Redescobrindo as origens pentecostais no pietismo escandinavo nos Estados Unidos
Os avivamentos em Topeka e Azusa podem ter sido o ponto
focal do início do pentecostalismo do século 20, mas avivamentos anteriores, incluindo
aqueles entre os colonizadores escandinavos nas Grandes Planícies do norte dos
Estados Unidos, forneceram precedentes e líderes para o Movimento Pentecostal
emergente. Os primeiros cronistas do pentecostalismo moderno documentaram esses
entusiastas escandinavos em Minnesota e nas Dakotas do Norte e do Sul, mas as
histórias posteriores muitas vezes minimizaram ou omitiram esses avivamentos,
desconsiderando seu significado ou considerando-os uma história oral
inverificável. No entanto, recentemente foram descobertas evidências que
confirmam esses primeiros relatos e sugerem que havia cerca duas dúzias de
congregações escandinavas pré-Azusa que praticavam falar em línguas e cura e
podem ter causado um impacto maior no Movimento Pentecostal do que se pensava anteriormente. (1)
Este artigo objetiva: 1) documentar evangélicos escandinavos
pré-Azusa que praticavam falar em línguas e cura divina no norte das Grandes
Planícies; e 2) abordar questões historiográficas relacionadas.
Os colonizadores escandinavos em Minnesota e nas Dakotas experimentaram
um despertar espiritual no final da década de 1890 e início de 1900, gerando uma
série de congregações que praticavam o falar em línguas e a cura divina. Embora
alguns desses avivamentos sejam anteriores aos avivamentos de Topeka e Azusa, muitos
desses entusiastas das planícies logo depois se identificaram com o Movimento
Pentecostal maior, incluindo Carl M. Hanson, um evangelista que testemunhou a glossolalia
em um avivamento em Grafton, Dakota do Norte, em 1895; e John Thompson, pastor de
Moorhead (Minnesota), da Missão Livre Sueca, que experimentou vários reavivamentos
prolongados no final da década de 1890 e início de 1900. A congregação de
Moorhead cedeu Mary Johnson, a mais antiga missionária pentecostal da América
do Norte a se aventurar no exterior. Várias redes regionais de congregações que
praticavam a fala em línguas e a cura surgiram, incluindo a Sociedade
Missionária Escandinava (Sällskapet) e um outro grupo bem menos
organizado de escandinavos, alguns dos quais licenciados sob o nome de Assembly
of God Missionary Fellowship, que tiveram algumas congregações aderindo as
inovações teológicas. (2)
As alegações de um pentecostes precoce nas planícies são
apoiadas por evidências sólidas. Os primeiros historiadores pentecostais catalogaram
inúmeras histórias orais dos primeiros avivamentos glossolálicos. (3) O
jornalista pentecostal Stanley Frodsham, em sua história de 1946, reuniu uma
lista de pelo menos 11 reivindicações de fala em línguas nos Estados Unidos
entre 1850 e 1900, ocorrendo na Nova Inglaterra, Ohio, Minnesota, Dakota do
Sul, Carolina do Norte, Tennessee e Arkansas. O problema é que Frodsham recontou as histórias
desses avivamentos na virada do século muito depois de sua ocorrência e não
citou nenhuma fonte dessas histórias anterior ao Avivamento da Rua Azusa. (4)
Carl Brumback e William Menzies, em suas respectivas histórias das Assembleias
de Deus de 1961 e 1971, repetiram a lista de Frodsham, fornecendo poucas
evidências adicionais. (5) Menzies, minimizando a importância dos avivamentos
registrados por Frodsham, observou: “Estes foram, no entanto, todos isolados e não pareciam ter mais do que um significado local”. (6)
Historiadores posteriores omitiram inteiramente esses
primeiros avivamentos (por exemplo, Edith Blumhofer), (7) possivelmente considerando-os
como história oral não verificada ou como um tomar desejos por realidade dos primeiros
entusiastas, que podem ter enfeitado essas histórias ou lembrado incorretamente
das datas. A primeira pesquisa significativa sobre esses primeiros avivamentos
escandinavos foi publicada em meu livro Northern Harvest: Pentecostalism in North
Dakota (2003). Respondendo à minha pesquisa, Edith Blumhofer reconheceu a
existência desses avivamentos escandinavo-americanos glossolálicos no contexto
das “densas redes sobrepostas nas quais surgiu o pentecostalismo inicial”. Mas,
ela questionou se eles poderiam ser caracterizados como pentecostais porque se
originaram separadamente de Parham e porque os participantes viam as línguas
como um dom, mas não necessariamente como uma evidência uniforme do batismo no
Espírito (Edith Blumhofer, “Response to: Rediscovering our Diverse Roots, by
Darrin Rodgers”, no encontro anual da Society for Pentecostal Studies, em Milwaukee,
Wisconsin, em março 2004 - Arquivo do Flower Pentecostal Heritage Center). Gary
McGee, em sua história de 2004 das Assembleias de Deus, utilizou minha pesquisa
e destacou as histórias desses crentes escandinavos, a quem ele caracterizou
como pentecostais (MCGEE, Gary. People of the Spirit: The Assemblies of God, Spring eld, MO: Gospel Publishing House,
2004, pp. 25, 69, 88). McGee, em seu posterior e seminal Miracles,
Missions, and American Pentecostalism (Maryknoll, NY: Orbis Books, 2010),
páginas 91 e 92, forneceu um tratamento mais extenso dos pietistas
escandinavos, esclarecendo que eles eram “pentecostais”, embora não
necessariamente “pentecostais clássicos”. Neste artigo, considerarei os
escandinavos em Minnesota e nas Dakotas que praticavam a fala em línguas e a cura
divina, sem conexão com Parham e sem uma doutrina de línguas probatórias uniformes,
como “pentecostais” ou “protopentecostais”, mas não “pentecostais clássicos”.
Apesar dos tratamentos diferentes dados pelos historiadores,
algo é certo: as primeiras fontes publicadas mostram que o falar em línguas entre
escandinavos era praticado antes de Azusa e identificam essas línguas pré-Azusa
como existindo em continuidade com as línguas pós-Azusa. O periódico da Rua
Azusa, Apostolic Faith, publicou uma carta de 1906 fazendo essa afirmação.
