A Igreja em um mundo pós-moderno

A Igreja em um mundo pós-moderno

O mundo pós-moderno tem trazido avassaladores e velozes desafios para a Igreja de Cristo. As decisões e posições da Igreja precisam ser rápidas porque as mudanças propostas pela pós-modernidade são rápidas. Como ministros do Evangelho, temos experimentado uma avalanche de inovações, modismos, modernismos, filosofias, ideologias, deuses modernos, e tantos outros ataques que poderíamos passar algumas linhas tão somente fazendo citações. Como Igreja e como ministros do Evangelho de Cristo, temos o dever de zelar pelo padrão, princípios e identidade bíblica da Igreja.

Há uma passagem bíblica em particular que nos chama a atenção e cabe como uma luva na realidade que enfrentamos diariamente no exercício de nossos ministérios e na condução da Igreja de Cristo: o capítulo 18 do Livro de Juízes, que traz a narrativa da atitude dos filhos de Dã, cuja liderança escolheu cinco homens valorosos para que fossem conhecer a terra. No caminho, na montanha de Efraim, na casa de Mica, eles encontraram um moço que se intitulava sacerdote. Este personagem disse para aqueles espias que a sua missão seria abençoada pelo Senhor. Voltando para os seus, eles divulgaram a notícia de que a terra era boa, espaçosa e larga e poderiam tomá-la. Os danitas reuniram então 600 soldados para a suposta conquista. Ao chegarem na casa de Mica, “entraram ali, e tomaram a imagem de escultura, o éfode, os terafins, e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens que estavam munidos com as armas de guerra” (Juízes 18.17).

Os homens que já haviam espiado a terra voltam convictos que deveriam levar e implantar não somente o modo de vida da casa de Mica, mas também o falso sacerdote, seus deuses, terafins, o falsificado éfode e todo o sistema fraudulento, humano e terreno de adoração. O relato da ação dos danitas é uma aula do que não fazer em relação ao nosso modo de adorar o Senhor. Não precisamos bater de porta em porta para buscar um meio de adorar e servir a Deus. Não precisamos sair em busca de inovações e modismos para servirmos o Senhor, pois Ele já nos tem indicado os parâmetros a seguir através de Sua Palavra. Quando assim procedemos, trazemos para os nossos arraiais falsos sacerdotes que não têm outorga divina para exercer seus ministérios. Inúmeras igrejas que inovam se aparelham com os modismos e as influências do mundo pós-moderno e acabam possuindo líderes que não possuem uma outorga do Altíssimo para exercerem seus ministérios. Enquanto estiverem tendenciosos a buscar “terafins”, “imagem de fundição”, paganismos e festas pagãs para “incrementar” seu culto de adoração, certamente perderão sua identidade e referências, sendo levados para todos os lados pelos ventos.

Os deuses da pós-modernidade colocam o homem no centro do louvor. O egocentrismo, o hedonismo, a busca pelo prazer a qualquer custo, tem destruído igrejas e levado ao insucesso espiritual, resultando no fracasso no crescimento do Reino. O crescimento não nos é a garantia de um bom padrão espiritual, mas a premissa contrária é verdadeira: um bom nível de padrão espiritual certamente nos levará ao crescimento. Aprendemos isso à luz da Palavra de Deus, e com a história de crescimento e expansão de nossa própria denominação. Chegamos aos dias atuais porque homens simples entenderam essa mensagem e atenderam ao querer divino. Muitos se excedem em críticas aos nossos pais na fé e à forma como serviram a Deus, o que acaba desestimulando e descaracterizando essa geração quanto a servir a Deus como eles. Longe do mundanismo de sua época, das inovações e modismos, distantes de tudo que desagradava o Eterno, eles viveram o extraordinário de Deus para suas vidas, contribuindo com o crescimento da denominação, que se tornou um organismo atuante. Ouvimos testemunhos do agir de Deus, curas, batismos no Espírito Santo, libertação, testemunhos maravilhosos da manifestação do poder de Deus e da transformação de vidas.

Urge em nossos dias uma tomada de decisão de repudiarmos o mundanismo e banir de nossos púlpitos o Evangelho coaching e as pregações filosóficas alinhadas com a ideologia terrena e diabólica. Precisamos empurrar para fora as pregações motivacionais e resgatar as mensagens que conduzem os homens ao arrependimento e nos levam a uma vida incondicional de entrega ao Senhor. É tempo de avivar os marcos, de trazer a Palavra do Senhor para o centro de nossas igrejas, de voltarmos a ensinar nossas crianças, jovens, anciãos e adolescentes a viver uma vida de oração. É imperiosa a retomada do caminho da santidade, da separação, da consagração, de estar bem claro que estamos no mundo, mas não somos do mundo. Que os deuses deste século, que os falsos sacerdotes e os paganismos que estejam em outras tribos continuem por lá, pois aqui o Senhor continuará reinando soberanamente.

Por Álvaro Lopes Braun.

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