Conciliando a orientação de não andarmos ansiosos com a de sermos previdentes

A orientação bíblica para não andarmos ansiosos, conforme lemos em Mateus 6.25-33, levanta a questão de como conciliar essa exortação com a responsabilidade de ser previdente. A passagem bíblica em questão destaca a importância de confiar em Deus para suprir nossas necessidades básicas e nos comanda a não nos preocuparmos excessivamente com o futuro. No entanto, isso não significa que devemos ser descuidados ou negligentes em relação ao nosso planejamento e às nossas responsabilidades.

No texto bíblico, Jesus nos ensina a não nos preocuparmos com as coisas básicas da vida, como comida, vestuário e abrigo. Ele nos recorda a fidelidade de Deus em prover para as aves do céu e as flores do campo. Como Deus é capaz de cuidar deles, então, certamente, cuidará de nós, que somos mais valiosos para Ele. Essa passagem nos convida a confiar em Deus e a buscar primeiramente o Reino de Deus e a Sua justiça. No entanto, é importante lembrar que ser previdente não é o mesmo que ser ansioso. A prudência e a responsabilidade também são importantes valores cristãos. Ser previdente significa tomar medidas racionais para se preparar para o futuro, evitando assim problemas e dificuldades desnecessárias. Isso envolve planejar financeiramente, investir no nosso futuro, cuidar da nossa saúde e desenvolver habilidades para nos tornarmos mais autossuficientes.

A questão principal é onde reside nossa confiança e dependência. Quando Jesus nos instrui a não nos preocuparmos, Ele nos lembra de que Deus é soberano e que Ele suprirá nossas necessidades. No entanto, isso não significa que devemos deixar de fazer a nossa parte. A Bíblia nos ensina a sermos sábios e responsáveis com os recursos que temos. Ela nos orienta a poupar, trabalhar arduamente, ser responsáveis em nossos relacionamentos e tomar decisões prudentes.

A ansiedade é fruto do medo e da falta de confiança em Deus. Ela nos leva a viver no futuro, temendo pela falta de segurança e provisão. No entanto, quando confiamos em Deus e buscamos a Sua vontade, podemos viver com mais paz e confiança, sabendo que Ele está no controle. Em sua primeira epístola universal, o apóstolo Pedro nos deixa uma recomendação para confiarmos em Deus acima de tudo. “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5.7).

Ser previdente é agir com sabedoria e discernimento, aproveitando as habilidades e oportunidades que Deus nos deu. A sabedoria bíblica nos incentiva a tomar decisões sensatas, planejar e se preparar para o futuro, tendo sempre Deus como o centro de nosso pensamento e ação.

A passagem em Mateus 6.25-33 nos lembra que, embora nos preocupemos com as coisas básicas da vida, nossa ênfase não deve estar nessas preocupações. Em vez disso, devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, confiando que Ele nos suprirá. A ansiedade excessiva não nos leva a lugar algum, apenas nos afasta da paz e da confiança em Deus. A previdência, por outro lado, é uma forma de sabedoria que Deus nos concede. Ela nos capacita a sermos responsáveis e cuidadosos com os recursos que temos.

Ser previdente não contradiz a orientação bíblica de não andar ansioso, mas, sim, a complementa, pois somos chamados a viver com confiança em Deus e a agir prudencialmente em todas as áreas de nossas vidas.

Concluindo sobre o tema, podemos perceber que a referência bíblica citada em Mateus 6.25-33 nos lembra a importância de confiar em Deus para que Ele suprima nossas necessidades básicas. Isso não implica em negligenciar nossa responsabilidade de sermos previdentes. Ser previdente é agir com sabedoria, planejar, poupar e tomar decisões prudentes, com Deus como a principal fonte de nossa confiança. Confiar em Deus e ser previdente são duas qualidades que podem andar de mãos dadas, proporcionando ao servo do Senhor uma vida equilibrada e plena em Cristo.

por Agissé Levi da Silveira

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