A. O. Morken, um norueguês de Audobon, Minnesota, observou que o Pentecostes em
Audobon antecedeu Azusa em dois anos: “Uma cópia de Apostolic Faith foi
enviada para nós e fomos muito abençoados quando lemos que Deus batizou Seus filhos
com Espírito Santo exatamente da mesma maneira como Ele fez aqui. Já se passaram dois anos desde que Deus começou a batizar Seus filhos neste lugar
e alguns estão falando em línguas, outros têm o dom de profecia etc”. (8)
Morken testemunhou deste primeiro caso de fala em línguas em
25 de fevereiro de 1904, em uma carta a um jornal evangélico de língua
norueguesa, o Folke-Vennen: “Louvado seja nosso Deus! Ele também nos abençoou
abundantemente com todas as bênçãos espirituais em Cristo; como alguns experimentaram
nos tempos apostólicos, o dom da graça apareceu entre nós, quando uma parte
recebeu a graça para falar em diversas línguas. Percebeu-se que era não um
discurso comum, mas, sim, uma linguagem angelical. Aqueles sob o efeito do
Espírito eram tomados por um poder que os dominava completamente no esforço. O que
eles falam é incompreensível para si mesmos e para os outros, mas o próprio Espírito
compartilhou [a interpretação] que indica a todos um incentivo e uma
admoestação para os filhos de Deus ficarem despertados e suplicando que Jesus
volte logo”. (9)
Morken começou a notar que o derramamento não se limitou a
Audobon: “Mas nós ouvimos que nos principais lugares [da região] estão
ocorrendo as mesmas bênçãos”. (10) Descendentes de Morken datam o avivamento como
começando em 1902 ou 1903. (11) De acordo com relatos posteriores, esses primeiros
pentecostais estavam localizados no centro-oeste de Minnesota (Alexandria, Audobon,
Detroit Lakes, Evansville, Fergus Falls, Lake Eunice, Moorhead e Tordenskjold),
no noroeste de Minnesota (Argyle, Fosston, Hallock, Holt, Karlstad, Lake
Bronson, Stephen, Thief River Falls e Warren), (12) no leste de Dakota do Norte
(Grafton e Hillsboro), (13) e no Sudeste Dakota do Sul (Greeneld). (14) Esta
lista inclui igrejas organizadas e não organizadas, com reuniões em casa. A história
destas redes é incompleta e é provável que houvesse grupos protopentecostais
adicionais não documentados. Não se sabe onde o fogo pentecostal caiu primeiro,
mas parece que o evangelista Carl M. Hanson, batizado com o Espírito Santo em
1899, teve alguma influência entre estes grupos.
Carl M. “Daddy” Hanson, um pai espiritual de muitos dos
primeiros pentecostais nas Grandes Planícies do norte, ganhou suas divisas
pentecostais em ambos os lados da Rua Azusa. Seu tipo de pietismo escandinavo
radical prefigurou o Movimento Pentecostal emergente, do qual ele se tornou um
dos primeiros líderes. Hanson atravessou Minnesota e o leste das Dakotas
durante o final dos
anos 1890 e início dos anos de 1900, espalhando o avivamento glossolálico mesmo
antes dos avivamentos de Topeka e da Rua Azusa. Nascido em 1865 em Minnesota,
Hanson era filho de imigrantes noruegueses convertido a Cristo como um estudante
do programa preparatório para a faculdade no Seminário de Augsburg, uma escola
luterana em Minneapolis. (15)
Pouco depois de ser curado de um envenenamento do sangue em
1895, Hanson começou como evangelista. Hanson registrou que testemunhou uma
garotinha falar em línguas em uma de suas reuniões durante aquele primeiro ano
de ministério: “Em 1895, enquanto realizava reuniões e pregava o evangelho
completo como eu o via, com uma plena consagração, santificação e batismo no Espírito
Santo, ele veio claro através do falar em línguas, como em Atos 2”. (16) Significativamente,
o falar em línguas testemunhado por Hanson ocorreu uma década antes do
Avivamento da Rua Azusa. A ocorrência de línguas em 1895 ocorreu durante os cultos
que ele realizou em uma fazenda perto de Grafton, Dakota do Norte. G. Raymond Carlson,
ex-superintendente-geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, traçou as
origens da fé pentecostal de sua própria família advindo dessa reunião. (17)
Hanson registrou como sua compreensão sobre os batismos nas
águas e no Espírito evoluiu durante seu primeiro ano de ministério: “Logo depois
(de receber a unção para pregar), percebi que havia muito mais para mim e que
eu precisava disso, pois percebi, ao estudar a Palavra, que Jesus exigia que as
mesmas obras fossem feitas agora como nos dias dos apóstolos dados por Ele (Mateus
10 etc.). Também ficou claro que se chegássemos à posição em que estavam os
apóstolos (Atos 1 e 2), o mesmo poder cairia. Isso me levou a orar pelo batismo
no Espírito Santo e, pesquisando as Escrituras, logo descobri que não havia
sido batizado nas águas de acordo com a Palavra. Além disso, muitas falsas
doutrinas tiveram que ser eliminadas. Minha fome era tão grande que às vezes decidia
ir para casa e esperar até que fosse dotado, mas tive que sair de novo e de
novo”.
Hanson escreveu que dois anos depois (portanto, em 1897) ele
orou por uma mulher que, ao ser batizada no Espírito, “saltou, gritou e louvou
a Deus, cantou, profetizou e falou em outras línguas”. Mais dois anos (portanto,
em 1899) e Hanson também recebeu a experiência: “Mas com tudo isso e muitas outras
experiências maravilhosas, não fiquei satisfeito até dois anos depois, quando
trabalhava no campo e fui levado a ficar a sós com o Senhor. A oportunidade
foi dada e, quando me ajoelhei para orar, caí de costas no chão e, de repente,
como que por um vento forte e impetuoso, a atmosfera espiritual foi limpa e
toda a minha alma foi iluminada. O sangue expiatório que me justifica diante
de Deus deixou tudo claro. O Espírito Santo então, como pessoa, tomou posse de
Seu
Templo, falando em outras línguas, enquanto eu me percebia como um ouvinte e um
instrumento nas mãos do Todo-Poderoso. Oh, a alegria que encheu minha alma! E como
me senti indigno, pois agora ficou claro que o Espírito Santo tinha vindo para habitar, e eu O conhecia como uma pessoa, não apenas como uma influência
ou bênção”.
Hanson continuou a viajar como evangelista, pregando a Palavra
e compartilhando com outros como ele foi salvo, curado e batizado no Espírito Santo.
