Diácono Davi atribui mal a não cumprimento de voto, mas Deus lhe poupou a vida
Davi Lima, diácono na Assembleia de Deus em Augusto Vasconcelos (ADAV), no Rio de Janeiro (RJ), passou muita dificuldade no trabalho em 2018, ao ponto de já não aguentar mais. Assim, fez um voto ao Senhor. “Prometi a Ele que se eu recebesse a bênção que necessitava, ia me dedicar mais à Obra dEle. Prometi me empenhar com frequência nos trabalhos, mas cumpri apenas em parte”, lembra.
Após sua aposentadoria por tempo de serviço, ele agora dispunha
de mais tempo para cumprir o voto. Era o que se esperava. Mas com o valor da
rescisão trabalhista disponível, uma das primeiras ações de Davi foi comprar um
grande aparelho de televisão e um videogame de última geração. Segundo ele, foi
a partir daí que a bênção se transformou em maldição.
Suas idas ao trabalho de evangelismo na segunda-feira no calçadão
do bairro onde mora e aos cultos nas quintas-feiras no templo-sede foram
substituídas por horas em frente à televisão, ora “maratonando séries”, ora
jogando videogame. Quando alguém dizia que ele estava viciado, de pronto rebatia.
“O mal do viciado é rebater a palavra que vem a ele. Eu estava viciado mesmo em
séries e videogame naquela televisão grande, mas não reconhecia”, comenta. Davi
começou a se dar conta da gravidade do não cumprimento do voto que fez ao
Senhor a partir de alguns sinais. Ele entende que foi assim que o Senhor fez
para lhe chamar a atenção. Jogando videogame desde 20h, já havia entrado na
madrugada do dia 9 de dezembro de 2022. Era uma hora da manhã, como relata, quando
deitou todo satisfeito por ter jogado muitas partidas de FIFA e ganhado de
muitos competidores. De tão eufórico que estava, nem se lembrou de orar ao
deitar.
Ao dormir, sonhou tendo um AVC. “No sonho, minha mão virava toda,
minha língua enrolava. Eu tentei gritar para minha esposa para ela desenrolar
minha língua, para me sacudir. Mas, sem sucesso. Pensei: ‘Estou morrendo!’”, comenta.
De repente, sua esposa acordou com um barulho. Davi estava, de fato, morrendo.
Não era apenas um sonho. Ao ver o esposo convulsionando e engasgado com saliva,
irmã Fátima chamou pelo seu nome, mas ele não reagiu. Desesperada, colocou o
esposo no colo e clamou ao Senhor. Deus ouviu, e ele retornou à razão. Naquela
madrugada mesmo, Davi foi levado ao atendimento médico, onde recebeu medicação
e depois voltou para casa. O Senhor o tinha dado uma nova chance.
Por entender que Deus estava cobrando o voto que fizera,
deixou de ver as séries que assistia, mas não conseguiu deixar o videogame totalmente.
No dia 18 de janeiro deste ano, por volta da 20h30 da noite, ao chegar à sala
para jogar, pegou o controle, mas sentiu algo estranho. Sua mão enrijeceu e o aparelho
ficou preso entre seus dedos. Ele estava sofrendo mais um AVC. Levado mais uma
vez ao hospital, ele foi internado. Lá, fez uma tomografia na qual se constatou
a existência de uma lesão no cérebro dele. Mesmo em meio àquela situação
adversa, Davi sentiu o cuidado de Deus por ele. “A médica que me atendeu me
disse: ‘Não vou deixar o senhor ir embora de jeito nenhum. A sua vida, agora, passa
a ser minha responsabilidade’”. No hospital, ele teve mais duas convulsões,
ficando com seus movimentos reduzidos. O quadro foi de AVC isquêmico.
Davi ficou esperando por um neurocirurgião no Hospital Rocha
Faria. Em uma ocasião, o médico entrou na sala onde ele estava e disse: “Aqui
não tem jeito não. Vou te dar alta, você vai para casa. E essa tua mão, pode
ser que ela nem volte mais a funcionar”. Ao ouvir aquela palavra, Davi
repreendeu: “Jesus, joga esta profecia contrária por terra!”. Quando saiu da
sala, o médico voltou e disse a ele que não lhe daria mais alta, pois tinha
visto no exame que ele estava com uma lesão no cérebro. Informou também que
Davi deveria esperar o neurocirurgião, mas foi inquirido pelo paciente:
“Doutor, você conhece o neurocirurgião do hospital?” Ele respondeu: “Não!”.
Davi seguiu em sua fala: “Então, doutor, pode me dar alta que eu assumo a responsabilidade.
Eu vou procurar um neurocirurgião lá fora”. De alta, Davi voltou para casa. Sentado
no sofá, jogando videogame mais uma vez e conversando com a esposa, Davi
convulsionou novamente. “Minha esposa retirou o controle da minha mão. Não fui para
o hospital mais”, lembra. Certa feita, mais uma vez no sofá, sentado na posição
de jogar videogame, ele dormiu um sono profundo, no qual teve um sonho. “Eu me
via com o controle do videogame na minha mão, a televisão ligada e eu jogando futebol.
De repente, no sonho, a minha mão começa a tremer. No sonho, joguei o controle
longe. Aí vem a voz de Deus e me fala o seguinte: ‘Se você não parar, eu vou
parar esta tua mão’”, conta.
