Assembleias de Deus no Brasil e no mundo em mobilização missionária

Assembleias de Deus no Brasil e no mundo em mobilização missionária

Paralelamente, CGADB e Comissão de Missões da Associação Mundial das Assembleias de Deus estabelecem metas para alcançar o país e o mundo em dez anos

As Assembleias de Deus no Brasil e no mundo estão coincidentemente envolvidas em uma grande mobilização missionária para impactar o país e as nações com a mensagem do Evangelho nos próximos dez anos. A Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Brasil (CGADB), presidida pelo pastor José Wellington Costa Junior, e a Comissão de Missões da Associação Mundial das Assembleias de Deus (WAGF MC) estabeleceram, cada uma, metas nesse sentido para serem alcançadas até 2033. O último grande esforço desse tipo de ambas as instituições se deu na década de 1990, quando a Associação Mundial das Assembleias de Deus e a CGADB, na época presidida pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, promoveram a célebre “Década da Colheita”, que levou milhões de vidas para Cristo só no Brasil naquele período.

Pacto Nacional de Evangelização

Em 1 de maio deste ano, na última sessão da Assembleia Geral Ordinária da CGADB, realizada em Novo Hamburgo (RS), a Comissão de Planos e Estratégias de Evangelismo e Discipulado da CGADB apresentou o “Pacto Nacional de Evangelismo”, que propõe um novo mover evangelístico que alcance todos os setores da sociedade brasileira.

A apresentação do projeto foi feita pelo pastor Joary Josué Carlesso, presidente da referida comissão, e pelo pastor Besaleel Ferreira de Assunção, secretário da comissão. Pastor Joary ressaltou que o crescimento das ADs na Década da Colheita (1990-2000) foi muito significativo, mas na primeira década do século 21 foi bem menor, e que o projeto apresentado em Novo Hamburgo pretende, pela graça de Deus, dar um novo impulso na conquista de vidas para o Reino de Deus pela denominação, mas que isso depende do envolvimento de todos, pois é através da Sua Igreja que Deus opera neste mundo. De 2000 a 2010, o crescimento da AD foi de 48% segundo o IBGE, mas esse número compreende não apenas igrejas cujos ministérios são ligados à CGADB, mas também as ADs do Ministério de Madureira e outros ministérios independentes. Por outro lado, sabe-se que a CGADB representa a maioria esmagadora dos assembleianos no país.

Na ocasião, após a apresentação do Pacto Nacional de Evangelização, o pastor José Wellington Costa Júnior, presidente da CGADB, propôs a aprovação do projeto, o qual foi aprovado por unanimidade pelo plenário da AGO.

Metas do Pacto

O Pacto Nacional de Evangelização pretende, conforme texto aprovado em Novo Hamburgo, focar em evangelismo e discipulado; no treinamento bíblico e missional, nas modalidades formal e informal, dos membros e obreiros da igreja; no evangelismo e discipulado de crianças e pré-adolescentes; no evangelismo e discipulado específico para adolescentes, jovens e universitários, “compreendendo que este grupo de pessoas tem sido grandemente afetado pelas doutrinas filosóficas que caracterizam a sociedade pós-moderna, como o humanismo e o relativismo”; em um trabalho específico de evangelização e discipulado de mulheres, e fortalecimento dos lares; e buscar estratégias que alcancem os homens desta geração para Cristo, lembrando que os homens têm sofrido uma campanha midiática e cultural de inversão de valores e eles representam “mais de 90% dos usuários frequentes de drogas ilícitas, da população carcerária e das mortes por violência armada no Brasil”.

Outro ponto ressaltado no pacto é o compromisso com a evangelização e o discipulado de pessoas com deficiência, “entendendo que necessitam de estratégias de abordagem, metodologias e recursos específicos, de acordo com o tipo de deficiência, nível de comprometimento e faixa etária, para que o evangelho seja compreendido, alcançando a mente e o coração desses indivíduos, que, de acordo com dados oficiais correspondem a quase um quarto da população brasileira, tendo como destaque: deficiência visual, deficiência motora, deficiência auditiva, deficiência intelectual e deficiência múltipla”.

Um destaque também no pacto é a criação de ações de evangelismo e discipulado voltadas para “os seguintes grupos menos alcançados pelo evangelho em nossa nação: profissionais liberais, indígenas, ribeirinhos, ciganos, sertanejos, quilombolas, imigrantes, os mais ricos e os mais pobres, por entendermos que todos carecem de salvação e que cabe a nós a tarefa de anunciá-la”.