A filha de Hanson contou: “Meu pai começou a dar testemunho onde quer que as
portas se abrissem para ele: em igrejas, escolas, lares e missões. A resposta
foi incrível. Em todos os lugares, as pessoas eram salvas. Isso geralmente era
seguido por um desejo consumidor de mais poder de Deus em suas vidas” (BERG, Ann,
“Early Days of the Pentecostal Renewal in Minnesota: A Pioneer Minister and Missionary Reminisces”, in: Assemblies of God
Heritage, Winter 1996-97, p. 5). Hanson era norueguês, enquanto os escandinavos
a quem ele ministrava eram em sua maioria suecos. Ele pregou principalmente nas
línguas sueca e inglesa, fazendo com que alguns ouvintes noruegueses o
confundissem com um sueco (Irene Hankin relatou isso em conversa telefônica
comigo em 1 de outubro de 2002). Em 1900, Hanson e sua família se mudaram de
Lemond, Minnesota, para Minneapolis, onde Hanson frequentou o Tabernáculo de
Sião, uma congregação pastoreada por Frederick A. Graves e aliada ao
evangelista de cura John Alexander Dowie. (18)
Hanson viajou como evangelista da Missão Livre por
Minnesota, as Dakotas, Wisconsin e Iowa, pregando seu marcante evangelicalismo radical,
fazendo convertidos e buscando fundos e trabalhadores para uma missão de
resgate que ele havia aberto em St. Paul no Final de 1904. No final de
fevereiro e início de março de 1905, Hanson realizou reuniões no bairro de
Gotland, perto de Fergus Falls, em Minnesota. Baseado nas fofocas locais, um
repórter escreveu: “Vários jovens têm participado dessas reuniões e é relatado
que eles entram em um completo frenesi, rolando no chão, tentando escalar as
paredes, jogando cadeiras e falando estranhamente sobre o que se supõe ser
antigas e peculiares línguas, imaginando que têm o dom de línguas”.19 Aparentemente
simpatizando com uma emotiva participante de 18 anos (a quem o repórter
nomeou), o artigo continuou: “Uma das reuniões chegou ao clímax na quinta-feira
à noite, quando uma jovem chamada Srta. Olga Nelson parecia ter perdido
completamente a razão, e tornou-se tão impetuosa que a família foi finalmente
obrigada a levá-la para a prisão do condado. Ela se acalmou até certo ponto,
mas não parece ter concretamente melhorado muito hoje, uma vez que anda para
cima e para baixo na prisão, cantando hinos e imaginando que está indo para a
África. Espera-se que ela se recupere bem em alguns dias”. No dia seguinte, o jornal
noticiou que Hanson planejava levar cinco ou seis jovens convertidas a Minneapolis
para ajudá-las a encontrar empregos como domésticas ou para se engajar no
trabalho missionário.
O pai irado de um dos jovens que participava da reunião de
Hanson fez de tudo para tentar conseguir um mandado de prisão para o
evangelista sob a acusação de conduta desordeira. (20) Na audiência, vários
meninos testemunharam que Hanson parecia hipnotizar seus convertidos. De acordo
com o repórter, “[Hanson] armou que o depoimento foi um tanto exagerado, embora alegremente admitia que
ele e seus convertidos rolam no chão sempre que o Espírito assim os move. Ele
negou veementemente qualquer insinuação quanto à influência hipnótica e afirma
que as ações impetuosas que acabamos de descrever são resultados da atuação de
espíritos do bem ou do mal e, em alguns casos, dos conflitos entre os poderes
da luz e das trevas conforme descritos nas Escrituras. Ele também arma que aos
convertidos é frequentemente dado o dom de línguas, como na antiguidade, e que
falavam em qualquer linguagem que o Espírito direcionava. Ele arma ainda que
conhecia uma senhora que não tinha nenhum conhecimento de alemão, mas que era
capaz de falar esta língua quando assim movida e que os convertidos sabem exatamente
o que estão fazendo em todos os momentos [que isso acontece]”. (21) Apesar da
controvérsia, alguns convertidos aparentemente ficaram com Hanson e pagaram
sua multa. Em carta de 30 de novembro de 1905 para o Folke-Vennen (p. 5),
Hanson relatou a oposição que enfrentou, referiu-se a seus críticos como falsos profetas e reiterou seu chamado para ministrar à
juventude. A filha de Hanson se lembra de turbas furiosas interrompendo os
cultos de seu pai: “Ovos, tomates e até mesmo pedras foram atiradas. Nas
reuniões em tendas, as cordas às vezes eram cortadas e às vezes queimadas”
(BERG, Ibid, p. 5).
Em carta de 2 fevereiro de 1905 no Folke-Vennen (p.
5), Hanson disse que “a questão sobre o batismo no Espírito na Palavra de Deus
foi enterrada junto com o ensino [correto] do batismo [em águas] e da imposição
de mãos para recuperação do corpo etc.”. Armou ele que esses ensinos foram
obscurecidos pelos líderes das igrejas, que mantinham as massas no escuro. Em 1906, Hanson publicou um folheto
no qual testemunhava que já estava vivendo com a bênção pentecostal por mais de
sete anos. (22) Ele logo se identificou com o Movimento Pentecostal emergente em
Chicago, que tinha raízes no Reavivamento da Rua Azusa. (23) Em 25 de setembro
de 1909, o líder pentecostal de Chicago, William Durham, (24) ordenou Hanson como ministro da Assembleia do Evangelho Pleno.25 Durham serviu como
pastor da Missão da Avenida Norte, onde F. A. Sandgren, editor do Folke-Vennen,
era um ancião.26 Hanson transferiu sua ordenação para as Assembleias de Deus
dos Estados Unidos em 11 de setembro de 1917. Participantes na reunião
organizacional de 1922 do Conselho do Distrito Central Norte das Assembleias de
Deus nos Estados Unidos escolheram por unanimidade “papai” Hanson, venerado
como um dos pioneiros pentecostais da região, para servir como o primeiro
presidente do Conselho Distrital das Assembleias de Deus ali (1922-1923). (27)
A Missão Livre Sueca em Moorhead, uma congregação líder na Sociedade
Missionária Escandinava (Sällskapet), que era uma pequena associação de
congregações de igrejas livres escandinavas em Minnesota e Dakota,
experimentaram um período de avivamento na virada do século, durante o qual
muitas pessoas aceitaram a Cristo, receberam cura para seus corpos e falaram em
línguas. (28) Na maior parte da década de 1890, as congregações da Sociedade
Missionária Escandinava não tinham pastores permanentes. Em vez disso, uma pluralidade
de anciãos, incluindo John Thompson, se alternavam entre as várias igrejas. (29)
A congregação de Moorhead experimentou um ou mais períodos prolongados
de avivamento e, em algum ponto desse avivamento, os crentes começaram a
manifestar dons pentecostais. O filho de Thompson escreveu: “Deus
graciosamente derramou Seu Espírito com os sinais que se seguiram. Muitos
receberam o glorioso batismo no Espírito Santo falando em outras línguas como o Espírito de Deus dava expressão. Naquela época, não tínhamos ouvido falar de
quaisquer outros lugares que receberam uma experiência como essa, mas depois
ouvimos falar de pessoas na Califórnia e Winnipeg, no Canadá, tendo recebido um
derramamento precioso do Espírito Santo. [...] Louvado seja Deus, porque o
espírito de avivamento foi manifestado em cada culto”. (30)
A cronologia desse avivamento é incerta. Henry H. Ness
escreveu que o avivamento começou em 1892. (31) Vários historiadores repetiram
o relato de Ness, que não fez distinção entre o início do período prolongado de
avivamento, que durou anos, e o período quando os dons pentecostais começaram a
se manifestar. (32) Da mesma forma, o neto de Thompson acreditava que os avivamentos
começaram na década de 1890 e não sabia precisamente quando as pessoas
começaram a falar em línguas. (33) Algumas evidências sugerem que os dons pentecostais, e principalmente o falar em línguas, começaram a ocorrer por
volta de 1903. O filho de Thompson escreveu em 1937 que “o derramamento da
chuva tardia como no Dia de Pentecostes” em Moorhead ocorreu “34 anos atrás”, “no
início deste século”. (34) Se as manifestações pentecostais começaram a ocorrer
em Moorhead quase ao mesmo tempo em que ocorreram em outros avivamentos pré-Azusa
em Minnesota e nas Dakotas, então é improvável que as manifestações de Moorhead
tenham começado já em 1892. Em Minnesota e nas Dakotas, há diversos relatos
dispersos de fala em línguas desde 1895 a 1899, seguidos pela documentação de
mais de uma dúzia de congregações de pessoas falantes em línguas de 1899 a
1906.
