Avivamento em Asbury chama a atenção do mundo evangélico e secular

Avivamento em Asbury chama a atenção do mundo evangélico e secular

Mover natural em instituição cristã nos EUA que atraiu pessoas de todo mundo que começou durante um culto, que continuou por duas semanas

No dia 8 de fevereiro, aconteceu o início de um mover sobrenatural que impactou os estudantes e funcionários de uma pequena universidade cristã em Wilmore, zona rural de Kentucky (EUA). Eles experimentaram por mais de 200 horas um mover de Deus que atraiu a atenção da sociedade norte-americana e do resto do mundo por causa dos inúmeros testemunhos de pessoas que eram tocadas por Deus ali, com testemunhos de conversões e curas. A reunião em que a manifestação divina ocorreu faz parte da rotina semanal da Asbury University, de um culto semanal de adoração e oração.

A editora do jornal do campus The Collegian, a aluna Alexandra Presta, relatou como tudo começou:  após  o  término  do  culto na quarta, 8 de fevereiro, aproximadamente 30 alunos não saíram da capela Hughes Auditorium. O jovem professor e pastor que pregou naquela manhã o fez com base no texto de Romanos 12.9: “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”. A movimentação incomum de um culto que envolvia os alunos chamou a atenção dos demais e de professores, que se juntaram ao grupo. Líderes das igrejas locais e funcionários do seminário também foram conferir e acabaram formando um grande evento de quebrantamento e louvor ao Senhor, que parecia não acabar. 

“Desde então, não parou. Tem sido uma mistura de adoração, testemunho, oração, confissão, silêncio”, relatou a aluna ao The Christian Post. Ela qualificou o ocorrido como “uma experiência plena do Espírito Santo”. Em matéria do The Collegian, a estudante reportou: “Ninguém nem esperava que isso acontecesse. Não em uma quarta-feira aleatória, com certeza. No entanto, sentamos e cantamos sobre o derramamento do amor de Deus e Sua bondade”.

Milhares de pessoas participaram do encontro de avivamento desde o início do prolongado culto. Algumas pessoas compareceram, foram embora e retornaram mais tarde. Já outros, segundo a estudante, “dormiram no chão e continuaram louvando a Deus sem parar”. No primeiro dia, os participantes foram servidos pelos demais com lanches, café e água a fim de renovarem suas forças. No dia seguinte, aconteceu uma chamada de confissão e pelo menos 100 pessoas ajoelharam-se diante do altar e clamaram pela misericórdia divina. Foram ouvidas confissões de vícios, medo, raiva, orgulho e amargura, acompanhados sempre com a declaração: “Cristo te perdoa”.

Bill Elliff, pastor da The Summit Church, que participou do culto, relatou que no dia 10, o Hughes Auditorium, que tem capacidade de acomodar 1,5 mil pessoas, já estava lotado para mais um momento de adoração e pregação da Palavra de Deus. Eric Allen, líder da equipe de missões da Convenção Batista de Kentucky, compareceu ao culto no dia 11 e constatou que o movimento em Asbury University era um avivamento genuíno. “Sherry (esposa de Allen) e eu estávamos lá apenas alguns minutos cantando, quando nós dois ficamos emocionados e em lágrimas porque a presença de Deus era tão real naquele lugar. Pudemos sentir isso. Houve louvor e adoração genuínos. Tudo apontava para Deus e era muito centrado em Cristo”, confessou o líder, em entrevista à Baptist Press.

Allen disse ainda que havia liberdade do Espírito sem comprometer a ordem estabelecida. “Uma das coisas que notei foi que havia espontaneidade e ordem no que estava acontecendo. Não era um tipo de ordem sufocante ou restritiva, porque também havia liberdade para as pessoas testemunharem, cantarem ou orarem, e a liberdade nunca era selvagem ou sem ordem. As pessoas têm fome de ver Deus em ação, e acho que é isso que atrai as multidões. Eles querem ver Deus fazer algo grande em nossas vidas e em nosso meio”, afirmou.

