A regeneração de Saulo de Tarso

A regeneração de Saulo de Tarso

Como se explica a conversão ao cristianismo de um perseguidor dos cristãos? Essa mudança radical só pode ser compreendida pela ação sobrenatural do Espírito de Deus, pois com a luz da Sua Palavra, o Senhor remove toda a cegueira espiritual que em trevas encobre o entendimento do homem. E até mesmo aqueles que têm os corações mais duros, quando ouvem a voz de Deus, se derretem como cera diante do fogo. Porquanto, uma experiência sobrenatural com Deus é tão marcante quanto o ferro em brasa, aquecido na fornalha, quando encosta no corpo. O inexplicável poder de Deus, muito além da compreensão humana, é capaz de mudar a mente, o coração, os pensamentos, a alma e o espírito do homem. De fato, uma coisa é ouvir falar de um milagre, um arrebatamento ou a manifestação poderosa de Deus, outra coisa é ser testemunha e ter a convicção do agir sobrenatural do Senhor.

Foi isso que aconteceu com Saulo, pois ele experimentou um contato com o Senhor. No caminho de Damasco, Jesus se apresentou a ele e lhe deu uma pequena amostra do Seu grande poder. Saulo, que depois de sua conversão passou a ser chamado de Paulo, viu o Senhor Jesus. A segurança que essa experiência lhe deu ninguém poderia colocar em dúvida. E até quando lançaram dúvidas sobre o seu ministério apostólico, ele disse: “Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo, Senhor nosso?” (1 Coríntios 9.1). A sua fé o impulsionou de tal forma, que deixou tudo para trás. Abandonou o judaísmo e, por amor a Cristo, desprezou tudo que antes tinha, conforme ele mesmo escreveu aos filipenses: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de  Cristo  Jesus,  meu  Senhor;  pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo  e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte; para ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos” (Filipenses 3.7-11).

Essa  transformação que ocorreu em sua vida aconteceu em decorrência do processo de regeneração, sem o qual não é possível alcançar a salvação. À vista disso, quando Jesus recebeu a visita de Nicodemos e foi reconhecido como mestre divino, disse ao fariseu: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (João 3.3). Nicodemos, que era mestre em Israel, sem entender o real significado de nascer de novo, muito humilde, perguntou ao grande mestre: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” (João 3.4). A resposta de Jesus demonstrou que as coisas espirituais são difíceis de serem explicadas aos homens que vivem e pensam de forma natural: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.  Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3.5-8).

O que Deus faz somente pode ser entendido por pessoas espirituais. O homem natural pasma diante da sabedoria de Deus, a exemplo de Nicodemos perante Jesus, quando perguntou: “Como pode ser isso?”

É sabido que a ciência é capaz de explicar a maioria dos fenômenos do universo, mas o se deparar com as obras de Deus, fica impossibilitada de propor qualquer esclarecimento. Com efeito, a sabedoria humana não pode compreender o Espírito de Deus, porque as coisas espirituais são compreensíveis apenas pela sabedoria de Deus, como está escrito: “Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1 Coríntios 2.6-8).

No caso de Paulo, a mudança radical no seu entendimento sobre Jesus Cristo é inexplicável sob o ponto de vista humano. Mas por um outro prisma é explicável porque para Deus tudo é possível. Paulo foi transformado pela ação do Espírito Santo em sua vida e experimentou um novo nascimento. Ele se tornou uma nova criatura e tudo passou a ser novo em sua vida, conforme ele mesmo escreveu, na Segunda Epístola aos Coríntios: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5.17).

Por, Aristeu Alves.

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