Mary Johnson, a mais antiga missionária pentecostal conhecida
da América do Norte a se aventurar no exterior, foi criada na congregação de
Moorhead. Mary Johnson e Ida Andersson, que havia sido uma evangelista da
Sociedade Missionária Escandinava por 13 anos, viajaram juntas como
evangelistas por vários anos e então sentiram uma chamada para servir como missionárias
na África. Na reunião anual da Sociedade no Lago Eunice, em Minnesota, em
novembro de 1904, Johnson foi batizada no Espírito e falou em línguas.
Andersson teve a experiência vários anos depois. Do Lago Eunice, as duas partiram
com fé, sem um orçamento definido, e chegaram a Durban, KwaZulu Natal, em 16
de janeiro de 1905. (35)
A Sociedade Missionária Escandinava (Sällskapet) exerceu
alguma influência no norte das Grandes Planícies. De acordo com um pioneiro,
ela tinha o “poder de controle” entre as igrejas livres escandinavas em
Minnesota na virada do século 20. (36) August Davis, que atuou como um dos primeiros
presidentes da sociedade, endossou os cursos de treinamento de Fredrik Franson para o ministério
feminino. (37) Um crítico do ministério feminino lamentou que os “muitos grupos
e igrejas” da Sociedade Missionária Escandinava tinham apenas quatro residentes
pastores e cerca de 50 mulheres pregando nos púlpitos. O crítico ridicularizou
a entidade por não ser bem organizada, alegando que “as mulheres evangelistas e
alguns outros” controlavam a eleição de diretores nas reuniões anuais. Davis
foi sucedido como presidente por John Thompson, pastor da Missão Livre Sueca de
Moorhead. (38) Não se sabe quão difundidos os dons pentecostais foram entre as
congregações da Sociedade Missionária Escandinava. No entanto, a prática de
presbíteros rotativos entre as várias congregações deve ter difundido os
ensinamentos pentecostais em toda a irmandade, uma vez que alguns dos anciãos
(incluindo Thompson) praticavam o falar em línguas e a cura divina. Mais
pesquisa sobre a história da Sociedade Missionária Escandinava seria valioso ao
estudo das origens pentecostais.
Uma outra rede de igrejas pentecostais, menor, chamada Assembly
of God Missionary Fellowship (AGMF), surgiu em Minnesota e nas Dakotas.
Alguns de seus membros eram suecos, mas a maioria era norueguesa, muitos de formação
luterana haugiana. Eles teriam escolhido o nome Assembly of God porque
se referiam às suas congregações em norueguês como Guds forsamling, que
significa “Assembleia de Deus”. A primeira congregação do que se tornaria a AGMF
surgiu em Fosston, onde alega-se que John Hoiden, em 1892, foi o primeiro a
pregar o “Evangelho Pleno”. Hoiden, um carpinteiro, emigrou da Noruega em 1889
aos 29 anos. O imigrante norueguês Jens Bengaard, nascido na Noruega em 1859 e
dono de uma loja de calçados em Fosston, também esteve envolvido na formação
dessa congregação. Não há evidência de que os dois ensinaram a cura divina e o
falar em línguas, mas, de acordo com a história oral, milagres e línguas
ocorreram entre os crentes de Fosston antes de 1900. Um punhado de famílias
norueguesas e suecas da zona rural de Fosston se retiraram de suas igrejas
luteranas principalmente por causa de desacordo sobre a prática de línguas e
formaram a congregação pentecostal. A igreja acabou se tornando tempos depois
no Tabernáculo Evangélico de Hill River. A data de formação da congregação é
incerta, mas o sepultamento de familiares em um cemitério luterano em 1900 e em um novo cemitério pentecostal, o cemitério de Mamre, em 1903, sugere que a
congregação se formou entre esses anos. Os crentes se reuniam em casas, às
vezes liderados pelo ancião Jacob Bakken de Audobon, que, segundo seus descendentes,
chegou a seu Pentecostes em 1902 ou 1903. Quando surgiu o Avivamento de Azusa
em 1906, os crentes de Fosston se identificaram com Azusa. Uma segunda
congregação, a Assembleia de Queen, foi formada em Queen Township em 1907.
Outras congregações surgiriam depois, com algumas abraçando a doutrina universalista “restauração eterna”, que arma que os condenados
ao Inferno, depois de longo tempo de punição e após a consumação de todas as coisas,
seriam salvos.
Concluídos esses relatos, é importante ressaltar que os
avivamentos em Minnesota e nas Dakotas comprovam as raízes do pentecostalismo no
pietismo escandinavo. Esta gênese, separada de Topeka e do Avivamento da Rua Azusa,
sublinha o caráter plural do Movimento Pentecostal. Os pentecostais
escandinavos primitivos vieram de tradições pietistas, como o movimento
haugeano na Noruega (39) e os movimentos Despertados e Laestadiano na Finlândia
(40) e Suécia. (41) Os primeiros pentecostais escandinavos frequentemente
enfatizavam a continuidade com sua herança pietista, lembrando exemplos de milagres,
línguas e outros dons espirituais que ocorreram em séculos anteriores na
Escandinávia. (42)
Nas décadas de 1870 e 1880, um reavivamento transatlântico
entre os escandinavos na Europa e na América resultou na formação de redes de congregações
de igrejas livres escandinavas, muitas das quais mais tarde se juntaram ao que
se tornou a Igreja Evangélica Livre da América e a Igreja da Aliança Evangélica
da América. Muitos líderes neste avivamento, talvez mais notavelmente Frederik Franson,
inspiraram-se fortemente no evangelicalismo americano. No entanto, o historiador Frederick Hale alertou contra considerar
as igrejas livres escandinavas “meramente como consequência do cristianismo
americano”. (43) As igrejas livres escandinavas foram produto de uma “tapeçaria
complexa” com “inúmeros fios padrão”, incluindo tanto a influência escandinava
quanto a americana. (44) Da mesma forma, os pietistas escandinavos em Minnesota
e nas Dakotas que praticavam a fala em línguas e a cura divina antes de Azusa não deveriam ser vistos simplesmente como convertidos ao
evangelicalismo americano. Talvez a mais óbvia origem pentecostal é o evangelicalismo
americano, mas o pietismo escandinavo também forneceu ao Movimento Pentecostal
líderes e precedentes.
