Que o Senhor possa avivar as nossas congregações, o nosso país e as nossas vidas! “Aviva, ó Senhor, a tua obra...” (Habacuque 3.2).
A palavra avivamento vem do verbo “avivar” que significa “tornar a viver”. Avivamento é uma poderosa renovação espiritual provocada pelo Espírito Santo em um determinado grupo. É uma ação divina, e não mero produto da vontade humana. Tanto nas Escrituras como na história da Igreja, vários avivamentos ocorreram impactando milhões de vidas. O avivamento é mais do que uma transformação individual, mas diz respeito ao impacto sobre toda a comunidade, seja uma congregação ou mesmo uma nação. Na Bíblia há alguns exemplos de avivamentos, tanto no Antigo como no Novo Testamento (cf. Neemias 8.1-18; Atos 2.1-47).
A primeira lição que precisamos entender sobre os
avivamentos é que o homem não pode fabricá-lo. O teólogo metodista Dennis F. Kinlaw
(1922-2017) dizia: “Dá-me um momento divino no tempo em que Deus age, e eu digo
que esse momento é muito superior a todos os esforços humanos ao longo dos séculos”.1
Podemos clamar e, também, devemos orar sem cessar para que o Senhor avive a sua
Santa Igreja, mas o avivamento virá no tempo do Espírito Santo e segundo a Sua
soberana vontade. Há quem pense que o avivamento é quando a igreja recebe um
pregador famoso ou quando acontece algum grande congresso onde o culto festivo
acaba em um fervor barulhento. Mas não se engane, logo porque o avivamento não é
um evento de calendário previamente marcado, mas um ato gracioso e poderoso de
Cristo em nossas comunidades.
A segunda lição que aprendemos ao observar os grandes
avivamentos na história da Igreja é que não existe despertamento sem transformação
social. Um exemplo marcante é o avivamento da Rua Azusa em 1906 na cidade de Los
Angeles (EUA), quando Deus usou William Seymour (1870-1922) como catalisador do
moderno Movimento Pentecostal. Naquela época, os Estados Unidos viviam debaixo
de leis segregacionistas que alimentavam o odioso racismo de brancos contra
negros. Mesmo diante desse cenário social tenebroso, os cultos dirigidos por Seymour
reuniam brancos e negros em completa harmonia, enquanto outras igrejas se dividiam
em questões raciais. Esse avivamento não só trouxe frutos espirituais o (o Batismo
no Espírito Santo e os dons) como desestruturou o pecado do racismo presente na
sociedade americana entre aqueles que foram alcançados pelas pregações de Azusa.
A terceira lição preciosa dos avivamentos é que nenhum
permanece para sempre, embora os seus frutos permaneçam entre várias e várias
gerações. Sendo assim, não podemos nos conformar apenas em desfrutar dos frutos
de um avivamento ocorrido décadas atrás, mas devemos desejar e buscar um
avivamento para a nossa própria geração. Deus não tem netos, apenas filhos. Devemos
cultivar a memória do passado, mas é a nossa ação no presente que fará diferença
no futuro. A vida cristã é um equilíbrio que abraça a tradição sem
tradicionalismo, enquanto trabalhar pelo futuro sem idealismo e ativismo, mas
na dependência do Senhor. Jesus nos disse: “É necessário que façamos as obras
daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”
(João 9.4 – NAA).
A quarta lição dos avivamentos é que não existe uma renovação
genuína sem uma paixão renovada pela Palavra de Deus. No grande avivamento
liderado pelo sacerdote Esdras, o texto nos diz: “Esdras leu o livro em voz
alta, diante da praça que fica em frente ao Portão das Águas, desde o amanhecer
até o meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e dos que podiam entender.
E todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.” (Neemias 8.3 – NAA). Um
“avivamento” sem uma genuína paixão pela Palavra torna-se mero aviltamento, um fogo
de palha, cheio de distorções. Vários movimentos carismáticos na história da Igreja
surgiram como um necessário renovo do povo de Deus, mas acabaram não se
sustentando por causa das fraquezas doutrinárias.
A última lição dos avivamentos é que ele está associado a
uma vida mais santa. William Seymour costumava dize: “O poder pentecostal,
quando você resume tudo, é apenas mais do amor de Deus. Se não traz mais amor, é
simplesmente uma falsificação”. O profeta Isaías, quando teve um encontro com Deus,
disse: “Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros
e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o
Senhor dos Exércitos!” (6.5 – ARC) O avivamento traz uma repulsa do pecado e um
impulso pela santificação.
Rferências
1 COLEMAN, Robert E. One Divine
Moment: The Asbury Revival. 2 ed. Wilmore: First Fruits Press, 2013. p 1.
por Gutierres Fernandes Siqueira
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