Novos dados da perseguição a cristãos

Novos dados da perseguição a cristãos


Nicarágua sobe 20 posições no ranking; Coréia do Norte ainda em 1º

Em 17 de janeiro, a agência evangélica internacional Portas Abertas, que se dedica ao auxílio aos cristãos perseguidos, lançou a Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024 (Imagem). A pesquisa para a produção da LMP deste ano abrange o período de 1­º de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023. O ranking apresentado traz os 50 países onde é mais perigoso seguir a Cristo hoje. Nessas nações, os cristãos enfrentam ameaças, discriminação, prisões e privações por seguirem Jesus.

Segundo a pesquisa, o número de cristãos perseguidos subiu para 365 milhões. Isso equivale a dizer que um em cada sete cristãos enfrenta perseguição extrema, severa ou alta. A Coreia do Norte permanece na primeira posição da LMP 2024 e a Nicarágua subiu 20 posições no ranking, chegando à 30ª posição.

Os 13 países onde há perseguição extrema

A perseguição violenta aumentou para 13 países – na LMP de 2023, havia aumentado para ­­ países. Os países que passaram ao nível de perseguição extrema são Síria (12º) e Arábia Saudita (13º). A lista de países mais hostis ao Cristianismo é formada por 13 nações. São elas, em ordem de intensidade dessa perseguição extrema: Coreia do Norte, Somália, Líbia, Eritreia, Iêmen, Nigéria, Paquistão, Sudão, Irã, Afeganistão, Índia, Síria e Arábia Saudita.

Os demais países onde os cristãos são mais perseguidos, somente pouco abaixo do nível da “perseguição extrema”, são, em ordem de intensidade da perseguição: Mali, Argélia, Iraque, Mianmar, Maldivas, China, Burkina Faso, Laos, Cuba, Mauritânia, Marrocos, Uzbequistão, Bangladesh, Níger, República Centro-Africana, Turcomenistão, Nicarágua, Omã, Etiópia, Tunísia, Colômbia, Vietnã, Butão, México, Egito, Moçambique, Catar, República Democrática do Congo, Indonésia, Camarões, Brunei, Comores, Tajiquistão, Cazaquistão, Jordânia, Malásia e Turquia.

Na LMP 2024, todos os 50 países listados permaneceram os mesmos da LMP 2023, mudando apenas as suas pontuações e posições. A Coreia do Norte esteve no topo da Lista Mundial da Perseguição durante 20 anos, sendo superada apenas uma vez, em 2022, pelo Afeganistão, por ocasião da volta do Talibã ao poder. Porém, desde 2023, a Coreia do Norte se mantém no topo da lista. Estima-se que cerca de 400 mil cristãos secretos se reúnem em igrejas clandestinas naquele país. Ao serem descobertos, eles são enviados para prisões ou campos de trabalho forçado e os que conseguem fugir vivem como refugiados na China ou na Coreia do Sul.

América Latina

Na América Latina, Nicarágua e Cuba se destacam na Lista Mundial da Perseguição 2024. De acordo com o levantamento, Nicarágua, Cuba, México e Colômbia são as quatro nações da América do Sul onde há maior hostilidade contra os cristãos. Além delas, Honduras e Venezuela fazem parte da Lista de Países em Observação, que não entraram na LMP 2024, mas apresentam perseguição a ponto de demandarem monitoramento.

A  agência  Portas  Abertas  auxilia os cristãos perseguidos com serviços emergenciais, socioeconômicos e pós-trauma, e com distribuição de material cristão, como Bíblias, e de alimentos, roupas, medicamentos e do que o cristão perseguido tiver mais necessidade.

Regiões onde mais igrejas foram fechadas

As regiões ou países onde mais igrejas foram fechadas foram, em primeiro lugar, China; em segundo, África Subsaariana; e em terceiro, Argélia.

Na China, o número de igrejas fechadas ano passado foram de, no mínimo, ­ mil. Trata-se de uma das maiores ondas de perseguição às igrejas nas últimas décadas na China. A maioria delas eram igrejas domésticas – isto é, não reconhecidas pelo governo – e contavam com milhares de membros. Recentemente, o Partido  Comunista  da  China  ainda obrigou igrejas autorizadas a exibir placas a favor do comunismo.

Na África Subsaariana, mais de ­14 mil igrejas foram ou atacadas ou fechadas entre ­ de outubro de 2022 e 30 de setembro de 2023. Esse dado é sete vezes maior do que o registrado na região no levantamento da Lista Mundial de Perseguição de 2023. Com o adendo de que os grupos extremistas – jihadistas – não só atacam igrejas, mas também casas e negócios de cristãos. Nos países da região onde ocorreram golpes militares, os cristãos sequer têm a liberdade de denunciar as violações de direitos humanos, e muito menos de compartilhar a fé em Jesus.

Estima-se que dos 34,5 milhões de deslocados na África Subsaariana devido aos conflitos na região, 16,2 milhões – quase a metade – sejam de cristãos Esses irmãos lutam diariamente para sobreviver sem alimentação, moradia e cuidados básicos de higiene e saúde, e estão sempre sujeitos a serem vítimas de novos ataques de extremistas islâmicos.

Na Argélia, o número de igrejas fechadas em 2023 foi de 42. Esse número pode parecer bem pequeno em relação aos milhares de casos de fechamento de igrejas na África Subsaariana e na China no mesmo período. No entanto, proporcionalmente, é algo muito maior. Simplesmente, havia apenas 46 igrejas evangélicas na Argélia, as quais eram filiadas à entidade denominada Igreja Protestante da Argélia (EPA, na sigla em francês). Agora, apenas quatro delas continuam abertas.

Mais números da violência

Segundo dos dados da LMP 2024, houve 14.766 ataques a igrejas, escolas cristãs e hospitais no mundo em 2023, contra 2.110 em 2022; houve 21.431 casos relatados de cristãos espancados ou ameaçados, contra 29.411 casos relatados em 2022; houve 21.431 ataques a residências de cristãos por causa da sua fé em 2023, contra 4.547 em 2022 (um aumento de 371%); e 278.716 cristãos foram forçados a abandonar as suas casas ou a esconderem-se em 2022, contra 124.310 em 2022 (aumento de mais de 100%).

Hoje, 365 milhões de cristãos (­ em cada ‑ em todo o mundo) enfrentam  elevados  níveis  de  perseguição e discriminação pela sua fé, enquanto em 2022 eram 360 milhões. Na Ásia, 2 em cada 5 cristãos sofrem elevados níveis de perseguição e discriminação por razões de fé. É a macrorregião do mundo mais afetada pela perseguição, seguida pela África (1 em cada 5) e pela América Latina (1 em cada 16).

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