Na vanguarda do ensino

Na vanguarda do ensino


Escola Dominical começa a viver a terceira onda de renovação

“A Escola Dominical começa a viver, a partir de agora, sua terceira onda de renovação. Aproveitemos este momento tão especial para promovê-la e levar o ensino da Palavra de Deus aos mais distantes lugares de nosso país e da América Latina. Nesta nova etapa da Escola Dominical, estaremos, com a ajuda de Deus, na vanguarda. Eis uma grande oportunidade para expandir o Reino de Deus através do ensino relevante das Sagradas Escrituras”.

A afirmação partiu do diretor-executivo da CPAD, Ronaldo Rodrigues de Souza, durante a Conferência Nacional de Escola Dominical, realizada em Recife, de 12 a 15 de novembro de 1999, e patrocinada pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus, que já começa a ser vista, em todo o Brasil, como a editora da Escola Dominical.

Neste artigo, veremos como a Escola Dominical chegou ao atual estádio de desenvolvimento, e como poderemos manter os avanços que nos está proporcionando esta nova onda de renovação.

O que é a Terceira Onda da Escola Dominical

No âmbito da História e da Sociologia, onda é uma combinação de vários fatores que impulsionam um povo, ou uma entidade, a alterar, de maneira acelerada, a evolução normal de seu desenvolvimento. A Terceira Onda da Escola Dominical, por conseguinte, é o movimento que está impelindo e transformando seus métodos e perspectivas nesta etapa de sua história.

Antes de ver com mais detalhes essa nova onda, repassemos os dois períodos anteriores. A Primeira Onda do ensino cristão vai da fundação da Igreja, no Pentecostes, até o estabelecimento da Escola Dominical em 1783. A Segunda Onda vai de 1783 aos nossos dias. E, agora, temos o privilégio de assistir os fluxos e influxos da Terceira Onda da Escola Dominical.

Apesar de a Educação Cristã não haver sido conhecida como Escola Dominical antes de 1783, esta já existia, como embrião, desde os primórdios do Israel do Antigo Testamento. Por isso, a ED tem de ser vista como uma continuidade histórica do grande projeto divino – a divulgação profética, magisterial e relevante de sua Palavra. Se isolarmos a Escola Dominical de seu contexto histórico, teremos a impressão de que se trata de uma invenção meramente humana; mas se a considerarmos em seu ambiente histórico, a veremos como o grande projeto educacional de Deus, visando a completa redenção da humanidade.

Primeira Onda – Revolução Étnica

Embora universal, a Palavra de Deus não pôde ser amplamente divulgada no período veterotestamentário por causa do etnocentrismo judaico.

Os filhos de Israel pemsavam que os arca-nos, alianças e concertos de Jeová, fossem sua peculiar propriedade. Eles ignoravam, propositadamente, as grandes verdades da Lei, dos Profetas e dos Escritos, segundo as quais todas as nações haveriam de ser abençoadas em Abraão (Gênesis 12.3).

Deus chamara a Israel para ser uma nação sacerdotal, profética e real. Infelizmente, os israelitas foram incapazes de compreender a natureza de sua chamada. Tomaram-se exclusivistas; fizeram-se ciosos de sua herança espiritual e cultural; mostraram-se reticentes quanto ao seu chamamento.

Se algum gentio resolvia buscar o Deus de Abraão, era obrigado a ir a Jerusalém. A divulgação do conhecimento do Único e Verdadeiro Deus funcionava de forma centrípeta. Ou seja, eram os prosélitos constrangidos a dirigirem-se para o centro de adoração judaica. Haja vista o eunuco da rainha de Candace que fora a Jerusalém para adorar (Atos 8.27).

Com o advento do Senhor Jesus Cristo, porém, a divulgação da Palavra de Deus deixa de ser centrípeta para tomar-se centrífuga. Passou a irradiar-se de Jerusalém para alcançar os confins da terra. O caráter centrífugo da mensagem divina foi exposto pelo próprio Senhor à samaritana. “A hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai” (João 4.21). Já em Atos 1.8, o Senhor Jesus deixa bem clara a vocação universal do Evangelho: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.8).

Quando da efusão do Espírito Santo, no Dia de Pentecostes, eis que a divulgação da Palavra de Deus globaliza-se de maneira sobrenatural (Atos 2.1-13). A partir de agora, o que era etnocêntrico internacionaliza-se; o que era centrípeto centrifuga-se. De Jerusalém, partem as testemunhas de Cristo para evangelizar a Judéia, Samaria e as mais desconhecidas fronteiras da Terra.

A primeira onda só se tomou possível devido a miraculosa atuação do Espírito Santo, revertendo o processo de Babel, e impelindo a Igreja a romper todas as barreiras étnicas, culturais e linguísticas.

Segunda Onda – Revolução Metodológica

Se a Primeira Onda levou a Palavra de Deus além das fronteiras de Israel, houve pouca alteração quanto ao método de ensino. As primeiras comunidades cristãs, imitando as sinagogas judaicas, expunham a Palavra de Deus quase que assistematicamente.

Todavia, com o transcorrer dos anos, os pastores e mestres foram aperfeiçoando o método de exposição do Evangelho. Os chamados Pais da Igreja viram-se na contingência de fundar as escolas de discipulado para melhor expor os princípios elementares da doutrina cristã. Orígenes, Clemente de Alexandria e Agostinho destacaram-se na propagação magisterial do Evangelho de Cristo.

