Os bons e maus exemplos

Os bons e maus exemplos


Aprendendo com Homens e Mulheres da Bíblia

Os personagens destacados não são apresentados sozinhos. Eles estão todos inseridos em uma coletividade, e foi nela que, de alguma forma, foram vistos, e assim o leitor os verá nesta obra.

Moisés teve sua história junto aos hebreus que saíram do Egito. Escolhido por Deus para libertar Israel, teve de lidar por anos com um povo difícil de ser liderado. Passou por diversas situações que deixariam uma pessoa fora de controle, e em duas dessas situações, esse homem de Deus acabou pagando o preço de agir por impulso: uma, quando Deus lhe deu as tábuas da lei, e o homem de Deus as quebrou. Teve de fazer novas tábuas e subir sozinho, com todo aquele peso, até a montanha para que Deus escrevesse nas tábuas novas a sua lei. Na outra ocasião, bateu em uma rocha, quando deveria falar pra ela, e isso lhe custou a entrada na terra prometida. Mas a Bíblia também nos mostra que ele era um homem de oração, e que sabia exercer julgamentos justos para mantar a paz social em um acampamento de ex-escravos.

Débora exerceu sua atuação profética junto aos hebreus na nova terra. É o exemplo claro de uma mulher que se destacou numa época em que os homens, em sua maioria, detinham o poder de voz e de ação. Débora foi juíza e profeta, e por meio de sua profecia, Deus convocou um homem a fim de que fosse à guerra, e o auxiliou com a sua presença no campo de combate, contra um inimigo numérica e belicamente mais forte. Diferentes de pessoas que costumam apoiar outras da boca para fora, Débora teve a coragem de apoiar com sua presença a pessoa para quem foi usada por Deus.

Os filhos de Eli ficaram famosos nos seus maus procedimentos contra Deus e a congregação em Siló. Por meio de seu mau exemplo, toda a sua descendência perdeu a oportunidade de se manter trabalhando para Deus. Como seu pai, Eli, preferiu honrar mais aos filhos do que a Deus, o Eterno julgou sua casa, numa mostra clara de que se queremos ver a futura geração servindo a Deus, precisamos também orientá-las enquanto é possível, pois se não o fizermos, serão uma geração sem temor de Deus e respeito pelo ministério.

Saul reinou em Israel, e mesmo tendo sido escolhido por Deus, deu pouco valor à sua chamada, mostrando que sinais vindos de Deus e de sua chamada são sinais da aprovação em relação à convocação que Ele nos fez, mas que temos a obrigação de nos mantermos firmes em relação ao que Ele nos orientou. Obedecer pela metade é o mesmo que uma desobediência completa, aos olhos de Deus. Recursos e bens à disposição da obra não representam necessariamente sinais de obediência, e podem servir para que sejamos julgados por Deus. Buscar também respostas de Deus, sem o mesmo desejo de obedecer ao que Deus está dizendo, pode ser também desobediência.

Abigail salvou sua casa com diversas pessoas. Mesmo sendo casada com um homem rico, tolo e perverso, ela se destacou não apenas por sua beleza, mas igualmente por seu bom senso. Quando seu esposo destratou e humilhou Davi, Abigail separou comida e outros itens para aplacar a ira do homem segundo o coração de Deus, e dessa forma, conseguiu preservar sua família toda, incluindo seu marido perverso e todos os empregados. Abigail é a prova clara de que beleza não anula a sabedoria e o bom senso, e que a palavra branda pode afastar o furor.

Natã foi usado por Deus para colocar Davi nos eixos, quando o rei pecou cometendo um adultério, engravidando a mulher e matando o esposo dela na guerra. Mas Natã viu o desejo do rei, de construir um templo para o Eterno, e sem consultar ao Senhor, disse que aquele desejo de Davi tinha o respaldo de Deus. O profeta teve de ir ao rei e dizer que o projeto de Deus era outro. Como Natã, podemos ser tentados e motivados a falar em nome de Deus coisas que Deus não nos mandou dizer. Nesse caso, é preciso voltar atrás, admitir o que foi feito e deixar que Deus cumpra seu plano através de outras pessoas.