Pentecostais escandinavos pré-Azusa tiveram contato com
evangélicos do mundo de fala inglesa. O periódico evangélico norueguês Folke-Vennen,
publicado nos Estados Unidos com artigos todos em norueguês, publicou artigos
de Hauge e Rosenius (45) ao lado de traduções de artigos de líderes americanos do Movimento
de Santidade. O pregador de cura John Alexander Dowie também pode ter exercido
alguma influência posterior, como no caso de Carl M. Hanson que, como já vimos,
vários anos depois de receber o dom de línguas, começou a frequentar uma missão
em Minneapolis associada a Dowie. No entanto, não há evidência de que as
práticas pentecostais entre os escandinavos em Minnesota e nas Dakotas se originaram
com evangélicos falantes em inglês. Também não há evidência de que os escandinavos de Minnesota e das Dakotas
tivessem tido contato com a fé apostólica de Parham, que operou principalmente
em Kansas, Missouri e Texas. O grupo de Parham não cresceu significativamente até 1905, bem depois que as congregações pentecostais já haviam se formado
no norte das Grandes Planícies. (46) Os próprios pentecostais escandinavos
testemunharam uma origem separada. Peter Thompson, relembrando uma manifestação
na Missão Livre Sueca em Moorhead, declarou: “Naquela época, não tínhamos
ouvido falar de quaisquer outros lugares tendo recebido uma experiência
semelhante”. (47)
Os pentecostais escandinavos pré-Azusa guram com destaque
nas origens da Igreja Evangélica Livre da América e da Igreja Evangélica da
Aliança da América. Minnesota, um foco de atividade da igreja livre escandinava
na virada do século 20, foi o lar de uma série de congregações pentecostais
escandinavas pré-Azusa. O historiador da Igreja Evangélica Livre, Arnold T.
Olson, escreveu que ele duvidava “que todos os pioneiros seriam aceitos em nossas igrejas hoje”, pois
“alguns pregaram ‘uma segunda bênção’ e alguns até praticaram falar em línguas”.
(48) Um levantamento histórico da Igreja Evangélica Livre Sueca da América
feito em 1934 conta o que se segue: “O chamado ‘movimento das línguas’ também teve
um capítulo curto, mas animado, em nossa história. Se o escritor se lembra bem,
este movimento teve seu início em uma de nossas igrejas em Dakota do Sul. Um
pequeno grupo dentro desta igreja foi afetado por isso. Eles pensaram que era
de Deus e que foram divinamente dotados de uma linguagem especial e, portanto,
chamados como missionários para a África”. (49) Embora esse relato não identifique
os anos em que esses fenômenos ocorreram, eles provavelmente se deram nas décadas de
1890 ou 1900, período documentado pelo capítulo onde o parágrafo está
localizado. A declaração “Se o escritor se lembra bem, este movimento teve
seu início em uma de nossas igrejas em Dakota do Sul” está sujeita a duas
interpretações: o autor pode ter pretendido apenas identificar o exemplo mais
antigo conhecido do falar em línguas entre as igrejas livres escandinavas ou, em
uma interpretação mais tentadora e a partir da perspectiva do autor da história
em 1934, que o Movimento Pentecostal parece ter suas origens não em Topeka ou
Los Angeles, mas em Dakota do Sul. A última interpretação é apoiada pelo relato
semelhante de um avivamento em Dakota do Sul relatado por B. F. Lawrence em seu
relato histórico de 1916, intitulado Apostolic Faith Restored: “Entre
1900 e 1903, o Espírito desceu em Dakota do Sul sobre um grupo de pessoas que
depois foi para a África. Não consegui entrar em contato com o homem que poderia
me dar informações completas sobre esse trabalho, mas acho que essas pessoas
eram norueguesas. Sei que o homem que os acompanhou a Chicago era e que ele
depois pregou em La Grange, Illinois. Seu nome era Bakke. Essas pessoas, pelo menos
o Sr. Bakke, não acreditavam que as línguas eram a evidência do batismo, mas as
consideravam como dons dados na soberania de Deus”. (50) O relato de Lawrence,
na primeira história publicada do Movimento Pentecostal escrita por uma pessoa
de dentro do movimento, demonstra que os primeiros pentecostais estavam cientes
dos primeiros avivamentos glossolálicos entre os escandinavos em Minnesota e
nas Dakotas, e que pelo menos alguns os viam como um precedente para o que mais
tarde aconteceu em Topeka e Azusa.
Os primeiros pentecostais escandinavos em Minnesota e nas
Dakotas, imigrantes recentes na América e cuja língua principal não era o
inglês, mantinham signicativas conexões com suas raízes no pietismo escandinavo.
Julgando por uma série de cartas para a publicação Folke-Vennen de
autoria de Carl M. Hanson, A. O. Morken e outros, esse periódico teve alguma influência
entre os primeiros pentecostais. Folke-Vennen, um periódico evangélico
em norueguês e não-denominacional, foi publicado semanalmente em Chicago. Seus artigos
refletiram um amplo espectro de influências do pietismo escandinavo, desde sermões
de Martinho Lutero até devocionais do avivalista norueguês Hans Nielsen Hauge e
do pietista sueco Carl Olof Rosenius, (51) além de traduções de escritos de
líderes americanos do Movimento de Santidade, como A. B. Simpson. Stanley H.
Frodsham relatou que o evangelista F. A. Sandgren foi batizado no Espírito Santo
em 1907 e que ele espalhou a notícia do derramamento pentecostal através das colunas
do Folke-Vennen. No entanto, o periódico publicava testemunhos de falas
em línguas já em fevereiro de 1904 (Audobon, MN). (53) O Folke-Vennen 52
começou a publicar notícias do avivamento proveniente de Azusa em 1906,
incluindo artigos do líder pentecostal norueguês Thomas B. Barratt; (54) da
primeira pentecostal missionária na Índia, Minnie Abrams;55 e do líder pentecostal
de Chicago, William Durham, (56) que serviu como pastor da Missão da Avenida
Norte, onde F. A. Sandgren era um dos anciões. (57) Um estudo aprofundado do Folke-Vennen
seria valioso à história pentecostal.
