Comidas típicas de festas juninas podem ser consumidas por crentes?

Comidas típicas de festas juninas podem ser consumidas por crentes?

Comermos tais alimentos não seria a quebra da ordenança bíblica de nos abstermos das coisas sacrificadas aos ídolos (Atos 15.29; 21.25)? Não deveríamos usar o mesmo princípio que usamos ao não permitirmos nossas crianças consumirem doces do “Dia de Cosme e Damião”?

Uma pergunta recorrente, especialmente no período de festas juninas, diz respeito às comidas típicas, relacionadas com essas celebrações pagãs: Podem os crentes consumir milho, doces de amendoim, pipoca etc., nesse período? Uma resposta simples e objetiva a essa questão seria “não”. Afinal, o Novo Testamento afirma que os salvos devem abster-se “das coisas sacrificadas aos ídolos” ou guardar e “do que se sacrifica aos ídolos” (Atos 15.29; 21.25). Mas alguns irmãos relativizam esses textos bíblicos e dizem que podemos comer o que desejarmos sem qualquer peso na consciência. Para eles, é puro legalismo tentar descobrir a origem dos alimentos, já que podemos comer de tudo que se vende no mercado, sem fazer qualquer questionamento (1 Coríntios 10.25, ARA). Há alguns casos, entretanto, em que, mesmo sem tentar descobrir, sabemos que uma comida foi oferecida a ídolos. Um crente em Jesus, por exemplo, não deve participar de festas juninas, porque é evidente que tudo ali onde está participando tem a ver com paganismo. Não há como negar que, por detrás de fogueiras, danças divertidas e comidas típicas, há práticas idolátricas (missas, rezas e procissões), pedidos aos “santos” católicos, como se estes fossem mediadores, além do fato de os próprios alimentos serem oferecidos a ídolos. Outro exemplo é o Dia de Cosme e Damião. Não há qualquer dúvida de que os doces distribuídos, especialmente às crianças, são oferecidos aos mencionados “santos”.

Diante do exposto, precisamos entender o que Paulo quis dizer em 1 Coríntios 10.25: “Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência”. Esse apóstolo enfatizou, aqui, a liberdade cristã, permitindo aos coríntios que comessem alimentos que possivelmente vinham diretamente dos templos pagãos para os mercados. Mas é preciso observar o que ele diz em seguida (vv. 19-24). Como os crentes de Corinto vieram do paganismo e estavam acostumados a participar de festas tradicionais, Paulo os orientou a não mais visitar o templo pagão da cidade ou participar dos festejos comendo carne, especialmente, já que isso seria objetivamente tomar parte do culto aos deuses.

Fazendo uma aplicação para os dias de hoje, não há qualquer problema em um crente comprar no mercado comidas consideradas típicas: milho, doces de amendoim, pipoca, pamonha etc. O que ele não deve é participar de festas pagãs (cf. 2 Coríntios 6.14-18).

Pensemos em outra circunstância. Digamos que uma pessoa não crente que um cristão esteja evangelizando o convide para um aniversário de seu filho, em sua casa. Ao chegar lá, esse irmão nota que a decoração da festa remete a “São João”, sugerindo que tudo ali foi oferecido a ídolos. Como ele deveria se conduzir? Se continuarmos a leitura de 1 Coríntios 10, perceberemos que Paulo já tinha pensado nessa possibilidade! Ele explica que um crente só não deveria comer o que se oferece em tal festa caso houvesse ali outro cristão fraco, que pudesse se escandalizar (vv. 27-31).

Comer algum alimento ali não seria idolatria, já que idolatria é um pecado objetivo, consciente. Por outro lado, há casos em que devemos fugir da aparência do mal (1 Tessalonicenses 5.22). Em resumo, podemos comer de tudo, sem peso na consciência. O que não devemos é participar de festas pagãs, como as juninas, já que preservam rituais de invocação e comidas oferecidas a “santos”. Embora todas as coisas sejam lícitas, nem todas convêm, edificam ou glorificam a Deus (1 Coríntios 10.23,31).

por Ciro Sanches Zibordi

Compartilhe este artigo. Obrigado.

Comentário

Seu comentário é muito importante

Postagem Anterior Próxima Postagem