Escravo das drogas é liberto por Cristo

Escravo das drogas é liberto por Cristo


Jovem rebelde tem a sua vida transformada pelo poder do Evangelho

A infância de Anderson Baptista Félix de Souza não foi nada fácil. No momento em que o evangelista da Assembleia de Deus em Guarulhos (SP) faz comentários dos tempos de menino, ele remonta a um período conturbado quando ainda morava na cidade onde nasceu: Guaratinguetá (SP). O obreiro recorda-se da mãe Jurema, professora do Ensino Fundamental e do pai Sílvio, alcoólatra por quem, diversas vezes, teve que cruzar caminho na ida à escola e ainda ter de ouvir as provocações de adultos e crianças que o insultavam com palavras muito duras, devido a condição lamentável em que encontrava-se o genitor.

“Lembro de minha mãe que cumpria com a sua rotina na escola onde lecionava, quanto ao meu pai, ele também seguia a sua: procurar os bares a fim de embriagar-se e cair na sarjeta. Eu e meus irmãos Luiz Felipe e Ana Carolina assistíamos a esta cena, sem nada podermos fazer. Eu era conhecido como o ‘filho do cachaceiro’”, explica o evangelista.

O constrangimento transformou-se em uma fonte de amargura para o jovem. Apesar da pouca idade, ele não conformou-se com o histórico de bebedeiras do genitor. Como a sua mãe decidiu permanecer ao lado do marido, o menino passou a ter ataques de fúria e quebrar os utensílios domésticos. A frustração do jovem foi descontada ao arremessá-los ao chão ou chutá-los. 

“A minha mãe era espírita e acreditava que os ‘espíritos desencarnados’ poderiam, de alguma forma, libertar o meu pai, de modo que ela passou a realizar ‘trabalhos’ para que tivéssemos paz dentro de casa, mas nada funcionou. Mais tarde, ela recorreu às mesmas entidades para eu abandonar a vida do crime, foi decepcionante”, explica Anderson.

Anderson estudava em uma escola particular, mas por causa do vício do pai que o levava a ser demitido dos empregos, ele acabou por ser conduzido a uma unidade pública de ensino. O ambiente nada acolhedor de seu lar e o fato de ter de estudar em uma escola pública significou o caos dentro de casa, considerando que a mãe teve de arcar com a manutenção da família devido ao vício do marido que não conseguia manter-se em nenhuma empresa, algumas vezes ele era demitido por justa causa. 

O sofrimento no lar serviu como “gatilho” para deflagrar em sua mente juvenil a procura por experiências ainda desconhecidas por ele, o menino passou a fumar os cigarros que furtava do pai, e manifestou o gosto pela bebida alcoólica. Mais tarde, a família deslocou-se para o bairro Vila dos Comerciários onde a situação de Anderson piorou bastante.

“A minha conduta declinou ainda mais quando mudamos de endereço e a maconha tornou-se a minha companheira, o vício por bebida alcoólica foi instalado na minha vida e saía de casa para voltar dois ou três dias depois”, revela.

Aos 14 anos, os pais decidiram que o melhor para a família seria morar na cidade de Cunha (SP), uma vez instalados no perímetro urbano do novo lar, Anderson decidiu entrar para o crime e passou não somente a consumir mas também vender maconha; nesse período de sua vida, o rapaz tornou-se traficante.

“A minha escalada no vício estava começando, eu já fumava maconha, fazer uso da cocaína, foi apenas um passo, e logo contei com a colaboração de pessoas que trabalhavam para mim na venda de meus ‘produtos’. Eu tornei-me alvo das diligências policiais. Nesse ‘ofício’ o indivíduo ganha muito dinheiro, de modo que comprei várias motos para mim”, informa.

A situação parecia irreversível e o empenho de sua mãe no sentido de trazê-lo de volta à normalidade, foi um fracasso, mas foi nessa época que ele cruzou caminho com uma igreja Assembleia de Deus, mas não entrou por estar vestindo uma bermuda e sentir-se inconveniente e com o ânimo alterado pelo uso dos entorpecentes. Por essa época, a sua mãe também começou a frequentar igrejas evangélicas a fim de buscar ajuda para o filho, mas as visitas não tinham nenhum compromisso com a denominação.

“Mas certa feita, a minha mãe pediu que a acompanhasse em uma visita a um primo meu que estava internado no Desafio Jovem Monte Sinai, uma instituição voltada para recuperação de viciados em narcóticos na cidade de Lorena (SP), quando cheguei ao local, eu fui impactado pela presença de Deus através dos funcionários e das pessoas que lá estavam internadas e em processo de descontaminação”, afirma o evangelista.

Na verdade mãe e filho foram recepcionados por ex-dependentes químicos. Era um domingo e ao longo da visita, os dois participaram do culto na instituição, a reunião foi conduzida por um jovem de 16 anos que ministrou a mensagem sobre a conversão do apóstolo Paulo. “Lembro-me que o rapaz disse que se o Senhor foi poderoso para converter aquele perseguidor, Ele é capaz de fazer o mesmo com qualquer pessoa. Eu não resisti, caminhei até o altar e aceitei a Jesus como meu Salvador pessoal”. 

A partir de então, ele decidiu ficar internado a fim de recuperar-se. Ao longo do processo, o jovem foi discipulado, aprendeu a confiar em Deus e a sua Palavra tornou-se fonte de saber e confiança. “Eu fui submetido a um processo de sete meses de tratamento, porém com um mês e seis dias de minha conversão, desci as águas batismais. Eu solicitei o perdão de minha mãe por todo o sofrimento causado, e afastei-me das drogas definitivamente”.

Mais tarde, a mãe e o irmão converteram-se ao Senhor e foram batizados no centro de recuperação. O pai de Anderson também recebeu tratamento na mesma unidade a fim de abandonar o vício do alcoolismo. Hoje, o jovem é um evangelista em tempo integral ligado à Assembleia de Deus em Guarulhos (SP), liderada pelo presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), pastor José Wellington Costa Junior. Ele é casado desde 2014 com Ana Carolina Vasconcelos de Souza, o filho do casal chama-se Anderson Junior, e anuncia a sua conversão pelo país afora. O evangelista credita a sua recuperação à misericórdia divina.

“O Senhor concedeu-me a chance de aceitá-lo como Salvador, e que o meu testemunho sirva de exemplo para as pessoas que precisam de restauração”.

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