É possível que os primeiros pentecostais em Chicago tenham
se dado conta das línguas não pelas notícias de Azusa, mas pelas notícias dos
avivamentos glossolálicos anteriores em Minnesota e nas Dakotas. Durham e
Sandgren podem ter lido sobre as línguas pré-Azusa em Folke-Vennen já em 1904. Da mesma
forma, Frederick A. Graves, um antigo pentecostal e músico notável na Cidade de
Sião, em Illinois, (58) deve ter sabido que seu amigo Carl M. Hanson já armava possuir o dom de línguas quando Hanson participou da missão de Graves
em Minneapolis por anos na virada do século 20. (59) Essas múltiplas conexões
entre os líderes pentecostais de Chicago e os avivamentos glossolálicos pré-Azusa
nas Grandes Planícies apontam para a necessidade de um estudo mais aprofundado
das diversas raízes do pentecostalismo. Azusa pode ter sido o ponto focal do pentecostalismo
inicial, mas avivamentos anteriores, incluindo aqueles em Minnesota e nas
Dakotas, forneceram precedentes e líderes para o movimento emergente.
A gênese dos avivamentos escandinavos no norte das Grandes
Planícies, separada e anterior aos avivamentos de Topeka e Azusa, ressalta o caráter
plural do Movimento Pentecostal. Este estudo, portanto, desafia o pressuposto historiográfico
de que o Movimento Pentecostal moderno começou em 1º de janeiro de 1901 em
Topeka, Kansas, e aumenta o crescente corpo de estudos identificando as raízes
não-americanas do pentecostalismo, de maneira a melhor contar a história
completa do evangelho completo. (60)
Referência bibliográfica
(1) Porções
deste artigo são adaptadas de RODGERS, Darrin J. Northern Harvest:
Pentecostalism in North Dakota (Bismarck, ND: North Dakota District Council
of the Assemblies of God, 2003).
(2) Mais sobre
a Assembly of God Missionary Fellowship em RODGERS, pp.
58-62,177,245-46.
(3)
LAWRENCE, B. F. Apostolic Faith Restored. St. Louis, MO: Gospel Publishing
House, 1916, pp. 46-47; publicado na série Apostolic Faith Restored [Article V]
na Weekly Evangel, January 29 and February 5, 1916, p. 4; e NESS, Henry
H. Demonstration of the Holy Spirit as Revealed by the Scriptures and Conrmed
in Great Revivals of Wesley, Finney, Cartwright, Whiteld, Moody, etc.
Seattle, WA: Hollywood Temple, 1940, pp. 6-7.
(4)
FRODSHAM, Stanley H. With Signs Following [rev. ed.], Springeld, MO:
Gospel Publishing House, 1946), pp. 9-17.
(5)
BRUMBACK, Carl. Suddenly from Heaven: A History of the Assemblies of God.
Springeld, MO: Gospel Publishing House, 1961, pp. 12-17; MENZIES, William W.
Anointed to Serve: The Story of the Assemblies of God. Spring eld, MO: Gospel
Publishing House, 1971, pp. 29-33.
(6)
MENZIES, p. 29.
(7) Edith
Blumhofer não se referiu aos avivamentos recontados por Frodsham em suas duas
histórias recentes da Assembleia de Deus nos Estados Unidos: The Assemblies
of God: A Chapter in the Story of American Pentecostalism (Spring eld, MO:
Gospel Publishing House, 1989) e Restoring the Faith: The Assemblies of God,
Pentecostalism, and American Culture (Urbana, IL: University of Chicago
Press, 1993).
(8) Apostolic Faith (Los Angeles), December 1906, p.
3. Para informações adicionais sobre a congregação de Audobon, ver BAKKEN
Gordon e BAKKEN, Linda. Bakkens
in America. Wichita, KS: The author, 1995, pp. 8,16-17; e RODGERS, pp.
5-6,58-60.
(9) MORKEN,
A. O. Fra vor egen Loesekreds [trans. Erik L. Williamson], Folke-Vennen,
February 25, 1904, p. 4. |
(10) Ibid.,
p. 5.
(11) Para a
reivindicação de 1902, veja JOHNSON, M. Earl, A Godly Heritage: The Family
of Earl and Darliene Johnson, Assemblies of God Heritage (Fall 2000): pp.
26-27. Para a reivindicação de 1903, veja BAKKEN, p. 8.
(12) NESS,
pp. 6-7; VAGLE, Anna, When Pentecost Fell in Minnesota, in: Full Gospel Men’s
Voice, September 1960, pp. 9-11. Para uma história do Movimento Pentecostal primitivo no noroeste
de Minnesota, veja RODGERS, pp. 58-62,181-82. Para o centro-oeste de Minnesota,
veja RODGERS, pp. 216-218.
(13) RODGERS, pp. 58-62,154-155,177.
(14) NESS, p. 7. Frodsham repetiu o relato de Ness em With
Signs following, p. 16. Ness escreveu: “Outro notável derramamento do Espírito
ocorreu em Greeneld, S.D., na Primeira Igreja Metodista onde Rasmus Kristensen
era pastor. Isso foi em 1896. Quando o irmão Kristensen estava pregando, o poder
caiu e as pessoas foram cheias do Espírito Santo, falando em outras línguas, e muitas
outras manifestações maravilhosas de Deus foram testemunhadas”. Rasmus
Christiansen, de Greeneld, Dakota do Sul (presumo que seja a mesma pessoa,
apesar das diferenças de graa), escreveu dois artigos pré-Azusa: De aandelige
Gaver (“Dons espirituais”), in: Folke-Vennen, 12 de maio de 1904, p. 1 (O
artigo, que não foi traduzido, contém numerosas referências a 1 Coríntios
12-14); e Folke-Vennen, 8 de março de 1906, p. 5 (Carta sem título e não
traduzida).
(15) Carl M. Hanson, registros do censo de 1900 de
Minnesota, E.D. 105, folha 16, linha 97; Irene Hankin, conversa por telefone
com o autor em 1” de outubro de 2002, notas da conversa; e artigo Rev. C. M. Hanson
at Home with the Lord, in: North Dakota District Echoes, julho-agosto de
1954, pp. 2 e 7.
(16) Todos
os depoimentos de Hanson neste artigo são extraídos de HANSON, Carl M. My
Personal Experiences of the Graces of Salvation, Healing and Baptism in the
Holy Spirit,” tract, 1906.
