Foi João, o evangelista, quem escreveu sobre a missão do outro João, o Batista. “Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz” (João 1.7,8). Sim, João Batista veio ao mundo para testificar sobre Jesus, que confirmou ser Ele próprio a luz: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12). Desde então, como profetizou Isaías, em cumprimento de profecia registrada pelo evangelista Mateus, “o povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra de morte resplandeceu a luz” (Isaías 9.2; Mateus 4.14-16).
João denominou-se como “a voz do que clama no deserto”, como
disse o profeta Isaías (João 1.23; Isaías 40.3-5). Ele foi a voz que conclamou
o povo ao arrependimento, pois era chegado o Reino dos céus (Mateus 3.2). Estas
palavras também foram pregadas por Jesus após a prisão do Batista: “Arrependei-vos,
porque é chegado o Reino dos céus” (Mateus 4.17). Não era apenas arrependimento
de lábios, mas genuíno, com mudança de comportamento, que gera frutos (Lucas
3.7,8). Diante de perguntas da multidão sobre o que deveriam fazer, ao irem
batizar-se por ele, João respondeu: “Quem tiver duas túnicas, que reparta com o
que não tem, e quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira. E chegaram
também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que
devemos fazer? E ele lhes disse: Não peçais mais do que aquilo que vos está
ordenado. E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós, que faremos? E
ele lhes disse: A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o
vosso soldo” (Lucas 3.11-14). As palavras de João ecoaram, reconhecendo a
autoridade de Jesus: “Este é aquele que vem após mim, que foi antes de mim, do
qual eu não sou digno de desatar as correias das sandálias” (João 1.27).
Quando os discípulos de João souberam que Jesus foi “com os
seus discípulos para a terra da Judeia; e estava ali com eles e batizava” (João
3.22), foram ter com ele (João) e disseram-lhe: “Rabi, aquele que estava
contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando, e todos
vão ter com ele” (João 3.26).
Em resposta, mais uma vez, o Batista reafirma o papel dele e
a autoridade do Mestre, ao dizer: “Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante
dele” (João 3.28). João também disse: “É necessário que ele cresça e que eu
diminua. Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra é da
terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos” (João 3.30,31).
Embora o próprio Jesus tenha testificado, dizendo que, “entre os que de mulher
têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista” (Mateus 11.11), o precursor
não atribuiu a si autoridade autônoma, pois entendia que “aquele que é o menor
no Reino dos céus é maior do que ele”.
A autoridade de Jesus, reconhecida por João, mas rejeitada
por muitos, é reafirmada pelo apóstolo Pedro, quando falou perante o Sinédrio:
“Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por
cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum
outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4.12).
Apenas em Jesus Cristo alcançamos salvação.
Os judeus sabiam que para a remissão de pecados se fazia necessário
o derramamento de sangue de um cordeiro. Nesse sentido, quando João viu a
Jesus, que vinha ser batizado por ele, revelou-lhe: “Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo” (João 1.29). Ali foi manifesto Aquele que João (evangelista)
veria em revelação na Ilha de Patmos, registrada em Apocalipse; Aquele que com
Seu sangue comprou para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação
(Apocalipse 5.9); digno “de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força,
e honra, e glória, e ações de graças” (Apocalipse 5.12).
Não foi apenas João Batista que reconheceu ter a missão de
anunciar Jesus. O apóstolo Paulo disse aos Coríntios: “Porque não nos pregamos a
nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por
amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é
quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória
de Deus, na face de Jesus Cristo” (2 Coríntios 4.5,6). Esta é a luz da qual
testificou João Batista.
por Francisco Edilberto da Silva
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