Como devemos nos referir a Deus, quando quisermos chamá-lO pelo nome? O que a Bíblia diz a respeito do nome de dEle. Ele se chama Jeová?
O nome ou os nomes de Deus é uma das formas pelas quais a Bíblia permite que conheçamos a Deus. As outras formas são as descrições da própria Escritura e Seus atributos.
Na Bíblia o nome de uma pessoa é uma descrição do seu
caráter. Da mesma forma, os nomes bíblicos de Deus são diversas descrições do
seu caráter. Os nomes de Deus são a expressão de seu multifacético ser. São de
origem divina e foi como Deus se apresentou em Sua autorrevelação.
A Bíblia de fato dá muitos nomes de Deus, e todos eles
refletem algum aspecto verdadeiro de seu caráter. Muitos desses nomes que
descrevem partes do caráter divino são tirados da experiencia ou da emoção humana,
enquanto outros são tirados do resto da criação natural.
No Antigo Testamento, a Bíblia apresenta vários nomes para
Deus, dos quais o mais importante, que revela Sua singularidade ontológica absoluta,
é descrito para como “Eu Sou” (Êxodo 3.14), nome impronunciável, destacado pelo
tetragrama hebraico “YHWH”, geralmente transliterado para o português “Jeová”.
Jeová é uma das transliterações para língua portuguesa (além
de Javé, Iehovah, Iavé ou até Yahweh) do Tetragrama YHVH, ou seja, a designação
das quatro consoantes que compõem o nome de Deus em hebraico. Nome pessoal e
distintivo de Deus, assim foi originalmente escrito em hebraico e surge na Torá,
tendo sido a forma usada pelos Judeus para não sujarem o nome de Deus ao
pronunciá-lo. Surge mais de 6.000 vezes no Antigo Testamento, todo ele escrito
em hebraico ou aramaico, depois traduzido para grego na chamada Septuaginta (Bíblia
“dos Setenta”). Crê-se que os Judeus “esqueceram” as vogais, pelo que só
escreviam YHVH, nunca a pronunciando, porém, optando pela fórmula “Adonay”. As
quatro consoantes hebraicas do nome divino se tornaram impronunciáveis pelos judeus
desde o período Inter bíblico. Por medo da palavra de Levíticos 24.16, ao ler
as Escrituras eles não pronunciavam este nome, mas falavam Elohim ou “há-shem”
(O Nome).
“Jeová ou Yahweh” significa “o que existe em si mesmo”, “o que
foi, é e será” (Êxodo 3.14), realça a imutabilidade de seu ser e de suas promessas.
Diferentemente dos outros nomes pelo qual Deus se faz conhecido, este é o que
entra em contato com os homens em seus pecados. Geralmente em nossas versões é
traduzido por “Senhor” ou “Jeová”. Na Idade Média, os rabinos inseriram no
tetragrama as vogais de Adonai. Isso resultou na forma YeHoWaH. Quando os
reformadores tomaram conhecimento disso a partir de 1520, difundiram o nome “Jeová”.
O nome Jeová aparece em alguns compostos: Jeová-Jireh = “O
Senhor proverá” (Gênesis 22.14); Jeová-Rafah = “O Senhor cura” (Êxodo 15.26);
Jeová-Nissi = “O Senhor é a nossa bandeira” (Êxodo 17.15); Jeová-Tsidquenu = “O
Senhor é a nossa justiça” (Jeremias 23.6; 33.16); Jeová-Shalom = “O Senhor é
paz” (Juízes 6.24); Jeová-Samma = “O Senhor está ali” (Ezequiel 48.35);
Jeová-Sabaoth = “O Senhor dos Exércitos” (1 Samuel 17.45). Aparecem também
outras combinações, como: “Yahweh Elohe Ysrael”= “O Senhor Deus de Israel” (Juízes
5.3; Isaías 17.6); “Qedosh Ysrael = “O Santo de Israel”; “Abir Ysrael = “O
Poderoso de Israel”; “Nesah Israel” = “A força de Israel”.
Além dos nomes já citados, a Bíblia também chama Deus pelos seguintes
nomes: “El”: o que é poderoso; “Elohim”: o poderoso que deve ser temido;
“Adonai”. “O poderoso regente e governador”, “Senhor” (Êxodo 23.17; Isaías
10.16,33). No Novo Testamento aparecem: “Theos” = “Deus”, é correspondente grego
de “El”, “Elohim”; “Kúrios” = “Senhor”, é correspondente do grego “Yaweh” e
“Adonai”; “Pater” = “Pai”, denota afetividade e geração (Mateus 6.9; João 1.18;
Efésios 3.14); “basileus basiléon” = “Rei dos reis” (Apocalipse 17.14); “Ego
eimi” = “Eu sou”, é correspondente do grego “Hayah”.
Os nomes de Deus não são apenas uma identificação pessoal,
eles revelam suas obras e atributos. Quando as Escrituras fazem menção aos nomes
divinos, revelam o poder, a grandeza e a glória do Todo-Poderoso. Também
precisamos compreender que o nome do Senhor está ligado ao conceito de sua
soberania e glória (Deuteronômio 12.11).
Concluindo afirmo que não é errado chamar Deus de Jeová, assim
como por qualquer outro nome supracitado.
Obras consultadas
GILBERTO, Antonio (org.). Teologia Sistemática
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
BRUNELLI, Walter. Teologia para pentecostais: uma
teologia sistemática expandida – Volume 1. Rio de Janeiro: Central Gospel,
2016.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva.
São Paulo: Vida Nova, 1999.
por Sérgio Pereira
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