(17)
CARLSON, G. Raymond. When Pentecost Came to the Upper Midwest, in:
Assemblies of God Heritage (Spring 1984): 3. Para informações adicionjais sobre o derramamento de Grafton, veja RODGERS, pp. 154 e 155.
(18) CARLSON, p. 3; “Anna C. Berg,” em Historical Sketches
of the Minneapolis Gospel Tabernacle Minneapolis, MN: The Church, 1930), p. 13;
Anna Hanson Berg, entrevista por Wayne Warner, 23 de setembro de 1980, gravação
de áudio. De acordo com Anna, os Hansons participaram da missão de Graves por
quatro anos. Artigos do periódico de Dowie colocam Graves em Chicago no nal de
1902, onde serviu como ancião no Tabernáculo Central de Sião, então em
Minneapolis, já em março de 1903 até pelo menos junho de 1905. Leaves of Healing, 6 de dezembro de
1902, p. 223; Leaves of Healing, 7 de março de 1903, p. 635; e Leaves of
Healing, 24 de junho de 1905, p. 349.
(19) Too
Much Excitement, in: Fergus Falls Daily Journal, March 10, 1905, p. 3.
(20) Fined
$35, in: Fergus Falls Daily Journal, March 11, 1905, p. 3. |
(21) Ibid.
(22) HANSON, Carl M., My Personal Experiences.
(23) Não se sabe exatamente quando Hanson se identificou
com os pentecostais de Chicago. Ele poderia ter sido influenciado por seu amigo próximo e ex-pastor Frederick A. Graves, que se mudou para Cidade de Sião, em
Illinois, em 1905 ou 1906, e se tornou um dos primeiros pentecostais. Em uma carta
de 1908, Hanson contou de uma viagem a Detroit Harbor, Wisconsin, durante a qual
ele aparentemente conheceu os pentecostais de Chicago. Carl M. Hanson, carta
não traduzida, in: Folke-Vennen, setembro 24, 1908, p. 5. Para outro
relato da viagem de Hanson, consulte: John Ommundsen, carta não traduzida, in: Folke-Vennen,
12 de novembro de 1908, p. 4
(24) Nota do Tradutor: William Durham, oriundo do Avivamento
da Rua Azusa, foi quem impôs as mãos sobre Gunnar Vingren e Daniel Berg para
seguirem para obra missionária no Brasil, conforme anotações de Vingren
reproduzidas em Diário do Pioneiro (CPAD).
(25) Carl
M. Hanson, arquivo ministerial, Flower Pentecostal Heritage Center, Springeld,
Missouri.
(26) RISS,
Richard M. “William H. Durham,” in: New International Dictionary of
Pentecostal and Charismatic Movements, Grand Rapids, MI: Zondervan, 2002,
pp. 594 e 595.
(27) Minutes
of meeting held at Brainerd, Minn., November 10, 1922 for the purpose of
forming a District Council (“Ata da reunião realizada em Brainerd,
Minnesota, 10 de novembro de 1922, para o propósito de formar um Conselho
Distrital”), Minnesota District Council (Assembly of God) Archives,
Minneapolis, MN.
(28) NESS, pp. 6 e 7; BRUMBACK, p. 14; e MENZIES, p. 30.
(29) 1883-1958, Diamond Jubilee, Evangelical Free Church,
Moorhead, Minnesota (Moorhead, MN: The Church, 1958); John Thompson, entrevista
com o autor, junho de 1998, Springeld, Missouri, transcrição de gravação de
áudio. Para a visão de um
crítico da Sociedade de Missão Escandinava, veja Frank Theodor Lindberg, Looking
Back Fifty Years: Over the Rise and Progress of the Swedish Evangelical Free Church
of America. Minneapolis, MN: Franklin Printing Co., 1935, pp. 61-66.
(30)
THOMPSON, Peter B. Pentecostal Outpouring of Thirty-four Years Ago, in:
Pentecostal Evangel, November 27, 1937, p. 8.
(31 NESS,
pp. 6 e 7.
(32)
BRUMBACK, p. 14; MENZIES, p. 30.
(33) John Thompson, entrevistado pelo autor, junho de 1998.
(34) THOMPSON, Peter B. Pentecostal Outpouring, in:
Pentecostal Evangel, November 27, 1937, p. 8. Citando o artigo de Thompson, o historiador
Wayne Warner concluiu que o avivamento ocorreu em 1903 (WARNER, Wayne. Pentecostal revival stirs Swedish
church, in: Pentecostal
Evangel, April 21, 1996, p. 27.
(35) REINHOLDZ, Naemi. En Guds plöjerska: Mary Johnsons
liv och verksamher, in: Trons Segrars, recortes sem data de uma biografia
serializada. Os recortes e uma tradução dos artigos de Lyndon Johnson do sueco
ao inglês estão em posse do autor.
(36)
LINDBERG, p. 61.
(37) Ibid.,
p. 58.
(38) Ibid., pp. 61 a 63.
(39) Na Noruega, Hans Nielsen Hauge foi o pioneiro de um
movimento de avivamento na virada do século 19. A experiência de Hauge de um despertar
espiritual em 1796, identificado por vários historiadores luteranos como sendo
um “batismo do Espírito”, o levaram a começar a pregar. Na Noruega, os crentes
haugeanos compareciam à igreja estatal no domingo e realizavam orações
evangélicas em reuniões nas casas durante a semana. Nos Estados Unidos, alguns
imigrantes haugeanos continuaram mantendo reuniões evangélicas separadas dos
cultos dominicais luteranos, enquanto outros trouxeram sua oração fervorosa e
pregação evangélica aos cultos regulares. Livre da supervisão da hierarquia da igreja,
esses crentes haugeanos às vezes desenvolviam suas próprias crenças teológicas
enquanto buscavam restaurar a fé bíblica. Algumas dessas novas igrejas eram explicitamente luteranos e organizações formadas como
o Sínodo de Hauge. Outras eram aliadas a redes de igrejas livres, algumas das
quais se tornaram pentecostais (NODVET, Magnus. Rebirth of Norway’s Peasantry: Folk Leader Hans
Nielsen Hauge.
Tacoma, WA: Pacic Lutheran University Press, 1965, pp. 105; AARFLOT, Andreas. Hans
Nielsen Hauge: His Life and Message. Minneapolis, MN: Augsburg Publishing
House, 1979, pp. 15-43; e Robert Lee, presidente da Association of Free
Lutheran Congregations [“Associação das Congregações Luteranas Livres”],
entrevista por telefone pelo autor em 19 de fevereiro de 1996, notas de
conversa).
(40) O pietista “Movimento Despertados” na Finlândia,
liderado por Paavo Ruotsalainen, ocorreu paralelamente à ascensão do Movimento Haugeano
na Noruega. Como Hauge, Ruotsalainen experimentou um despertando em 1796. Ao
contrário de Hauge, historiadores registram que Ruotsalainen falava em línguas.