O projeto propõe ainda “evangelizar e a discipular por meio do serviço de assistência religiosa em instituições como hospitais, instalações militares, escolas, asilos, orfanatos, empresas e penitenciárias, realizado por crentes vocacionados, treinados e capazes de interagir com discrição no seu ambiente de atuação, respeitar os protocolos e regras de conduta e segurança, de se comunicar de forma adequada e de realizar ações que viabilizem a propagação do Evangelho por meio da escuta, encorajamento, apoio espiritual, suporte emocional, palestras, serviços, recreação e oportunidades de ações pontuais, sejam elas provocadas pelo(a) capelão(ã) ou requeridas pela instituição”. O texto do pacto lembra que “a assistência religiosa nas entidades civis e militares é um dispositivo previsto na Constituição Brasileira de 1988, portanto, a Capelania é uma porta para o exercício do serviço cristão, para a evangelização e discipulado, devendo ser potencializada e massificada com vistas à expansão do Reino de Deus e de Sua glória”.

Outra meta é “a evangelização e o discipulado das pessoas em vulnerabilidade social, entendendo que necessitam de estratégias diferenciadas e, preferencialmente, aliadas ao cuidado das demais dimensões da vida, sem, contudo, configurar-se em troca de favores ou agredir a dignidade da pessoa, expondo-a ou constrangendo-a, pois a caridade é mandamento, expressão do amor divino e testemunha da presença de Deus na vida de quem a pratica”. O texto do pacto frisa que “a assistência social pontual ou sistemática e a evangelização e o discipulado dos extremamente pobres, como as pessoas em situação de rua, com deficiência, idosos, doentes crônicos, órfãos e desabrigados, deve fazer parte estratégica da vivência missional da igreja e expressão da ação de Deus na história por meio de Seu povo e marca de uma igreja consciente de seu chamado e sua função social”.

Um ponto em destaque também no projeto é a evangelização e o discipulado digitais. O pacto visa “a evangelizar e discipular por meio do desenvolvimento e utilização de programas, aplicativos, sites, canais, blogs, todas e quaisquer mídias sociais e possibilidades digitais, entendendo que a evangelização e o discipulado bíblico e pentecostal, uma vez adequados à linguagem da internet e das mídias sociais, serão de grande valia para alcançar vidas para Deus”. O texto ressalta que “grande parte da população brasileira se utiliza do meio virtual como fonte de informação e formação, e que, como igreja, devemos lançar mão de todos os meios e veículos de comunicação disponíveis em nosso tempo histórico”.

Ainda sobre esse ponto da evangelização e discipulado digitais, o pacto faz a ressalva de que “a evangelização digital se soma às demais estratégias, sem nenhum tipo de prejuízo, sendo tomado o devido zelo doutrinário e litúrgico para evitar distorções, excessos ou escândalos. De modo algum a utilização da internet e das redes sociais deverá substituir o relacionamento interpessoal e a busca pela comunhão entre os irmãos enquanto corpo de Cristo, tampouco afetar a liturgia assembleiana, mas, sim, alargar as possibilidades de apresentar a salvação a uma crescente parcela do povo brasileiro, atraindo-os para os braços do Pai e para a comunhão com sua igreja”.

Por fim, o pacto fala sobre “educação, liderança e impacto social como alvos”. O projeto propõe “evangelizar e discipular por meio da educação e da formação de lideranças à luz da Bíblia, entendendo que ambas são constitutivas da cosmovisão cristã perdida por grande parcela da sociedade brasileira, que, mesmo tendo mais de 86% de sua população autodeclarando-se cristã, é fortemente marcada pelo humanismo, pelo cientificismo, pela estética, pelos meios de comunicação e mídias, e por discursos e práticas contrárias aos valores do Reino de Deus, e que carecem ser restabelecidos para que haja uma transformação social duradoura, que vá além dos indicativos de desenvolvimento humano e atinja o cerne da existência de cada indivíduo – o seu relacionamento com o Criador”.