Kenny Rager, estrategista de evangelismo na Convenção Batista de Kentucky, também marcou presença e concordou com o relato de Allen. “Fiquei muito encorajado que a pregação da Palavra de Deus está acontecendo. Muitos cultos e testemunhos expressivos, mas também houve uma boa pregação da Palavra pela equipe”, observou.

Esta não é a primeira vez que a instituição de ensino nos Estados Unidos experimenta um movimento espiritual em seu campus. O seu histórico tem registrado que no dia 3 de fevereiro de 1970 ocorreu um movimento semelhante, com um culto que deveria durar 50 minutos, mas que continuou por 185 horas nos sete dias seguintes, sem interrupção. Naquela semana, as aulas da universidade foram canceladas e uma multidão se reuniu no Hughes Auditorium para adorar o Senhor e testemunhar de Sua graça.

O avivamento, ocorrido há mais de 50 anos, teve início semelhante ao atual. De acordo com a revista Impasto, acontecia mais um culto regular às 10h na capela Hughes Auditorium com o reitor Custer B. Reynolds escalado para pregar, mas ele anunciou que Deus ordenou que desse oportunidade para os estudantes testemunharem e que não ministraria naquele culto. Assim foi feito e, ao longo de 20 minutos, alguns alunos falaram o que Deus havia realizado em suas vidas e as suas experiências. O mover do Espírito Santo aconteceu quando a reunião na capela estava pela metade. Repentinamente, um aluno levantou e declarou que recebia a Jesus como Salvador pessoal naquele momento. A decisão do jovem surpreendeu os participantes pelo fato de ele não cultivar uma vida pautada no Cristianismo e quase ter sido expulso da escola. “Há três dias que eu não sabia as razões de minha ida à Asbury University até ouvir sobre Jesus por colegas em meu dormitório”, teria dito na época. Então, o local da reunião foi tomado pela presença de Deus e uma multidão de universitários desejou testemunhar no altar sobre a transformação que vivenciavam em Cristo.

As notícias do avivamento em 1970 foram veiculadas pelos jornais, rádios e canais de TV dos EUA. Houve pessoas que viajaram de outros estados e até mesmo do Canadá até a instituição a fim de atestar com seus próprios olhos o mover de Deus. Os reflexos do avivamento continuaram a ser vistos pelos 50 dias seguintes, com relatos de multidões de pessoas a receber Jesus como Salvador pessoal. Os encontros eram liderados pelos professores, como Reynolds e Clarence Hunter.

“Como veterana, nunca testemunhei algo assim. Eu ouvi sobre isso de ex-alunos, especialmente aqueles que vieram ao auditório e falaram sobre sua experiência com o reavivamento de 1970”, contou Alexandra Presta. Ela acrescentou que “este é um ato puro do Espírito Santo derramando amor, paz e cura – os corações estão sendo transformados”.

As notícias do Avivamento de Asbury, que começou entre jovens, chegaram na mesma semana em que o Centers of Disease Control and Prevention (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) veiculou um levantamento que mostra que a atual geração de jovens dos Estados Unidos é a que mais morre de overdose e a que mais tenta o suicídio de toda a história norte-americana.

Testemunhos

O avivamento na Universidade Asbury foi notabilizado, principalmente, pelo fato de ter levado muita gente a reconhecer sua condição pecaminosa e quedar-se ao arrependimento, tal atitude caracteriza um dos pontos basilares de um genuíno avivamento: levar o ser humano a reconsiderar seus conceitos morais e aproximar-se do Criador com a intenção de reconciliar-se. A jovem Taylor McGaugh, 20 anos, estudante de Psicologia da Universidade de Asbury, disse em seu depoimento que o campus estudantil de Asbury experimenta algo nunca antes visto por sua geração. “É verdadeiramente um momento na história de Asbury que nunca será esquecido. Quando ouvi falar sobre o que acontecia, fiquei confusa, mas, quando fui à capela da universidade, entendi que precisava da universidade e entendi que precisava daquela experiência, e que muitos outros estudantes dela necessitavam”.