Estudos recentes do pentecostalismo nlandês descrevem os irlandeses do início
do século 19 como experimentando “uma agitação espiritual geral na Finlândia”,
na qual “[as] pessoas estavam esperando o m do mundo e avivamentos espontâneos surgiram com pessoas falando em línguas, caindo em transe, pregando
em transe, profetizando e tendo sonhos e visões” (MELLER, Leo. Early Pentecost
in Lutheran Finland, manuscrito não publicado resumindo recente estudo acadêmico
do pentecostalismo irlandês, de 2004. Ver também AHONEN, Lauri. Awakened, in: New International
Dictionary of Pentecostal and Carismatic Moviments, Grand Rapids, MI:
Zondervan, 2002, p. 343; e AHONEN, Lauri. Misions Growth: A Case
Study on Finnish Free Foreign Mission, Pasadena, CA: William Carey Library, 1984, pp. 8 e 9).
(41) Em Småland, Suécia, jornais do início da década de 1840
publicaram várias histórias de estranhas manifestações religiosas. Um êxtase, denominado
“doença da pregação”, afetou pessoas que participavam de reuniões realizadas
por avivalistas poderosos. Os críticos zombaram dos espasmos, empurrões e
emocionalismo dos afetados, mas também admitiu que muitos dos envolvidos foram
convertidos, desistindo do álcool e devolvendo a propriedade roubada (NYVALL, David.
The Swedish
Covenanters: A History. Chicago, IL: Covenant Book Concern, 1930, pp. 36-38; STEPHENSON,
George M. The Religious Aspects of Swedish Immigration. Minneapolis, MN:
Minnesota University Press, 1932,
pp. 24-48; OLSSON, Karl A. By One Spirit. Chicago, IL: Covenant Press, 1962,
pp. 60-64)
(42) RODGERS,
pp. 30 a 34.
(43) HALE,
Frederick. Trans-Atlantic Conservative Protestantism in the Evangelical Free
and Mission Covenant Traditions. New York: Arno Press, 1979, p. 13.
(44) Ibid., p. 1.
(45) Nota do Tradutor: H. N. Hauge, líder do avivalista
Movimento Haugeano na noruegua (ver nota 39, do autor), e Carl Olof Rosenius (1816-1868),
pregador e líder do avivamento petista sueco, fundador da Missão Evangélica
Sueca em 1856 e do jornal Pietisten (“O Pietista”).
(46) Parham atraiu multidões consideráveis em 1901 no
Kansas, mas em 1902 já havia perdido muitos seguidores. Em seguida, Parham obteve
sucesso em um avivamento no outono de 1903 em Galena, Kansas, seguido por um
avivamento de 1904 em Baxter Springs, Kansas. Ele se mudou para o Texas em abril
de 1905, onde encontrou apoio signicativo em Orchard, Houston, e em Galveston.
(GOFF, JR, James R. Fields
White Unto Harvest: Charles F. Parham and the Missionary Origins of
Pentecostalism. Fayetteville, AR: University of Arkansas Press, 1988, pp.
87-100).
(47) THOMPSON,
Peter B. Pentecostal Outpouring, in: Pentecostal Evangel, November 27,
1937, p. 8.
(48) OLSON, Arnold T. The Signicance of Silence. Minneapolis, MN: Free Church Press, 1981, p. 151.
(50) LAWRENCE,
Apostolic Faith Restored, pp. 46 e 47.
(51) Nota
do Tradutor: ver nota 45.
(52) FRODSHAM,
S. H. With Signs Following. Springeld, MO: Gospel Publishing House, 1926,
p.42. Sandgren serviu como pastor da Missão da Avenida Norte em Chicago em 1917
e mais tarde se aliou às Assembleias Pentecostais dos Estados Unidos (Carta de
F. A. Sandgren, Chicago, para E. N.Bell, Springeld, MO, November 19, 1921,
Flower Pentecostal Heritage Center).
(53) MORKEN,
A. O. Fra vor egen Loesekreds (tradução para o inglês de Erik L.
Williamson), in: Folke-Vennen, February 25, 1904, p. 4.
(54) Folke-Vennen,
December 13, 1906, p. 1; Ibid., January 16, 1908, p. 2;
(55) Ibid.,
July 2, 1908, p. 2.55 Ibid., February 20, 1908, p. 4; Ibid., February 27, 1908,
p. 2; Ibid., March 5, 1908, p. 2; Ibid., March 12, 1908, p. 2; Ibid., June 25,
1908, p. 3; Ibid., September 3, 1908, p. 5.
(56) Ibid.,
March 26, 1908, p. 4.
(57) RISS,
pp. 594 e 595. Edith Blumhofer, em um excelente ensaio biográco sobre William
H. Durham, observou que Sandgren e Durham eram amigos desde 1903 (BLUMHOFER,
Edith L. William H. Durham: Years of Creativity, Years of Dissent, in:
GOFF James R. e WACKER, Grant [editores], Portraits of a Generation: Early
Pentecostal Leaders, Fayetteville, AR: University of Arkansas Press, 2002,
pp. 127 e 131.
(58) GARDINER,
Gordon P. Out of Zion: Into All the World, Shippensburg, PA: Companion Press,
1990, pp. 41 e 42; JONES, Charles Edwin, Frederick A. Graves, in: New International Dictionary of
Pentecostal and Charismatic Movements, Grand Rapids, MI: Zondervan, 2002, p. 680.
(59) Anna Hanson Berg, entrevistada por Wayne Warner em 23
de setembro de 1980, gravação de áudio. De acordo com Berg, seu pai,
Carl M. Hanson, participou da missão de Graves por quatro anos. Artigos do
periódico de John Alexander Dowie colocaram Graves em Chicago no nal de 1902,
onde serviu como ancião no Tabernáculo Central de Sião, depois em Minneapolis
já em março de 1903 até pelo menos junho de 1905 (Leaves of Healing,
December 6, 1902, p. 223; Leaves of Healing, March 7, 1903, p. 635;
Leaves of Healing, June 24, 1905, p. 349).
(60) Nota do Tradutor: Hoje, 17 anos depois da publicação
deste artigo por Rodgers e após várias outras pesquisas que foram feitas, a armação
de Rodgers da pluralidade de origens do Movimento Pentecostal e de que ele não
começou em Topeka ou em Azusa já está bem corroborada e solidicada.
Entretanto, Topeka continua sendo o marco da consolidação teológica das línguas
como evidência e
Azusa continua sendo reconhecido como o principal centro difusor do Movimento
Pentecostal para o mundo.
por Darrin J. Rodgers
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