Em romanos 16.10, temos uma saudação de Paulo para um homem chamado Apeles. Diz o Apóstolo: “Saudai a Apeles, aprovado em Cristo”. Creio que o que aconteceu comigo deve ter acontecido com o leitor. Por várias vezes lemos este capítulo e passamos despercebido nas poucas palavras de Paulo para este homem: “aprovado em Cristo”.
Quem foi Apeles: alto ou baixo? Novo ou idoso? Gordo ou
magro? Que tipo de trabalho na obra de Deus desempenhava? Seria um colaborador
de Paulo? Ou desenvolvia um trabalho paralelo?
Talvez, pelo nome, tenha sido um judeu da diáspora convertido
ao cristianismo em Roma, pois nessa cidade este nome era dado ao judeu
helenizado. Nada! Absolutamente nada sabemos deste homem. Ao longo de minhas pesquisas
sobre ele, encontrei somente duas informações:
1. A que
está registrada no texto lido (Romanos 16.10).
2. A segunda
vem de Eusébio de Cesareia, no início do século
3. por volta
de 313.
Eusébio nos informa que a esposa dele era Filomena, e tinha sido
classificada como herege. Vejo de forma positiva a classificação de sua esposa
como herege, pois nessa época todo ensino que fosse contra a Igreja que se
institucionalizava era considerado heresia. Houve muitos santos de Deus que foram
classificados como hereges, bastando citar Wicliff , Huss, Savonarola e Lutero.
Inclusive, Aubrey Burl escreve um livro sobre os cátaros e albigenses, que tem como
título “Hereges de Deus”. No entanto, temos uma informação fundamental de Paulo
sobre este ilustre desconhecido: “aprovado em Cristo”. Podemos considerar três
situações na vida de Apeles que possivelmente teriam ocorrido:
1. Paulo o
conhecia por algum tempo. Ninguém dará um testemunho positivo sobre uma pessoa
sem não o conhecer. Não sabemos o tempo, mas ele existiu em relação a Paulo e
Apeles.
2.
Certamente, Paulo observou que tudo que Apeles fazia prosperava. Certamente
fazia com esmero e dedicação.
3.
Possivelmente, Apeles deve ter enfrentado oposição ou perseguição em sua
prática do Evangelho, e venceu a todas. Devemos nos lembrar que nesta época os cristãos
já estavam sendo perseguidos. Paulo foi decapitado. O apóstolo então podia
concluir: era um aprovado em Cristo.
Nas Cartas que escreveu, Paulo menciona nomes de pessoas saudando-as,
mas muitas vezes destacando suas qualidades ou características no
relacionamento, entre as quais estão: Feber, aquela que ministra; Priscila e
Aquila, meus cooperadores; Epêneto, um dos primeiros da Ásia; Maria, que muito
trabalhou; Andrônico e Junias, companheiros de prisão; Amplíato, amigo; Urbano,
cooperador; Estáquis, amado; Aristóbulo, saudação; Herodião, meu parente;
Narciso, saudação; Trifena e Trífosa trabalham no Senhor; Pérside, muito
trabalhou; Rufo, eleito; Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas, saudações;
Filólogo, Júlia, Nereu e Olímpia, saudações.
De minha parte, creio que uma saudação que se destaca foi a
de Apeles. Creio também que qualquer um trocaria do que tem adquirido ao longo
dos anos pela declaração de aprovado em Cristo. Sermos aprovados em Cristo deve
ser nossa grande meta e propósito.
Vemos Paulo, ao final de sua carreira, preso e quase
sozinho. Diz ele: “[...] Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para
Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para Dalmácia. Só Lucas está
comigo [...] Tíquico [foi enviado] a Éfeso [...] Alexandre, o latoeiro,
causou-me muitos males [...] Ninguém me assistiu na minha primeira defesa;
antes, todos me desampararam [...]” (2 Timóteo 4.10-16).
Facilmente se percebe no texto acima aqueles citados pelo
apóstolo Paulo que não receberiam a declaração de “aprovados no Senhor”. Em 1
Coríntios 9.27, o apóstolo
declara: “subjugo o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado
a outros, não venha eu mesmo, a ser reprovado”. Também disse para o filho na
fé, Timóteo: “procura apresentar-te a Deus aprovado” (2 Timóteo 2.15).
por Vantuil Gonçalves dos Santos
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