Sombra da Lei e verdade do Evangelho

Sombra da Lei e verdade do Evangelho

Meditemos no texto de Hebreus 10.1: “Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam”.

O povo de Israel, quando liberto por Deus da escravidão do Egito, foi submetido à Lei que o Senhor impôs para que obedecesse estritamente sob pena de castigo e até morte.

Essa Lei de Deus abrangia todas as ações do homem, desde a higiene até as ordenanças religiosas. A Lei também serviu de exemplo, de retidão, de justiça para a nação de Israel, povo escolhido de Deus para ser testemunha a todas as nações. Até hoje, lá estão em meio a 320 milhões de mulçumanos odiosos, que os querem ver varridos do mapa, mas a verdade de Deus permanece e a Sua promessa a Abraão está se cumprindo.

A Lei Mosaica aplicada a Israel servia também para as futuras gerações gentílicas no mundo. Como Deus disse a Abraão: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3). O povo hebreu não obedeceu plenamente a Lei entregue a Moisés no Monte Sinai, mas rebelou-se contra Deus e a Sua Palavra. Então Deus, usando o seu profeta Jeremias, disse: “Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31.31-33).

Deus estava dizendo que uma nova Lei seria estabelecida. Não a Lei que eles receberam no Monte Sinai, uma Lei imposta de fora para dentro, isto é, que consistia em mandamentos. Mas uma Lei que seria de dentro para fora, isto é, do coração para a ação. Então, essa Lei não seria só para Israel, mas também para todos os que abrissem o seu coração para Deus. O Senhor usou o profeta Isaias dizendo: “Fui buscado pelos que não perguntavam por mim; fui achado por aqueles que me não buscavam; a um povo que se não chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui” (Isaias 65.1). Aí, entramos nós, os gentios que não tínhamos direito aos privilégios divinos de perdão e de comunhão com o Deus que criou os céus e a terra.

O apóstolo Paulo nos abriu o leque dessa compreensão e nos fez entender a porta dessa graça quando escreveu: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem-ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito” (Efésios 2.10-22).

Então, a história, a trajetória, as leis e mandamentos para Israel serviram para nós, os gentios, não de doutrina e mandamentos, mas de condução. Como explicou o apóstolo Paulo: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados. Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio [condutor ou pedagogo]. Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gálatas 3.24-29). De sorte que somos o Israel de Deus fundamentados na Lei do Espírito (Romanos 8.2) e na doutrina dos apóstolos (Atos 2.42).

por José Edson de Souza

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