Um dos assuntos mais comentados e pregados nos dias atuais tem sido a perda dos valores morais, éticos e espirituais. Nossa sociedade permissiva, pregoeira do relativismo moral, de fundamentos filosóficos contraditórios com a palavra de Deus, o resultado não poderia ser diferente: a rejeição ou inversão dos valores absolutos.
Os que postulam essa inversão de valores estão debaixo de um
“ai” de maldição. À corrupção e a decadência dos valores morais tornaram-se tão
gritantes que os homens não apenas se distanciaram da verdade, mas tornaram a
verdade em mentira e a mentira em verdade. Senão observe o texto: “Ai dos que
ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz,
escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo” (Isaías 5.18-25; 1 Pedro
1.15).
Como consequência da inversão de valores o mundo está entrando
na igreja, se é que já não esteja dentro de algumas. Na verdade, a igreja não
foi estabelecida para ficar de porta aberta para o mundo entrar nela, mas sim
porta aberta para ela sair e invadir o mundo. O mundo está dentro das igrejas através
de suas músicas, suas doutrinas, seus lazeres, diante deste quadro não vemos
diferença entre a igreja e o mundo. Martinho Lutero diz: “Não é a Igreja que
deve determinar o que deve ser ensinado das Escrituras, mas são as Escrituras
que determinam o que deve ser ensinado na Igreja”.
CAUSAS DA INVERSÃO DOS VALORES
Ascensão do relativismo moral Relativismo é a teoria
filosófica que se baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer
verdade ou valor absoluto. Ela parte do pressuposto de que todo ponto de vista
é válido. Essa filosofia afirma ainda que todas as posições morais, todos os
sistemas religiosos, todos os movimentos políticos, etc., são verdades que são
relativas ao indivíduo. É uma teoria filosófica baseada na relatividade do
conhecimento, da cultura e na moral; nada é absoluto. Assim, tudo é variável,
tudo depende da situação e na sociedade vigente. Segundo tais ensinos, o bem pode
ser considerado “bem” em uma sociedade, em outro lugar, não. Declaram que a
moral é algo relativo. Assim, a noção de certo e errado não existem tudo é
relativo. Em consequência, segundo o relativismo, um pode julgar ser pecado uma
atitude e outro não. Entretanto, diante da Palavra de Deus, tudo é esclarecido,
pois ela é a nossa norma de conduta: “Bem aventurado aquele que não se condena
a si mesmo naquilo que aprova” (Romanos 14.22).
Manifestação Social do Pluralismo
O pluralismo se traduz num maior número de opções
disponíveis na sociedade, em todos os aspectos. É no supermercado, na livraria,
no vestuário, na arquitetura etc. Pode-se definir pluralização com a frase
“viva como achar melhor”, o que tem muitas semelhanças com a antiga Grécia e
Roma, só com a diferença de que este “ecumenismo” não tem centro e deu origem a
várias cosmovisões. Surgiu um sem número de “fés” que competem entre si, com
pouco, ou quase nada em comum.
O sagrado e o religioso curvando-se ante o profano e o
secular. A igreja sendo contaminada por práticas condenadas por Deus.
Aberrações litúrgicas tomando o lugar do sagrado culto ao Senhor. Não se faz
distinção entre o que é santo e o que é profano. Vivemos numa época de
sacralização do profano e de profanação do sagrado. Nunca antes esses elementos
estiveram tão misturados como nos tempos pós-modernos. Em muitas passagens
bíblicas, verificamos a preocupação de Deus com a santidade de seu povo pareada
com a preocupação de sua degeneração moral e espiritual (Ezequiel 44.23; Zacarias
1.14). Esta preocupação tem base no fato de ter o mundo um senhor que se opõe
ao Criador, o qual, ainda que muito menor em poder, é, entretanto, maior que o
homem.
Isso pode ocorrer com pessoas na igreja que, além de
imaturas, são carnais, que se deixam levar por novas ideias, princípios e
atitudes sem respaldo bíblico. Elas promovem confusão doutrinária, renegam a fé
recebida, e forjam outras doutrinas fora dos princípios básicos da doutrina
cristã defendidos na Bíblia Sagrada. Além disso, em nome de uma falsa revelação
espiritual, contrariando toda a revelação bíblica, distorcem a verdade de acordo
com suas conveniências pessoais e desvirtuam o texto bíblico de várias
maneiras, para adaptá-lo ao seu modo de crer; aos seus conceitos pessoais (2 Timóteo
2.18; 3.7,8).
COMO REAGIR À INVERSÃO DE VALORES
Alguns princípios fundamentais
Denuncie o pecado e rompa definitivamente com ele Viva os
valores do Reino de Deus. Não transija com os valores absolutos da Palavra de Deus.
Não venda sua consciência. À verdadeira mensagem do evangelho não se conforma com
os discursos politicamente corretos, nem tampouco com mensagens extraídas com
boa exegese e hermenêutica, mas conforma-se aos elevados padrões da santidade
divina (Mateus 5.20,48; 1 Timóteo 3.15;6.11).
Devemos desprezar e aborrecer aquilo que é mau, amar aquilo
que é justo (1 João 2.15-17) e não ceder aos vários tipos de mundanismo que
rodeiam a igreja, tais como cobiça, egoísmo, oportunismo, conceitos humanistas,
artifícios políticos visando ao poder, inveja, ódio, vingança, impureza,
linguagem imunda, diversões ímpias, vestes imodestas e provocantes,
imoralidade, drogas, bebidas alcoólicas e companhias mundanas.
Devemos conformar nossa mente à maneira de Deus pensar (1 Coríntios
2.16; Filipenses 2.5), mediante a leitura da Palavra de Deus e sua meditação (Salmos
119.11,148; João 8.31,32; 15.7). Devemos permitir que nossos planos, alvos e
aspirações sejam determinados pelas verdades celestiais e eternas e não por
este presente século mau, profano e passageiro.
Diferentemente dos seculares, os valores de Deus são: 1)
absolutos: Deus é soberano, por conseguinte, seus princípios e preceitos também
os são (Romanos 11.34-36). O homem pode até rejeitá-los, mas a consequência
será sua própria ruína (Deuteronômio 12.28; Gálatas 6.7,8); 2) imutáveis: Deus
não muda (Malaquias 3.6; Hebreus 13.8), por isso, seus preceitos e princípios
jamais mudarão, de eternidade a eternidade permanece a palavra de Deus (Salmos
119.89; Marcos13.31); e 3) universais: Deus é único, em toda parte, apenas Ele
é Deus (Deuteronômio 6.4; 2 Samuel 7.22; Isaías 45.21; 46.9; 1 Coríntios 8.4),
portanto, seus preceitos e princípios não estão restritos a um determinado país
ou região (Mateus 28.18-20).
Para darmos exemplo, nós devemos viver, não de acordo com os
preceitos e princípios humanistas, mas com a vontade de Deus que é absoluta,
imutável e universal.
por Sérgio Pereira
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