Esdras: o perfil bíblico de um pregador

Esdras: o perfil bíblico de um pregador


A igreja hodierna atravessa dias tenebrosos, existem muitas ameaças externas, porém a mais perigosa das ameaças é interna, os púlpitos das nossas igrejas estão sendo ocupados por homens descompromissados com Deus, são profissionais da fé, “vendem” milagres, distorcem o texto sagrado a bel prazer, para seu próprio benefício, com suas hermenêuticas e revelações particulares.

Nas páginas do santo livro, encontramos uma personagem que contrasta os pregadores contemporâneos, Esdras cujo nome significa “ajuda”, surge na narrativa bíblica após o exílio de Judá na Babilônia, e ao lado de Neemias, ajudou a restaurar uma nação, Esdras era hábil pregador, escriba, da linhagem sacerdotal, profícuo escritor e homem piedoso.

O texto sagrado nos revela os três pilares do sucesso de Esdras como pregoeiro, traçando assim, um perfil bíblico de um pregador. Em primeiro lugar o texto diz, “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor”, a palavra de Deus é a fonte da pregação, sem ela nossas prédicas são meras palestras, que podem até comover o auditório, mas não atingirá sua alma, nem causará mudanças e transformações de vidas. O maior desafio da nossa geração de pregadores é resgatar o amor pelas Escrituras, estamos substituindo a palavra de Deus por coisas secundárias.

Esdras amava as sagradas letras, elas eram seu objeto de estudo, em dias em que o povo de Deus estava distante da Lei do Senhor, Esdras preparou seu coração para buscar a palavra, preparar o coração é fazer do estudo da Bíblia uma devoção, Esdras não começava suas preleções de pé, mais de joelhos, vessando o terreno para produzir frutos que sarariam uma nação doente.

Em segundo lugar o texto em apreço diz, “...e para cumpri-la”, Esdras vivia o que pregava seus discursos não eram meramente teatrais e homiléticos, sua Teologia estava em equilíbrio com sua vida, pregadores que vivem o que pregam é uma espécie em extinção no evangelicalismo brasileiro, existem sermões que são uma peça de teatro, tudo é encenado, técnico e sem experiência própria, muitos pregadores são ortodoxos de cabeça e hereges de conduta.

O que presenciamos hoje em dia, são “profetas” da conveniência, conhecem a palavra, mais não tem raiz na mesma, o que dizem na tribuna está em desacordo com suas ações. Esdras não pregava só aos ouvidos, mas pregava também aos olhos, sua ortodoxia estava alinhada com sua ortopraxia.

Em terceiro e último lugar o texto diz, “... e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos”, Esdras era um homem extraordinário, sua dinâmica de pregação consistia em conhecer a palavra, viver a palavra e ensinar a palavra. A compreensão desses princípios nos manterá fieis ao padrão de Deus para o ministério da pregação, Esdras modificou o rumo da história de um povo, quando lhe ensinou todo o conselho de Deus, que possamos ser “ajudados” por Esdras, retornemos para as escrituras, a nação brasileira sucumbe em imoralidade, corrupção e ceticismo, que Deus levante pregadores semelhantes a Esdras em nosso tempo, pois só a Palavra de Deus pode mudar este cenário. Ora vem Senhor Jesus! 

Referências

CHAMPLIM. Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 10.ed. São Paulo: Hagnos, 2011.

WIERSBE, Warren. Comentário Bíblico Expositivo – Antigo Testamento – vol2. Santo André: Editora Geográfica, 2011.

ZIBORDI, Ciro Sanches. Procuram-se Pregadores como Paulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

por Geovane Leite

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