O pacto conclui afirmando que, “como igreja, devemos intensificar nossos esforços na criação e gestão de escolas e de universidades, na formação e especialização de professores e na mentoria de líderes em atuação e líderes em potencial, no campo das ciências humanas, exatas, biológicas, da educação, sociais, médicas, agrárias, ambientais, da computação, da saúde, da terra, espaciais, jurídicas, da comunicação, da linguagem, da arte e do esporte. Formar e influenciar os novos líderes contribui para o fortalecimento e continuidade da missão da Igreja de modo mais eficaz, capaz de enfrentar os desafios característicos da hipermodernidade, de ser cada vez mais relevante e de influenciar a sociedade”.

Metas mundiais do “MM33”

Como divulgado na edição passada do jornal Mensageiro da Paz, a Comissão de Missões da Associação Mundial das Assembleias de Deus, atualmente com 105 países filiados e composta por 114 diretores de missões, realizou nos dias 15 a 20 de maio uma cúpula onde reuniu 146 líderes de missões das ADs de 71 nações em Alexandria, no estado de Minnesota (EUA). As Assembleias de Deus brasileiras estiveram representadas pela Secretaria Nacional de Missões (Senami) da CGADB, nas pessoas do seu secretário-executivo, o pastor Saulo Gregório, e do seu secretário de planejamento, o pastor Zedequias Trajano.

O encontro aconteceu no acampamento pertencente às Assembleias de Deus do Distrito de Minnesota e surgiu de um desejo no coração do atual presidente da Associação Mundial das Assembleias de Deus, pastor Brad Walz, também presidente da Rede de Missões da América Latina e da Comissão de Missões, que ansiava por reunir em um só lugar o maior número de líderes de missões das ADs no mundo. Ao longo do evento, entre as decisões tomadas, foi deliberado o lançamento oficial do “Projeto MM33”, que visa abranger os povos ainda não alcançados até o ano de 2033.

O projeto se chama “MM33”, pois seu lema é “His Mandate, Our Mission”, isto é, “Seu Mandato, Nossa Missão”, com os dois “M” referentes às palavras Mandato e Missão; e o número 33 em alusão ao ano de 2033, prazo estabelecido para se alcançar as metas aprovadas. E por que o ano de 2033? Segundo os organizadores do projeto, porque é o ano do aniversário de 2000 anos da ressurreição de Cristo e do derramamento inicial do Espírito Santo sobre a Igreja nascente, ocorrido no Dia de Pentecostes, conforme relatado no capítulo 2 do livro de Atos dos Apóstolos.

Na ocasião do lançamento do MM33 – que é uma espécie de nova “Década da Colheita”, mas com metas ainda mais arrojadas do que as daquela época (até pelo tamanho atual da AD no mundo, muito maior do que 33 anos atrás) – houve um consenso das 71 nações representadas em assinar um pacto de intenção de cooperação mútua com a finalidade de trabalhar para alcançar todos os povos da Terra com a mensagem do Evangelho. As Assembleias de Deus se encontram hoje em 144 dos 193 países do mundo. O próximo encontro dos representantes de Missões das ADs no mundo deverá ocorrer em 2025.

Na célebre campanha “Década da Colheita”, as Assembleias de Deus no mundo saíram, do ano de 1990 ao ano 2000, de 148.444 igrejas plantadas para 222.519 igrejas plantadas, um crescimento de 67%; e de 23.774.727 fiéis para 38.229.263, um crescimento de 62%. Os dados são da Associação Mundial das Assembleias de Deus. Hoje, estima-se que haja 384 mil igrejas plantadas pela Assembleia de Deus no mundo, com um total de 58 milhões de fiéis, o que representa um crescimento, nos últimos 23 anos, de 74% e 52% respectivamente, o que significa uma porcentagem anual de crescimento muito menor do que a apresentada na última década do século 20.

Tendo em vista esses números nos últimos 33 anos, as metas do MM33 são: (1) alcançar um milhão de novas igrejas plantadas até 2033; e (2) alcançar novos países. Um milhão de novas igrejas plantadas representaria um crescimento das ADs no mundo de quase 200% em apenas dez anos.

Um dado importante é que, não obstante a diminuição da porcentagem de crescimento da denominação nas duas últimas décadas, a Assembleia de Deus está entre as denominações que mais crescem no mundo. Porém, isso não deve levar à comodidade. Há muito ainda a ser alcançado. A Vinda de Jesus se aproxima e cabe a nós, agentes da Igreja do Senhor Jesus na Terra, fazer a nossa parte para levar o maior número possível de vidas para Cristo.

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