Rebeldia, cura do pai e conversão

Rebeldia, cura do pai e conversão


Ele era um fervoroso católico perseguidor de crentes, mas Deus se revelou a ele com poder

Nascido em Fortaleza (CE), de família tradicional católica, Josafá Fernandes de Oliveira Filho foi criado em Independência (CE), onde seus pais eram proprietários do Cartório do 2º Ofício do município. O testemunho de sua conversão a Cristo é marcado por rebeldia e pela cura de câncer do pai.

Sua tia era freira, sua mãe era uma das beatas que restauravam as imagens de esculturas e seu pai mandava periodicamente lavar e pintar a igreja católica local. Quando criança, por promessa feita por sua mãe em razão de uma enfermidade que ele tinha, Josafá ficou sem cortar o cabelo até os sete anos de idade e foi vestido de São Francisco a Canindé (CE). Influenciado pela família, o menino se tornou fervoroso devoto católico.

Herdeiro do temperamento forte do pai, ele estava sempre metido em confusões. Em razão disso, foi expulso de todas as escolas que estudou em Independência. Aos 11 anos de idade, ele foi morar em Fortaleza para estudar, mas, mesmo matriculado em escolas de freiras e em outras tradicionais, não mudou de comportamento.

Quanto à sua conduta em relação aos evangélicos e aos cultos que faziam, era de desprezo e xingamentos. “Eu não gostava de crentes, mas Deus tinha um plano em minha vida. No ano de 2004, Ele se revelou a mim através de um processo muito doloroso, mas necessário. No aniversário dos dizimistas do mês de fevereiro na igreja de Fátima em Fortaleza, ganhei uma Bíblia de presente. Até então eu nunca havia ganhado ou comprado uma. O meu interesse era apenas por imagens, liturgias e costumes católicos. Quando ganhei aquele livro, passei a lê-lo, mas não entendia, pois ainda meus olhos e sentidos estavam cegos e surdos”, conta.

Em março daquele ano, Josafá foi a Independência para passar um feriado. Visitando a casa de um amigo chamado Acilon, onde na ocasião estava jogando baralho com ele e os seus filhos Relt e Rui, ouviu o som de um culto iniciado em uma Assembleia de Deus próxima, que tinha como dirigente o pastor Antonio Cavalcante. Por seu desafeto, mandou os dois meninos irem acabar com o culto, prometendo a eles como pagamento uma pizza e um refrigerante. Josafá disse para eles ficarem nas janelas gritando: “Pastor ladrão! Cadê o dinheiro dos irmãos?”. Como ficou impossível continuar o culto, o pastor fechou a igreja. “Fiquei satisfeito com o resultado da investida. Mas quando o pastor passou por nós e nos cumprimentou com “A Paz do Senhor”, isso me irritou demais. Então, comecei a xingá-lo e me levantei para ir até onde ele estava. Precisei ser contido por dona Rita, esposa do Acilon”, lembra Josafá.

Ao voltar para Fortaleza no outro dia, ele incorreu em sucessivas batidas de carro e passou a andar de moto alugada. Dali em diante, inúmeras perdas foram desencadeadas. Em seu criatório de animais, suas ovelhas morreram todas em um dia, depois ele perdeu seu gado em dois dias. Pensando que o problema era o local onde os animais estavam, decidiu falar com o vaqueiro para tirar o restante da fazenda e colocar em outro lugar. Os oito gados que sobraram foram para o curral de outra pessoa, de onde fugiram ao quebrarem a cancela, indo para a pista, onde um carro os atropelou, matando todos. Nesse período, ele perdeu também, vítimas de anemia infecciosa, um cavalo e uma égua, avaliados em 100 mil reais. “Diante das perdas, minha fala era sempre a mesma: ‘Trabalho e compro novamente’. A dureza de coração não me deixava ver o chamado de Deus, até que próximo ao final do ano meu pai adoeceu. Tranquei a faculdade e fui para Independência trabalhar no cartório, uma vez que meus pais iriam para Fortaleza em busca de tratamento, onde meu pai passou a fazer hemodiálise por causa da rejeição de seus rins transplantados. Pensei que não voltaria mais a estudar, já que teria que pagar um semestre inteiro sem aproveitar nenhum crédito”, comenta Josafá.

Quando ele foi visitar os pais, teve a notícia de que seu genitor tinha tido AVC e estava com tumor no cérebro. Após o diagnóstico, restava levar o pai para morrer em casa. No corredor do hospital da Unimed, uma serva do Senhor se aproximou de Josafá e lhe ofereceu uma Palavra de Deus. Ele prontamente recusou e ainda falou à mulher alguns palavrões. Quando a irmã virou as costas, ele conta que sentiu uma dor forte no peito e caiu de joelhos nas cadeiras. “Naquele momento, passou um filme na minha cabeça de tudo o que tinha passado após aquele culto. Vendo-me agonizando, a irmã voltou e começou a me ajudar, perguntando se eu estava passando mal. Respondi a ela que eu era um ‘cavalo batizado’ [uma pessoa ignorante]. Passei a me ver como um ignorante e sem jeito, mas Deus é fiel e me deu uma chance de conhecê-lO. Ali, permiti que a irmã me falasse a Palavra de Deus. Ela prontamente pegou a Bíblia e me disse: ‘Você crê que este livro fechado é um livro comum, mas aberto é a boca de Deus?’. Eu disse a ela que sempre rezava o terço. Ela insistiu com a pergunta. Quando eu respondi que sim, então a irmã me entregou a Bíblia e disse para eu orar e pedir uma palavra a Deus. Orei em silencio perguntado a Deus se meu pai iria ser curado. Quando abri a Bíblia, me deparei com o texto que fala sobre a ressurreição de Lázaro (João 11), lembra Josafá.

Depois de várias explicações feitas pela irmã de dúvidas sobre o texto, ela falou a ele que Jesus ressuscitou e para sempre está vivo. Atendendo ao pedido de Josafá sobre se o pai dele ficaria bem, a irmã abriu novamente a Bíblia. Desta feita, ela leu em Lucas 1.37, que diz: “Porque para Deus nada é impossível”. “Naquele momento, eu vi tanta fé que disse que se meu pai ficasse bom, me tornaria crente. Pelo costume, fiz uma promessa. Com três dias que meu pai estava em casa, saiu uma verruga na testa dele. Quarenta dias depois, a doença estava toda fora. O médico apenas cortou a verruga e meu pai ficou livre daquele câncer na cabeça. Então, procurei a irmã e confessei a Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador da minha vida. Depois minha mãe também se decidiu. Para a glória de Deus, hoje toda minha família aceitou Jesus”, celebra Josafá.

Aos poucos, as coisas foram tomando um novo rumo na vida de Josafá. A primeira das mudanças foi o gozo na alma que ele passou a sentir, mesmo lutando contra os arroubos da velha e ignorante natureza. Quanto aos bens perdidos, recuperou todos de forma milagrosa. O menino que foi expulso de várias escolas por indisciplina se formou em Direito e atualmente cursa Teologia. Casado, hoje Josafá mora em Guaraciaba do Norte (CE) com a esposa Karoline Jasminy e a filha Rebeca, onde serve na Assembleia de Deus como presbítero.

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