Mais tarde, com a deflagração da Reforma Protestante, em 31 de outubro de 1517, a educação cristã ganha contornos até então desconhecidos. Metodiza-se, faz-se mais pedagógica e didática. Nessa época, Lutero redige um catecismo (livro de instrução religiosa) para ensinar os rudimentos da fé às crianças. No entanto, faltava algo que só viria a aparecer 266 anos depois.

Com a evolução cada vez mais rápida dos métodos educacionais, percebeu-se que o ensino da Palavra de Deus carecia de um dia especial. E que melhor dia senão o domingo? E que melhores alunos poderiam haver senão os meninos de rua? Foi assim que, em 1780, o jornalista congregacional Robert Raikes deu início a um trabalho que viria a ser conhecido em todo o mundo como a Escola Dominical.

Embora haja começado a estruturar o que viria a ser conhecido como a Escola Dominical em 1780, foi somente em 1783, após muita oração, observações e experimentos, que Robert Raikes resolveu divulgar os resultados dessa pioneira etapa da educação cristã.

No dia 3 de novembro de 1783, Raikes publica, em seu jornal, o que Deus operara e continuava a operar na vida daqueles meninos de Gloucester. Eis porque a data foi escolhida como o dia da fundação da Escola Dominical.

Através da Escola Dominical, a educação cristã começou a viver uma revolução, que viria modificar de forma radical os métodos de ensino e de aprendizagem da Palavra de Deus. Os fluxos e influxos desta onda já duram 216 anos. Nunca, em toda a História da Igreja cristã, tantas pessoas foram alcançadas por um departamento de ensino. A pesquisa efetuada por C. H. Benson referenda o que está sendo dito: “Um cálculo muito modesto assinala que 75% dos membros de todas as denominações, 85% dos obreiros e 95% dos pastores e missionários foram, em qualquer tempo, alunos da Escola Dominical”.

Apesar desses avanços mais do que significativos, começa-se a sentir a necessidade de uma outra renovação na educação cristã. E, dessa vez, a renovação não será apenas metodológica, mas principalmente tecnológica.

Terceira Onda – Revolução Tecnológica

Se a primeira onda universalizou a educação cristã e a segunda tornou- a mais didática e magisterial, a terceira fará com que ela se torne não apenas eficiente, mas notavelmente eficaz. Tanto a primeira como a segunda onda aproveitou-se das circunstâncias históricas, políticas e culturais para projetarem o ensino relevante da Palavra de Deus. A primeira utilizou-se da pax romana, das bem guarnecidas estradas construídas pelo governo imperial; a segunda fez uso da imprensa; e a terceira haverá de aproveitar-se ao máximo dos atuais recursos tecnológicos e dos espantosos desempenhos da ciência.

De certa forma, a Terceira Onda foi predita por Daniel ao encerrar suas profecias: “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará” (Daniel 12.4). Diz aqui o profeta que o descerramento dos selos proféticos da Palavra de Deus coincidirá com um período de grande desenvolvimento científico tecnológico e científico. E Deus, em sua multiforme sabedoria e providência, aproveitará dos avanços humanos a fim de propagar o divino conhecimento.

A Escola Dominical, como o mais importante departamento da igreja, não pode ignorar esta terceira onda de renovação nem a perspectiva profética. Caso contrário não haverá de cumprir cabalmente a sua missão: evangelizar enquanto ensina.

A CPAD e a Terceira Onda

Nos últimos anos, a CPAD vem sendo conhecida como a editora da Escola Dominical. E isto não somente pela extraordinária tiragem de suas revistas de estudos bíblicos nas diversas faixas etárias – em tomo de 3 milhões de exemplares –, mas principalmente por sua preocupação em renovar-se sempre, e aproveitar as várias oportunidades para revolucionar os métodos e a tecnologia na divulgação da Palavra de Deus.

Durante a realização da Conferência Nacional de Escola Dominical, a CPAD demonstrou ser possível aplicar com pleno êxito os modernos recursos tecnológicos ao ensino da Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, conservar a integridade da doutrina cristã. E isto não é nenhuma novidade, pois os apóstolos e os primeiros missionários aproveitaram-se de todos os avanços proporcionados pela imperial Roma, a fim de chegar aos mais ignorados e exóticos longes da terra, e nem por isso o Evangelho perdeu a sua integridade. Conforme faz questão de enfatizar o diretor-executivo da CPAD, “devemos, sim, ver os modernos avanços da ciência como eficientes recursos que o Senhor nos coloca à disposição para divulgar com eficácia a Palavra de Deus”.

Como seria maravilhoso se todas as escolas dominicais tivessem à sua disposição todos esses equipamentos e recursos: computadores, vídeos, retro- projetores, projetores de slides etc. Se a Escola Dominical não se renovar agora, poderá tomar-se obsoleta em pouco tempo.

Lembre-se: se levarmos em conta o período do Antigo Testamento, a começar de Moisés, constataremos ser a Escola Dominical um produto com mais de quatro mil anos. Por isso, ela deve renovar-se periodicamente; aproveitar todas as ondas de renovação. Dessa forma, poderá divulgar com maior eficiência a Palavra de Deus. Levemos em conta também a gravidade do tempo. Aproveitemos todas as ondas de renovação para a divulgação universal das Sagradas Escrituras. É a missão que nos confiou o Senhor.

por Claudionor Corrêa de Andrade

Compartilhe este artigo. Obrigado.

Comentário

Seu comentário é muito importante

Postagem Anterior Próxima Postagem