ao Senhor em oração pelo país. A manifestação foi realizada por conta de uma lei antidiscriminação que levou as lideranças cristãs a temerem o avanço do casamento entre pessoas do mesmo seco e da ideologia de gênero, e a limitação da liberdade no país em relação à confissão de fé cristã.

Ao longo da programação, os crentes coreanos expediram uma declaração conjunta “para renovar a República da Coreia”. A declaração expôs a atual crise de valores e a necessidade de arrependimento sobre o fracasso das congregações no cumprimento de seu dever até agora. A proteção da família, o direito de todos à “liberdade de religião, discurso, pensamento e expressão”, e o papel da igreja como sal e luz na sociedade foram apontados pelos crentes. A conclusão das atividades incluiu um apelo ao governo, ao Tribunal Constitucional, à Assembleia Nacional e ao Ministério da Educação para evitarem projetos que venham permitir o casamento gay ou promovam a homossexualidade e a ideologia de gênero nos livros didáticos escolares.

Na Colômbia, também em outubro, aconteceram manifestações em mais de 30 cidades contra a portaria do Ministério da Saúde que aderiu ao uso de bloqueadores hormonais em crianças para fins trans a partir dos 3 anos de idade. O atual governo no país é de esquerda e defensor dessas pautas. As redes sociais compartilharam as movimentações realizadas pelo Unión  Família no dia 19 de outubro, com os protestos se voltando para a defesa da inocência e do bem-estar das crianças. “Estas mobilizações marcam só o início de uma luta pela proteção da infância e do fortalecimento da família. Estamos mais comprometidos do que nunca a seguir adiante até alcançar resultados concretos que beneficiem nossos filhos. Rechaçamos a circular externa da Superintendência da Saúde da Colômbia por entender que coloca em risco a integridade da infância ao permitir tratamentos de mudança de gênero em menores”, enfatizaram os organizadores.

Na conferência realizada no dia 20 de outubro de 2024 e organizada pela Federação Internacional para Escolha Terapêutica e Aconselhamento (IFTCC) na Colônia, o ativista cristão Glenn T. Stanton, da Focus on the Family, disse que a ideologia transgênero é “profundamente misógina” e que a comunidade cristã deve proteger a feminilidade. “O movimento LGBTQ+ evoluiu a ponto de se tornar ‘antimulher’, com as políticas trans sendo descritas como um novo patriarcado. As mulheres saem prejudicadas ao apagar o feminino e impor a presença de homens em espaços femininos. Há uma incoerência interna no movimento de identidade de gênero, que divide as pessoas em lésbicas, gays, bissexuais (LGBs) e transgêneros e queer (Tqs)”.

O ativista cristão citou a progressiva violência até mesmo contra feministas que se opõem às políticas transgênero. Ele condenou as ameaças dirigidas a quem discordar. Os conferencistas também mencionaram a ampliação das restrições legais contra a terapia de conversão de seco e a censura acad²mica em torno de estudos que questionam o transgenerismo, revelando preocupação com a liberdade de expressão em torno desses temas.

Enquanto isso, na Noruega, o casamento tradicional está sendo levado a sério pelas igrejas locais - incluindo batistas, pentecostais, luteranos livres e católicos romanos -, que uniram forças para assinar a Declaração Cristã Conjunta sobre “Diversidade de Gênero e Sexualidade” a fim de declararem uma posição cristã sobre casamento, “diversidade de gênero” e os direitos das crianças. Infelizmente, os fiéis da Igreja Luterana da Noruega (Den Norske Kirke), que agrega a maioria da população, seguem o viés teológico liberal, mas as demais denominações se uniram para confrontar tal posição. A denominação amjoritária celebra casamentos entre pessoas do mesmo sexo e aderiu a teologias LGBT e a políticas públicas de diversidade sexual. Por outro lado, as organizações cristãs que defendem a visão bíblica do matrimônio e da sexualidade, como a Operação Mobilização, o movimento estudantil Laget e a Missão Luterana Norueguesa, juntaram-se com outros irmãos em Cristo para declarar uma posição baseada na fé na Bíblia Sagrada como a Palavra de Deus, no reconhecimento das realidades biológicas e no respeito aos direitos humanos das crianças.

O documento salienta o ensino bíblico de que “Deus criou os humanos macho e fêmea” e que “o casamento é uma instituição divina inscrita na lei natural” que “une um homem e uma mulher”. Os assinantes do documento confirmam que esse conceito pós-moderno de sexualidade “está em desacordo com a teologia da criação da Bíblia e com o ensinamento ético de Jesus”, e que a Biologia indica que existem “apenas dois secos biológicos”, algo que se determina “na concepção”, de modo que a ideia de que gênero seja meramente uma categoria subjetiva e que a identidade sexual e de gênero pode ser escolhida pelo indivíduo com base em sentimentos ou preferências, desprezando o seco biológico, é apenas uma ideologia. “Ela não tem fundamento biológico ou científico”, prossegue o texto. Os ativistas cristãos asseveram que ensinar às crianças que podem ter “nascido no corpo errado” ou que “o gênero é ‘fluido’” é “imensamente problemático” por resultar em “confusão, insegurança e escolhas de vida destrutivas”.

O documento também aborda o debate sobre a barriga de aluguel, combatendo a prática. As organizações e igrejas militantes confirmaram o seu objetivo: “Desejamos tratar todas as pessoas com respeito, de maneira razoável e gentil - ‘falando a verdade em amor’ (Efésios 4.15). No entanto, não faremos concessões em relação às verdades bíblicas, mesmo que essas verdades entrem em conflito com a pressão política ou as tendências sociais”.

Por sua vez, o bispo de Trondheim, Erik Varden, presidente da Conferência Episcopal Nórdica, enfatizou que “é importante mostrar que a visão antropológica cristã, sua visão do que uma pessoa é, o que significa ser uma mulher ou um homem, é consistente com dados empíricos”, disse o bispo. “Uma compreensão cristã da vida é eminentemente concreta.” O bispo frisa que muita gente foi prejudicada pela ideologia de gênero, apontando, inclusive, a clínica de identidade de gênero Tavistock na Inglaterra, que tratou crianças de até 10 anos que passavam por disforia de gênero com “bloqueadores da puberdade” e tratamentos hormonais. A clínica foi fechada em 2022. “As consequências do caso da clínica Tavistock na Inglaterra são um exemplo bem conhecido. O coro de vozes que querem ser ouvidas está ficando cada vez mais alto. Isso é uma coisa boa”, concluiu o líder religioso.

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