Passados 15 dias, desobediente, Davi pegou o controle
novamente. Não deu outra: ele teve outra convulsão. Sua mão ficou inchada e ele
perdeu o movimento de três dedos. “Como o Senhor havia falado”, conta ele,
“Deus parou minha mão!”. Ao retornar ao hospital para levar a tomografia que
havia feito, o médico que o atendeu não disse o que o exame apresentava e
solicitou uma ressonância. Pela situação que se encontrava e as dores intensas que
sentia, não conseguiu fazer o exame por completo. Apenas 70% foram concluído. O
que restava agora era continuar em busca de um neurocirurgião. Em pesquisa feita
na internet, encontrou um profissional da área, depois marcou a consulta, mas,
antes de ir ao atendimento, sentiu de ir ao SUS levar o encaminhamento. O profissional
disse que ele estava com um meningioma, isto é, um tumor no cérebro. Tranquilo
na medida do possível, pois Deus já havia falado com ele, Davi descansou no
Senhor. O médico pediu uma ressonância urgente para ele levar ao Hospital Pedro
Ernesto para dar entrada no pedido de cirurgia. Era 30 de março.
Em oração ao Senhor na Santa Ceia em 2 de abril na igreja
onde congrega, Deus falou a seu coração que ele receberia seu milagre. Enquanto
isso, ele aguardava o médico chamar. No dia 4 de abril, durante o trabalho de
consagração na igreja, uma irmã do Círculo de Oração lhe entregou um bilhete no
qual dizia: “Não é um ponto final, é apenas uma vírgula na sua vida”.
No retorno ao médico, já com o resultado da ressonância em mãos,
o profissional confirmou a existência do tumor, mas a notícia boa era que se
tratava de um tumor benigno. Assim, agora era aguardar uma vaga para a
cirurgia. O médico até lhe disse que se ele tivesse R$ 100 mil, seria operado
naquela semana mesmo. Até por R$ 60 mil daria para fazer o procedimento. O
profissional ainda disse a ele que a espera pelo SUS seria de uma vida toda.
Quando souberam da real situação, a família de Davi se
propôs fazer uma “vaquinha” para conseguir o valor, mas ele preferiu aguardar, por
entender que o Senhor havia falado que estava no controle e que o milagre já
estava acontecendo. Naquela mesma tarde, o Sistema de Regulação (SISREG) enviou
mensagem pedindo que ele fosse ao posto de saúde. Ao chegar lá, pegou mais um
encaminhamento para tomografia. Na semana seguinte, recebeu uma ligação na qual
a atendente disse que sua consulta estava marcada com o neurocirurgião no
Hospital do Cérebro. No dia do atendimento, um moço afastado da igreja o
recepcionou dizendo: “O senhor não veio aqui por acaso. Veio enviado por Deus,
porque este hospital é o hospital referência em cérebro”. Dias depois, Deus
usou três irmãos profeticamente, dizendo que estava cuidando dele. Em mais uma
consulta, o profissional lhe disse: “A cirurgia é de alto risco. Você está com
um tumor do tamanho de um ovo alojado em cima da veia que comanda teus movimentos
do lado direito. Você tem duas opções: tira esse tumor ou o deixa aí e fica
paralítico. Na primeira opção, você vai operar com todos os riscos, pois o
tumor está em cima da tua vista esquerda também”. Para o prognóstico de que a
espera no SUS seria “uma vida inteira”, o milagre mais uma vez deu sinais de que
estava acontecendo: a cirurgia seria em duas semanas”.
No tempo de espera, ao perceber que estava perdendo seus
movimentos cada vez mais, Davi ficou aflito. No dia 27 de abril, começou a ler
a Bíblia na sala, mas desejoso de mais intimidade com Deus, foi ao quarto, onde
começou a ouvir louvores e orar fervorosamente. Sua esposa entrou no local e o
acompanhou naquele momento de clamor, pedindo que a cirurgia saísse rápido. Ali,
Davi orou: “Senhor, Senhor, eu te amo, Senhor! Eu te amo de todo o meu coração.
Se tu me amas, Pai, antes do final desse dia, como sinal, vai chegar uma
mensagem ou uma ligação daquele hospital dizendo que a minha cirurgia está marcada
para o dia 2 de maio”. Menos de duas horas depois, o irmão recebeu a mensagem
em seu celular via aplicativo de que o hospital marcara sua cirurgia para o dia
2 de maio.
Com familiares e os membros da igreja orando
incessantemente, Davi foi ao centro cirúrgico. Ele propôs em seu coração de
evangelizar todos que entrassem no quarto onde ficaria, o que fez nos seis dias
e cinco noites que passou ali. A recuperação dele maravilhava a todos.
Quando tudo parecia estar indo bem, mais um revés abateu a
vida de Davi. Com estado emocional abalado, preferia não receber visitas. O
quadro agravou quando, mesmo já tendo feito a cirurgia, sua mão começou a
perder os movimentos. Depois de vários exames, descobriu-se que agora era
emocional. Davi orou a Deus por cura e a
mão voltou ao normal.
“A igreja abraçou a minha causa, mas ela não orou sozinha.
Enquanto a igreja orava por mim, eu orava pela igreja. Se eu pedisse para a igreja
orar por mim e ficasse no sofá, jogando videogame, vendo série, vendo
televisão, eu não tinha recebido a bênção. Eu não estava de braços cruzados.
Estava orando junto”, diz. Assim, Davi fez sua renovação de votos ao Senhor.
Também vendeu o videogame. Agora, segue participando das atividades da igreja
com a frequência que havia falado ao Senhor.
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