Em que sentido pode-se provar Deus?

Em que sentido pode-se provar Deus?


“De acordo com o que lemos em Salmos 34.8 e Malaquias 3.10, é correto alguém provar a Deus, isto é, testá-lo?”

O sentido de “provai a Deus”, que está aqui em foco, não traz em si o sentido rudimentar de testar a Deus, como se Ele em sua imutabilidade precisasse ser submetido a tal prova. Ela traz o sentido de experimentar. Devemos observar dois pontos importantes aqui na resposta sobre esses textos sagrados:

1) A bondade de Deus – Salmos 34.8 trata-se de um incentivo de Davi com respeito à bondade de Deus. “Provai e vede que o Senhor é bom”, Salmos 34.8a. Ele tinha passado por muitas provas e angústias na terra de Israel e, em uma parte, na terra dos filisteus. Mas, em todas elas, Deus provou a Sua bondade para com ele. Davi, então, desejou compartilhar essa experiência vivida com aqueles que também se encontravam sofrendo – quem sabe as mesmas provas e angústias que ele tinha e estava experimentando. No seu caso, Deus socorreu. Certamente, Ele também socorreria aos demais que o buscassem. Assim, do ponto de vista divino de observação, provar a Deus significa confiar nele, experimentando em si cada operação de livramento em todas as angústias.

2) A fidelidade de Deus – Malaquias 3.10 fala da infalibilidade de Deus no cumprimento de todas as suas promessas. Deus exorta os filhos de Israel que façam prova dEle no tocante à Sua fidelidade, visto que, durante toda a história desse povo, Deus mostrou sua equidade, recompensando a cada um de acordo com seu trabalho e contribuição. O profeta mostra, então, a infalibilidade de Deus no que diz respeito às suas promessas, cumprindo cada uma delas sucessivamente no tempo e no espaço. Como confirmação, Ele disse: “Eu, o Senhor, não mudo...”. Mas, o povo tinha perdido a confiança na imutabilidade do Deus de Israel com respeito à lei da semeadura e da colheita. Aqui entram em foco duas exigências divinas.

A primeira exigência era o dízimo da terra estabelecido por Deus através do descanso (Levíticos 25. 1-4). Deus estava apenas requerendo o ‘dízimo’ dos anos que Israel passou sem ter observado o quarto mandamento, o repouso do sábado, pois durante 490 anos de monarquia, esta lei não foi observada, como devia ter sido, por 70 vezes. O dízimo da terra tinha sido quebrantado setenta vezes.

A segunda exigência era que Deus tinha estabelecido a lei de dar e receber – mostrando a Israel que ela não é somente uma lei física, mas também uma lei espiritual. Deus deu o Seu Filho para que nós nos déssemos a Ele. Ele se deu, mas quer receber as nossas vidas em retribuição. Assim como Deus exigia retribuição, pela sua justiça, também tem prazer em retribuir. “Daí e servos-á dado”. Os filhos de Israel tinham negligenciado essa lei divina da semeadura. Queriam colher onde não tinham semeado. E além disso, estavam violando o oitavo mandamento: “Não furtarás”, Êxodo 20.15. Deus, então, os convida a uma nova modalidade, dizendo que, ao invés de procederem assim, trouxessem todos os dízimos e as ofertas alçadas à Casa do Tesouro. Depois (quer dizer: depois de fazer isso com fidelidade), “fazei prova de mim”. Em outras palavras, Deus falou para eles: “Depois disso, passai a observar com deleite na alma e paz no coração que Eu, o Senhor, vos abençoarei”.

Portanto, “provai”, nessas passagens, deve ser entendido como observai, experimentai e acompanhai tudo aquilo que Deus está realizando por nós e em nós, quando passamos a buscar o Reino de Deus e a Sua justiça em primeiro lugar.

por Severino Pedro da Silva

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