Servos para a glória de Deus!

Servos para a glória de Deus!

Quais prioridades no mundo em que vivemos? Ao iniciarmos uma caminhada em qualquer área, qual é o lugar de destino? Sem dúvida, as respostas da maioria apontarão para o êxito, o conforto, o reconhecimento dos pares e o grande volume de riquezas acumuladas. Essa é a busca por parte das pessoas que vivem sob a ótica do mundo hedonista e imediatista. Nesse meio, o sucesso pessoal está ligado a uma série de privilégios individuais.

Semelhante visão faz parte da vida de muita gente em nossas igrejas. São pessoas que acreditam serem seguidoras de Jesus, mas não se permitem aprender a caminhar com o Mestre. Veem como expressão de sucesso a posse do lugar de destaque, da voz com sonoridade bem equalizada, do conhecimento que explicita erudição e dos olhares de admiração pelos múltiplos talentos. Em uma sociedade midiática como a nossa, somamos à lista aqui apresentada os dados referentes aos acenos virtuais, como o número de seguidores, curtidas, compartilhamentos, dentre outros índices. É crescente o número dos que desejam ser influencers. Mas, qual o verdadeiro alcance dessa influência?

Todos querem a honra de serem servidos e reconhecidos. Mas, será que é este o exemplo que Cristo nos deixou? Claro que não. É grande a quantidade de cristãos que creem que o sucesso nas igrejas tem conexão com o reconhecimento dos talentos e o bom domínio do microfone e do público. Mas essa visão se perde por não atender ao que verdadeiramente alimenta a alma. É tempo de olharmos para Cristo e reconhecermos no exemplo do Mestre Amado o valor do servir e buscarmos, individualmente e coletivamente, um retorno a essa prática tão nítida nos exemplos deixados nas páginas dos Evangelhos.

Encontramos em várias passagens bíblicas o Senhor Jesus servindo às pessoas. O apóstolo Paulo deixou registrado que o Filho de Deus se esvaziou a si mesmo tomando a forma de servo (Filipenses 2.7-8) e serviu a todos. Isso só mostra a beleza e a satisfação em fazer o bem ao próximo com espontaneidade e alegria. Quando o Mestre tomou a bacia, a toalha e a água, os discípulos foram ainda mais impactados pela atitude tão simples e ao mesmo tempo tão repleta de sentido (João 13.5-16). Aqueles homens, ao verem Jesus curvado, ficaram espantados com tal atitude: o Mestre a lavar-lhes os pés? Mas, essa não deveria ser a tarefa de outra pessoa? Aqueles homens ainda não haviam aprendido a nobreza contida na alegria em servir o próximo. A proposta de Jesus era que os Seus seguidores aprendessem essa valiosa lição. Ele conclui ao perguntar: “Entendeis o que vos tenho feito?” (v.12). A vida cristã tem sua fonte de inspiração no exemplo deixado por Cristo, que a todos serviu e deu a Sua vida como resgate por muitos (Mateus 20.28).

A pergunta indignada do apóstolo Pedro nos identifica, quando, aflorada nossa natureza humana, nos deparamos com o que realmente representa uma vida inspirada em Cristo. O caminho da cruz nos leva a dobrar os joelhos prostrados, ocupar nossas mãos com as necessidades dos nossos próximos, reconhecer que nada somos e, jubilosos, alegrarmo-nos com o Deus que nos amou de tal maneira!

Como é bom abençoar vidas servindo-as! Como é gratificante saber que podemos nos doar imersos na bondade cristã! Os evangelistas nos mostram em seus livros Jesus preocupado com as pessoas como um todo. Ele ofereceu a Sua vida por nós na cruz para que pudéssemos ser alcançados pela mensagem de salvação (João 3.16). Cristo mostrou-se como o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6), e como Aquele através de quem alcançamos a vida eterna (João 6.68). Também é glorioso saber que, além da tão preciosa salvação, as pessoas alcançadas por Cristo eram cuidadas em suas necessidades mais imediatas: uma multidão foi alimentada (Marcos 6.34-44); uma festa foi amparada (João 2.1-11); uma mulher enferma fora curada (Mateus 9.18-26); uma viúva fora consolada (Lucas 7.11-17); crianças foram cuidadas e ensinadas (Mateus 19.13-15). Muitos são os exemplos. 

Certa vez, o Mestre perguntou (Lucas 22.27): “Pois qual é o maior, o que está a mesa ou o que serve?”. Qual seria a nossa resposta imediata? Jesus nos surpreendeu com a resposta: “Não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve”. A grandiosidade não está em ser servido, mas em se permitir ser abençoador dos demais. Servir não é um fardo, mas, sim, um privilégio que sacia a alma e alegra o coração de quem, conscientemente, se doa.

O ato de servir se revela em um caminho natural para quem busca viver um relacionamento íntimo com Deus. Quanto mais buscamos uma vida cristã de intimidade com o Senhor, mais o “servir” se torna constante e significativo em nossas trajetórias. Na vida cristã, não servimos por nossas próprias forças e motivações pessoais. Não basta ser “generoso” para ser um servo para a glória de Deus. Ao olharmos e confiarmos em nossas próprias forças, nada de bom encontraremos. Mas, quando buscamos um relacionamento com Deus, tudo muda (Salmos 51.10) e naturalmente começamos a glorificá-lo através de toda a nossa vida, como um ramo ligado na videira verdadeira (João 15). Nesse momento, servir torna-se consequência de uma vida cristã plena e nossos frutos apresentam-se como simples e maravilhosos reflexos da presença do Espírito Santo de Deus em nossas vidas. Amém!

por Marcos Tedesco

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