Jezabel trouxe a idolatria coletiva no Reino do Norte, quando se casou com o rei Acabe. A história desse casal é impressionante, pois a maldade que praticaram, até então, não havia sido tão intensa. Jezabel trouxe a banalização para o reino do Norte, e se manteve fiel à sua fé mesmo vendo milagres acontecendo pelo ministério de Elias. Por pior que essa mulher tenha sido, ela agiu de forma coerente com sua religião, e não trocou seu deus. 

A Sunamita abençoou Eliseu. Em um período em que as pessoas não tinham tantos lugares para ficar enquanto viajavam, a Sunamita e seu esposo construíram um quarto para o profeta, pois viram naquele homem um santo homem de Deus. Pela sua generosidade, Deus lhe deu um filho, e anos depois, quando o menino morreu, foi no quarto que anteriormente havia sido construído para receber Eliseu, que o profeta ressuscitou o filho dessa mulher, trazendo para aquele lar a alegria que tinha sido perdida.

José acolheu Jesus ainda no ventre de Maria. Noivo, poderia ter passado para a história como um homem que foi traído pela mulher que amava. Mas Deus o orientou a dar crédito ao que Maria havia falado, e José fez o papel de protetor e sustentador, além de poder educar, com Maria, o filho de Deus. Foi José que deu o nome de Jesus ao menino, obedecendo ao que Deus havia dito, e a cada momento de obediência, ficava garantido para ele a proteção de Deus.

João Batista pregou para multidões no deserto, e batizou o próprio Jesus. Sua vinda ao mundo cumpriu o propósito de Deus, de enviar, antes do Messias, alguém que arrumasse os caminhos por onde o Filho de Deus passaria. Quando preso, João perguntou se Jesus era aquele que estavam esperando. Ele usou a dúvida, e não a incredulidade, para saber mais sobre o que Jesus estava fazendo, e o Senhor o respondeu sem condenar sua pergunta. 

O testemunho da Samaritana atraiu pessoas até Jesus. Numa época em que os preconceitos faziam parte ativa da forma social de pensar, Jesus falou com a mulher samaritana, ouviu dela suas perguntas e lhe ofereceu a água da vida. A cada pergunta, uma resposta, mostrando que é possível comunicar o evangelho de forma inteligente e instigante. Se achamos que Deus não tem como tirar água de um poço fundo, Ele nos surpreende dando-nos uma água que jamais acaba.

Judas Iscariotes era um dos doze. Sua vocação para ser do grupo dos discípulos não veio sem que Jesus tivesse orado, e mesmo andando com o Senhor, Judas foi vencido pelo seu amor ao dinheiro, traindo o Mestre que deu a ele a oportunidade de ver coisas grandiosas, como milagres, ressurreições e multiplicação de pães. O poder de Deus diante de si não entrou em seu coração da mesma forma que a ganância, e Judas, que poderia ter sido um dos 120 no pentecostes, se tornou o símbolo de um traidor por mais de dois mil anos.

Barnabé se destacou no trabalho pastoral na primeira igreja mista da história. Homem de fé, foi apelidado de filho da consolação, e exerceu seu ministério fortalecendo igrejas e dando oportunidade para que outras pessoas, como Saulo, pudessem servir a Deus. Ouso dizer que se não houvesse um Barnabé, é provável que não viéssemos a ter um Saulo, pois quem tirou o fariseu convertido lá de 6arso, para onde havia sido mandado, foi Barnabé. Mesmo após a discussão que tiveram por causa de João Marcos, a obra de Deus tomou duas frentes diferentes, e o Evangelho foi pregado em mais de um lugar ao mesmo tempo, por pessoas altamente capacitadas para falar de Jesus.

por Alexandre Claudino Coelho

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