A expansão do genuíno Movimento Pentecostal

A expansão do genuíno Movimento Pentecostal


Após a descida do Espírito Santo, profetizada por Joel 2.28-31 e cumprida em Atos 2.1-13, vemos o que podemos designar como a primeira conversão em massa presenciada pela Igreja Primitiva, como descreve o evangelista Lucas: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas”. Desde então, inúmeros outros avivamentos (ou reavivamentos) têm surgido no decorrer da História da Igreja.

O mover do Espírito foi sentido por homens como Irineu (130-200 d.C.), Justino Mártir (100-165 d.C.), Orígenes (185-254 d.C.), Crisóstomo (347-407 d.C.), Agostinho (354-430 d.C.) e por grupos, tais como: os Valdenses e Albignenses (1140-1280 d.C.), Lutero (1483-1546), os Anabatistas da Alemanha (1521-1550), os Huguenotes (1560-1650, os Quarkers (1647-1650), os Sharkers (1774-1771), os Metodistas (1703-1791) e os Irvingitas (1822-1834).O que estes homens e grupos cristãos tinham em comum? Todos foram impactados pela ação sobrenatural do Espírito Santo. Assim como em Atos 2, eles desfrutaram da atmosfera da ação do Espírito Santo, que manifestava entre eles línguas estranhas, dons espirituais, busca profunda por santidade e o ardente desejo por levar aos pecadores o Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Dentre  estes  avivamentos,  encontra-se na história o registro do que ficou conhecido como Movimento Pentecostal Moderno (final do século XIX em diante), que, semelhante aos avivamentos anteriores, desfruta da ação sobrenatural do Espírito Santo, e com um imenso desejo por “revestimento de poder do alto” (Lucas 24.49), para pregar o Evangelho a toda criatura, cumprindo-se, assim, a ordenança de Jesus (Atos 1.8). Como descreve Vinson Synan: “Em 1º de janeiro de 1901, uma jovem chamada Agnes Ozman foi batizada com o Espírito Santo numa pequena escola bíblica em Topeka, no Kansas. Aluna de Charles Fox Parham, ex-pastor metodista e professor da Igreja Holiness, Agnes experimentou uma impressionante manifestação do dom de línguas e tornou-se a primeira pentecostal do século XX” (SYNAN, 2009, p.15). 

No entanto, é a partir da Rua Azusa que o Movimento Pentecostal toma proporções mundiais, como descreve Antonio Gilberto: “A grande metrópole de Chicago recebeu a mensagem pentecostal da Rua Azusa e logo tornou-se o centro irradiador do Movimento Pentecostal, inclusive para o Brasil, o que ocorreu em 1910. Foi, pois, na Azusa Street, que o Movimento Pentecostal se consolidou, tendo sua origem muito humilde, mas cheia da glória de divina [...]” (GILBERTO, 2019, p. 52). 

Com declarações semelhantes a “Jesus Salva, Cura, Batiza no Espírito Santo e em breve Voltará”, o Movimento Pentecostal tem cumprido o Ide de nosso Senhor Jesus Cristo. Robert P. Menzies ratifica esse crescimento do pentecostalismo, dizendo que “o crescimento rápido das igrejas pentecostais em todo o mundo, particularmente em dois terços do mundo, torna difícil as igrejas ocidentais ignorarem esse movimento e sua teologia. As igrejas pentecostais em todo o mundo têm crescido com tal rapidez que ‘alguns historiadores referem-se ao século XX como o século pentecostal’” (MENZIES, 2018, p. 38).

A expansão do Movimento Pentecostal tem despertado a atenção de estudiosos. Dentre todos os movimentos de avivamento registrados na história, o centenário Movimento Pentecostal continua a se expandir pelo mundo, caracterizando-se como a continuação da Reforma Protestante, como declara Alister McGrath: “O pentecostalismo deve ser entendido como parte de um processo protestante de reflexão, reconsideração e regeneração. Ele não é uma ‘nova reforma’, mas o resultado legítimo do programa contínuo que caracteriza e define o protestantismo desde o início” (MCGRATH, 2012, p.248).

Como declara o historiador britânico Philip Jenkins: “Como mostrou Harvey Cox em Fire from Heaven, a expansão pentecostal pelo hemisfério sul tem sido tão espantosa que chega a justificar as afirmações de uma nova Reforma” (JENKINS, 2004, p.23). Em seguida, Jenkins prevê o pentecostalismo como sendo o maior segmento dentro da cristandade global: “Segundo a maioria das fontes, os integrantes das igrejas pentecostais e independentes já estão na casa das centenas de milhões e suas congregações situam-se, justamente, nas regiões de crescimento populacional mais rápido. Dentro de algumas décadas, essas denominações representarão um segmento muito maior da cristandade global, e é até concebível que componham a maioria” (JENKINS, 2004, p.23). O Movimento Pentecostal Moderno, à semelhança da Igreja Primitiva descrita em Atos dos Apóstolos, continua avançando na pregação do Evangelho de nosso Senhor Jesus, enfrentando perseguições semelhantes a enfrentadas pelos apóstolos, mas desfrutando também dos sinais e prodígios operados por Jesus, e dos cuidados do Santo Espírito. 

Notas

1 GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais: como obter e manter um genuíno avivamento pentecostal nos dias de hoje. Rio de Janeiro, 2019: CPAD, pp. 42-44.

2 Vinson Synan. O Século do Espírito Santo: 100 Anos de Renovação Pentecostal e Carismática. São Paulo: Vida, 2009, p.16.

Referências

GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais: como obter e manter um genuíno avivamento pentecostal nos dias de hoje. Rio de Janeiro, 2019: CPAD.

JENKINS, Philip. A Próxima Cristandade: A chegada do cristianismo global. Rio de Janeiro: Record, 2004.  

MCGRATH, Alister. A Revolução Protestante: Uma provocante história do protestantismo contada desde o século 16 até os dias de hoje. Brasília: Editora Palavra, 2021.

MENZIES, Robert P. Pentecostes: Essa história é a nossa história. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

SYNAN, Vinson. O Século do Espírito Santo: 100 Anos de Renovação Pentecostal e Carismática. São Paulo: Vida, 2009.

por Valdemir Pires Moreira

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