A jovem estudante não está sozinha em suas considerações, e as notícias de transformações de vidas e confissão de pecados foi veiculado pelas mídias sociais e demais canais de informação no que levou missionários cristãos, estudantes de outras instituições e demais cidadãos a viajarem até o local e enfrentarem filas quilométricas para participar do culto em Wilmore. A fazendeira Nina Mullins, 45 anos, foi uma dessas pessoas. Mãe de dois adolescentes e ex-aluna da universidade, Mullins, criada no norte do estado de Nova York, confirma que o fenômeno não foi algo planejado pelos estudantes ou professores, mas a manifestação divina entre os homens. “Eu me formei em 2000. Este reavivamento não foi planejado, mas é muito belo. Não é estrondoso e cheio de sinais e maravilhas, os quais vem em nossas mentes quando pensamos na palavra avivamento. Em vez disso, é pacífico, suave e cheio de arrependimento e adoração”.

O ugandense Ethan Mayo, 23 anos, nascido em Kampala e filho de missionários norte-americanos faz coro com os demais participantes no que se refere à autenticidade do acontecimento sobrenatural. “Em relação ao fenômeno, eu diria que nada mais é do que o Espírito Santo trabalhando. De forma alguma é uma produção feita pelo homem, mas surgiu aleatoriamente a partir de uma fome de ver Deus se mover”. Ele estudou na universidade entre os anos de 2017 a 2021 e se formou no ministério de jovens, portanto, com conhecimento de causa quanto aos anseios dos corações juvenis em busca de propósitos e realizações na vida.

Um exemplo notável de persistência foi o de Zachariah Lawson, estudante matriculado no Lindsay Wilson College, que ao saber do avivamento em Wilmore, ele dirigiu de Columbia a Asbury para presenciar o que Deus estava realizando entre os universitários. “Estive na Universidade de Asbury por 9 horas no último dia 10, das 1h30 às 10h45. Fiquei por lá durante toda a noite. Ouvi pela primeira vez sobre o que estava acontecendo através de nosso capelão aqui na escola, em seguida, mais tarde, por intermédio de um artigo. O que mais me impressionou foram os estudantes de Asbury buscando e adorando a Deus durante toda a noite. Acredito que isso é reavivamento que está se espalhando para outras universidades e para o mundo”, revelou Lawson.

Avivamento se espalha nos Estados Unidos

O avivamento em Asbury tem “contagiado” outros alunos universitários em outros locais nos Estados Unidos: o corpo discente da Universidade de Cedarville, em Ohio, têm se dedicado à oração e contrição diante de Deus e experimentado um mover semelhante àquele ocorrido na capela da universidade em Kentucky. O presidente da faculdade cristã, Thomas White, disse que os estudantes vivenciaram “um derramamento especial e uma sensação da presença do Senhor”.

“O serviço religioso de segunda-feira (13) pela manhã foi tomado por um sentimento diferente, depois que os alunos repassavam a passagem do Salmo 86 do Antigo Testamento. Em seguida, eles iniciaram um louvor. Durante a música, sem uma chamada de altar ou convite de qualquer tipo, tivemos alguns alunos que começaram a se apresentar e orar (...) E então, quando voltei ao palco – o sermão havia acabado naquele ponto – começamos a orar e a cantar. E, antes que a capela terminasse, havia um altar cheio de alunos apenas em oração, alguns chorando e outros se abraçando”, revelou o presidente ao The Christian Post.

Por causa da manifestação divina ao longo do serviço religioso, que acontece apenas no período da manhã nas segundas e terças-feiras, os alunos se organizaram a fim de atender a demanda e realizar atividades noturnas, com a presença de muitos alunos para orar e adorar a Deus. Já na quarta-feira, os alunos atenderam ao chamado do Espírito Santo e foram até outras faculdades da região para evangelizar e clamar ao Senhor a fim de que aconteça um derramamento único nesses espaços.

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