A manifestação da graça de Deus

A manifestação da graça de Deus

O apóstolo dos gentios escreveu: “A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tito 2.11). Que o leitor nos acompanhe com cuidado observando a explicação deste texto e os versículos seguintes.

Em primeiro lugar, aprendemos que graça é uma palavra grega (choris) e significa, entre outras coisas, favor concedido a alguém sem que este nada mereça. A salvação também é chamada do dom em Efésios 2.8; no grego, doron significa oferta de um presente. Portanto, a única coisa que o ser humano pode fazer é, por fé, estender a mão e receber essa bondade salvadora de Deus e nada mais.

Em segundo lugar, aprendemos que este favor divino pode ser alcançado por qualquer pecador: branco, negro ou asiático; rico ou pobre; culto ou inculto. Todos precisam dessa graça e podem alcançá-la pela fé em Cristo, pois está escrito que essa graça se manifestou a “todos os homens” (Tito 2.11b). Quando entre homens, o Senhor Jesus dissera: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos” (Mateus 11.28).

Em terceiro lugar, aprendemos que essa graça é atuante em nossas vidas não somente fazendo-nos crer, mas também é educadora, pois diz-nos o texto que a graça nos ensina (Tito 2.12). No grego, ensinar é paideuo e significa aquele que cria, educa, disciplina. A graça aqui está personificada como um mestre que nos instrui a viver em novidade de vida (Romanos 6.4). Assim sendo, quem recebe essa graça perdoadora e salvadora indubitavelmente receberá uma transformação, uma nova vida pautada pela ética e pela disciplina. Uma pseudograça que deixa a pessoa com a vida indisciplinada como era antes de recebê-la pode ser tudo menos a graça de Deus apresentada nas Sagradas Escrituras.

Em quarto lugar, aprendemos que essa graça nos dá poder para renunciar o mal, pois está escrito: “Renunciando a impiedade” (Tito 2.14). Desta forma, a graça de Deus tem o poder latente de fazer o ser humano aborrecer o pecado e lançá-lo fora de sua vida. Em muitos lugares hoje em dia, como nos dias do santo escritor Judas, muitos têm tornado a graça de Deus em dissolução (Judas v.4), ou seja, dizem que a graça de Deus é tão forte que o cristão pode viver uma vida dissoluta, pois a graça a tudo cobre. Esses são os neognósticos, que afirmam que o que importa é o coração e que o corpo é um parque de recreação que deve ser usado e abusado. Os tais são inspirados por Satanás, que sempre perverteu a Sagrada Escritura. É necessário renunciar a impiedade. Esse vocábulo no grego é asebeia e significa falta de respeito e de reverência a Deus, o que é muito comum nas farras, orgias, discursos blasfemos, gestos e ações obscenas que afrontam a Divina Majestade. Também é necessário renunciar as concupiscências mundanas, que se traduz por desejo, anseio pelo que é proibido.

Em quinto lugar, devemos viver no presente século – ou seja, neste mundo – não em conformidade com seus padrões (Romanos 12.2b), mas com três características tipicamente cristãs:

a) Sóbria (Tito 2.12b), que significa de forma sensata, com domínio próprio, prudência, equilíbrio, moderação. Isto se refere ao relacionamento do cristão consigo mesmo. Equilíbrio nas palavras, nos gestos, no vestir-se, nos penteados etc.

b) Justa (Tito 2.12b). Viver de forma justa fala do relacionamento do cristão com o seu próximo. Quem recebeu a graça não prejudica a ninguém, é bom pagador, bom vizinho, bom colega e dá a cada um o que lhe é devido (Romanos 13.7).

c) Piamente (Tito 2.12b). No grego é eusebeia; pessoa religiosa, voltada para as coisas de Deus, devota. Deste modo, uma vida piedosa é uma vida voltada à oração, à leitura da Palavra, à participação dos cultos divinos, à contribuição para a igreja, à atenção aos necessitados pelo amor a Deus.

Em sexto lugar, a graça produz no coração do salvo a esperança do mundo vindouro e a certeza de que reinará com Cristo. “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tito 2.13). Quem foi alcançado pela graça ama ao Senhor, seu salvador, e espera Sua vinda para levá-lo ao Reino da glória; vive na expectativa do Arrebatamento em santidade e dizendo: “Ora vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 21.20).

Esperamos na graça divina que estas linhas sejam ungidas pelo Espírito Santo e alcance vidas de fora e de dentro da igreja que ainda não receberam a verdadeira graça de Deus.

Soli Dei Gloriai!

por José Orisvaldo Nunes de Lima

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