Dessa forma, compreendemos que a mentira é contrária à natureza
do próprio Deus, que a condena. Logo, tal prática jamais é permitida por aquele
que serve ao Senhor Jesus Cristo, uma vez que aquele que vive na prática da mentira,
conforme foi ensinado por Jesus, não segue a Deus, mas ao próprio Diabo (João
8.44).
A mentira, de fato, é a essência característica do maligno,
assim como daqueles que não seguem a Deus. A verdade sempre foi prioridade na
Palavra de Deus, como o próprio apóstolo Paulo deixa claro em Efésios 4.15,
destacando a importância de andarmos na verdade: “Antes, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Isso ocorre porque a verdade
é essencial para o nosso relacionamento com Deus e com o próximo, gerando confiança,
mutualidade e crescimento espiritual. Não há bençãos para quem anda na mentira.
Encontramos nas páginas seletivas da Bíblia que a mentira
tem consequências gravíssimas, como a perda da confiança, prejuízo aos relacionamentos
e distanciamento do homem de Deus. Na verdade, à luz de Apocalipse 22.15, a mentira
impede a pessoa de entrar no Reino de Deus. “Ficarão de fora os cães e os
feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer
que ama e comete a mentira”.
As Sagradas Escrituras, ao abordar a questão da mentira, evidenciam
seus males e porque que ela é condenada, priorizando a verdade como fundamental
para um bom relacionamento e para uma conduta cristã equilibrada. Em Provérbios
12.22, a Bíblia diz que os lábios mentirosos são detestáveis ao Senhor. Em
Colossenses 3.9, é enfatizado que não devemos mentir uns aos outros, porque o
homem velho já foi derrotado. Além disso, em Efésios 4.25 está claro que cada
um de nós deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, uma vez
que todos nós fomos comprados e lavados pelo sangue de Jesus.
Em vista disso, a Palavra de Deus enaltece a verdade e combate
a mentira, pois deseja que o cristão viva na honestidade, na integridade e no
respeito nas relações humanas, jamais encorajando a falsidade, a mentira ou aquilo
que é contra a verdade.
Mesmo diante do
exposto, alguns ainda fazem a
seguinte indagação: “Pastor, como pregar a verdade sem ofender o mentiroso?”. Por
um lado, a verdade não pode ser negociada. Por outro, o verdadeiro pregador do
Evangelho possui amor, sensibilidade e compaixão ao ministrar a Palavra de Deus
em todos os aspectos. Portanto, é necessário, em primeiro lugar, manter o foco
na Palavra de Deus. Em segundo lugar, o pregador deve entender que a pessoa em
questão precisa saber e compreender a verdade, que deve ser pregada evitando
julgamentos pessoais e procurando priorizar a santa e preciosa Palavra de Deus,
que toca no coração de qualquer indivíduo. Conforme o escritor da Carta aos Hebreus
destaca, “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração” (Hebreus 4.12). Assim, a primeira coisa que um pregador deve fazer
para pregar a verdade sem ofender o mentiroso é tratar isso com sensibilidade,
compaixão, ternura e amor e sempre à luz da Palavra de Deus.
O pastor comprometido com a Palavra de Deus, que a obedece
de modo irrestrito, deve pregá-la como ela é, sabendo que ela tem o poder de
transformar qualquer pessoa. O apóstolo Paulo deixa isso bem claro em 2 Timóteo
3.16, ao afirmar que a Palavra é útil para ensinar, redarguir, corrigir e
instruir em justiça. Assim, o pregador que usa a Palavra como arma fundamental no
púlpito, sem ceder a atos, conversas particulares ou intromissão na vida das
pessoas, mas expondo na íntegra os pontos bíblicos e a essência das Escrituras,
demonstra que tem compromisso com a santa e gloriosa Palavra de Deus. Quando o
pregador ministra a verdade em sua essência, aquele que falta com a verdade, o
mentiroso, ao saber que o pastor está ministrando a Palavra da Verdade, pode
ser tocado e despertado por ela. Agindo dessa maneira, seguindo os princípios bíblicos,
o pregador pode pregar a verdade sem ofender.
O pregador que segue a verdade da Palavra de Deus não força
nem busca adaptar aquilo que ele fala a determinados problemas ou a determinadas
pessoas. O seu alvo é que a Palavra de Deus toque o coração de quem quer que
seja. Ele não busca, com suas ideias ou com a sua força própria, manipular
qualquer texto bíblico para resolver determinados problemas, como confrontar um
mentiroso.
Certo pastor, recém-chegado em uma determinada igreja,
iniciou uma série de estudos expositivos com base no livro de 1 Coríntios. Seguindo
capítulo por capítulo, suas explanações eram claras e contundentes. Ao abordar
o tema da imoralidade na quinta mensagem, ele o fez com toda seriedade, verdade
e transparência. Pouco tempo depois, um membro influente da igreja, com
determinado poder e temido por muitos, o procurou para ser aconselhado e
confessou estar envolvido em uma conduta imoral. O pastor não tinha
conhecimento da situação. Entretanto, aquele irmão foi confrontado pela
mensagem da Palavra de Deus naquele dia, pois sabia que o pastor não estava utilizando
a Palavra para atingi-lo, desmascará-lo ou atacá-lo pessoalmente, mas estava
seguindo o estudo expositivo da Palavra de Deus. Assim, aquela mensagem tocou
em seu coração e veio com uma ajuda renovadora e transformadora. O irmão
humildemente reconheceu seu pecado, confessou e buscou a ajuda espiritual de toda
a igreja. Quando o pastor está comprometido com a Palavra da Verdade,
ensinando-a conforme o Senhor Jesus ordenou, a igreja saberá que ele fala a
verdade. Dessa forma, ele poderá tratar de todos os temas, inclusive sobre a
mentira, sem ofender o pecador, mas não permitindo que ele persista no pecado.
por Osiel Gomes
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