O amor nasceu e veio até nós

O amor nasceu e veio até nós


Ao lermos 2 Timóteo 2.8, que diz: “Lembre-se sempre do Senhor”, parece-nos estranho que o apóstolo Paulo esteja fazendo um lembrete como este a Timóteo, seu filho na fé. Jovem criado e firmado na fé de sua avó e de sua mãe, portanto, a que tudo indica, com uma convicção abalizada sobre o Cristo que o seu mestre Paulo tanto lhe ensinou.

A orientação do apóstolo nos indica que perder Jesus de vista é bem mais comum do que nos parece, mesmo aos que pensam estar seguindo Jesus bem de perto.

Quando nos esquecemos do Senhor? Quando tiramos os nossos olhos dEle, ou lhe viramos as costas e projetamos nossa sombra sobre Ele. Substituímo-lO por qualquer coisa ou pessoa. E embora achemos que jamais faremos isso, é bom cuidarmos da nossa memória em tempos de “amnésia espiritual”.

O Jesus que não deve ser esquecido por nós não é um milagreiro, um mercenário religioso, não é um agitador das massas nem tampouco um revolucionário. É o Jesus sobre o qual a Bíblia nos conta e que sempre existiu: “Ele estava no princípio com Deus” (João 1.2).

Segundo o evangelista João é o Jesus sem o qual nada do que existe teria sido feito. “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (João 1.3). Para os mais poéticos como o apóstolo Paulo: “Porque dEle, e por Ele, e para Ele são todas as coisas” (Romanos 11.36).

Talvez nós pouco pensemos no envio desse maravilhoso Jesus à humanidade. É bom que paremos para refletir um pouco em como se deu tal evento histórico e divino – por determinação do Pai, foi o Filho enviado ao mundo. O Todo Poderoso Deus decide e o próprio Filho esclarece, em João 3.17, a que veio: “Porque Deus enviou seu filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”.

Como é interessante notar nesse discurso que Jesus se coloca não em primeira pessoa, mas em terceira pessoa, mostrando assim Sua própria submissão ao Pai e Sua decisão em cumprir aquilo que o Pai lhe ordenara.

Perguntas surgem a partir dessa decisão: Quem o enviou? Quem é o enviado? Quando foi enviado? Para onde foi enviado? Por que e para quê? Quem nunca pensou nessas questões? Que bom que as Santas Escrituras têm as respostas plenas e satisfatórias a todas elas! O Pai o enviou: “Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por Ele vivamos” (1 João 4.9). Nesse envio está manifestado o amor de Deus.

Aconteceu na plenitude dos tempos: “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4.4). Notemos que o enviado tem consciência do seu próprio envio: “Deus me enviou”. Em 15, dos 21 capítulos de João essa expressão aparece 35 vezes.

Em Lucas, Ele declara: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lucas 4.18, 19). Quem mais poderia se declarar assim?

O porquê João também vai responder em 3.8: Para tirar (literalmente) o pecado do mundo”.

Jesus tira a culpa do pecado pela justificação. Tira o poder do pecado pela santificação e tirará um dia definitivamente a presença do pecado pela glorificação.

Então, para que Ele veio? Veio para buscar e salvar o que se havia perdido (Lucas 19.10), veio para cumprir o plano que o Pai traçou.

Já que estamos pensando no envio, nos motivos pelos quais Ele foi enviado, pensemos na cerimônia de envio. Sim, é possível pensarmos na cerimônia do envio de Jesus a Terra. Ocorreu no céu dos céus: as cortinas se abrem, o cenário está pronto, a plateia é de anjos. Ouve-se o som de trombetas. O Senhor Todo Poderoso se levanta do Seu trono. Anjos e arcanjo se colocam em pé. O Filho se coloca na presença do Pai que estende a mão e diz: “Filho, Tu és meu amado, que me alegra tanto”.

O Pai declara ainda: “Amo tanto a humanidade que estou Te enviando a Terra, você é meu Unigênito (meu único gene). Você vai descer e nascer em forma de amor e trazer de volta para mim o ser humano que eu criei como nós, mas que se afastou tanto que perdeu nossa identidade”.

O Filho, obediente, não pergunta, não questiona, apenas promete: “Não voltarei para cá enquanto não tiver tirado o pecado do mundo, enquanto a cortina do Santo do Santos não se rasgar de alto a baixo, enquanto eu não completar tudo, enquanto não se cumprir em mim o Teu querer. O pai abraça o Filho.

Nove meses depois dessa cerimônia, na pequenina e esquecida Belém, o amor nasce, a glória do unigênito do Pai vem revestida de carne, pele e ossos. Os anjos promovem a festa, um deles dá a notícia a simples pastores: o Deus invisível se torna visível!

Ele vem como o Maravilhoso Conselheiro – Maravilhoso porque demonstra seu caráter através das suas obras e milagres: “Foi o Senhor que fez isto e é coisa maravilhosa” (Salmos 118.23); Conselheiro porque é aquele que dá o Seu parecer em perfeita sabedoria: “E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Isaías 11.2).

Vem como o Deus Forte – Aquele que tem toda a força e poder: “Torre forte é o nome do Senhor” (Salmos 18.10).

Vem como o Pai da Eternidade – Aquele que determina os tempos já dantes ordenados: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmos 90.2).

Vem como o Príncipe da Paz – Aquele que tem a soberania: “Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados” (Atos 5.31). Só por Ele temos paz com Deus.

por Edna de Moraes Reis Lourenço

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