O valor do respeito no casamento

O valor do respeito no casamento

O respeito é a base de toda e qualquer relação humana. Discordar disso é estar aberto para constantes conflitos, e muitos são os casamentos que chegam ao esfacelamento total pela falta desse requisito necessário para manutenção das relações conjugais e familiares. Antes de fazermos qualquer consideração acerca deste assunto deixe-nos trazer a definição do Dicionário Globo (1998, 50ª ed.) acerca da palavra “respeito”: “Ato ou efeito de respeitar; acatamento; importância; consideração. Respeitar: tratar com acatamento; [...] honrar; [...] ter em consideração”.

É natural que em nossa maneira de viver e no constante processo de convivência com os outros, desejemos nos sentir confortáveis. Mas, para que isso aconteça, é necessário haver uma consideração em relação ao outro. A relação conjugal é também estabelecida por essa virtude. E não é simplesmente um respeito em que só uma das partes é beneficiada. Ao contrário, o respeito deve partir de ambos.

Perguntei para alguém que questionava ferrenhamente sobre a atitude de amar ao próximo estabelecida por Jesus nos evangelhos: “O que é amar o próximo para você?”. Sem muitas palavras, em sua resposta, ele fez a importante associação do amor ao respeito: “Amar o próximo é respeitá-lo”. Quando fazemos esse tipo de associação, estamos mostrando que tanto o amor quanto o respeito são atitudes e não meramente palavras. João, escrevendo sobre o amor, disse: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 João 3.18). Não muito distante disso, o respeito como uma das bases que sustentam o amor deve acontecer não só em palavras, mas em ações.

Logo, se o respeito é uma atitude de amor, deixamos de amar quando desrespeitamos o nosso cônjuge. Na verdade, somos tendenciosos a usar o respeito para nos beneficiar em algumas situações que julgamos importantes e nos esquecemos que tão importante quanto é para nós, também o é para o nosso próximo.

Tente lembrar, neste momento, como era a sua atitude quando conheceu o seu cônjuge. No namoro, geralmente, nos comportamos muito bem: nos preparamos para encontrar o outro; planejamos muito as palavras para falar; tentamos não ser ríspidos - e, quando somos rispidos, pedimos desculpas -; não temos hábitos não higiênicos na frente do outro; ou seja, nos preocupamos ao máximo com o bem-estar do pretendente a casamento, revelando a consideração que temos em relação a ele(a). No casamento, isso não deve acabar. A intimidade que passamos a ter com o outro não denota a extinção do respeito. Ao contrário: nossas atitudes devem maximizar isso, pois à medida que considero o meu cônjuge agindo com respeito, o nosso amor se estabelece e aumenta. Todavia, se minhas praticas cotidianas desmerecem o meu cônjuge, a tendência é que a admiração também acabe. Quantos não eram admirados pelo parceiro(a) durante o namoro, mas, quando casaram, começaram a ser tratados com total desrespeito ao ponto de deixarem de ser admirados? Suas palavras passaram a ser ofensivas, suas ações passaram a ser constrangedoras, perdeu o senso de moralidade para com o outro. Todas essas ações acabam enfraquecendo o casamento e provocando até o divórcio.

Mas, permita-nos discutir algumas atitudes que consideramos inteiramente necessárias para a manutenção do respeito em sua relação conjugal.

Em primeiro lugar, converse, exponha suas insatisfações. Tente conversar com seu cônjuge sobre como se sente quando é tratado(a) sem o devido respeito. Muitos casais passam a vida toda insatisfeitos por não serem tratados com a devida consideração que merecem como cônjuges, isso quando suportam por muito tempo. Particularmente, entendo que nossas insatisfações devem ser expostas ao cônjuge. Afinal, ninguém é obrigado a conviver num ambiente em que as pessoas que fazem parte dele não nos respeitam. Você pode com toda razão argumentar: “Mas ele(a) não me ouve”. Neste ponto, preciso esclarecer dois passos importantes: primeiro, você se comporta exatamente como deseja que seu parceiro(a) se comportasse? Geralmente exigimos de nosso cônjuge aquilo que nós mesmos não praticamos. Respeito requer também respeito, atenção também requer atenção, e assim por diante.

Uma boa dica é aproveitar uma oportunidade favorável para chamar a atenção para pontos que você considera como falta de respeito. É bom não expor suas indignações em momentos de raiva ou discussões. Do contrário, não surtirá nenhum efeito positivo.

Às vezes algumas pessoas agem naturalmente e têm ações que aos seus próprios olhos não ofendem nem agridem o outro. Por isso, precisam ser despertados para determinadas atitudes.

Em segundo lugar, toda esposa espera um marido que a respeite. É triste quando ouvimos casos de esposas que são desrespeitadas pelos cônjuges. Mas há casos bem mais extremos, de homens que denigrem a imagem da sua esposa, muitas vezes publicamente. Quando um marido age dessa maneira, descumpre totalmente o juramento que fez no altar, de respeitar a sua esposa até que a morte os separe, além de descumprir também a Palavra de Deus, que exorta a amar a sua esposa como Cristo amou a Igreja (Efésios 5.25). O respeito está intrinsecamente ligado ao ato de considerar o outro, e muito mais que isso. Ele precisa ser demonstrado por meio de suas ações. Afinal, respeito é bom e todo mundo gosta.

Como você costuma tratar sua esposa? Hostilizando-a? Tratando-a como um objeto? Chamando-a por termos pejorativos? Agindo grosseiramente em sua presença? Pergunto-lhe ainda: Você, como igreja de Jesus Cristo, gostaria de ser tratado por Ele da mesma forma que, às vezes, costuma tratar sua esposa? Se você quer obter respeito de sua esposa, antes de tudo respeite-a.

Em terceiro lugar, todo esposo espera ser respeitado pela esposa. Não quero aqui em nenhum momento favorecer os homens, mas ressaltar a importância do respeito dentro do âmbito conjugal. O respeito é uma atitude que deve ser preservada em todas as relações humanas. Falando nisso, lembro-me que participei de um encerramento de uma campanha em que a pregadora, ao se referir ao marido, que também estava presente, o chamou de “babão” em um tom bem pejorativo diante de todo o povo ali reunido. Lamento, irmãos, mas não posso ver isso como uma atitude de respeito. Afinal, respeito é, dentre muitas definições, considerar o outro. O que achava do marido não precisava ser exposto para uma congregação com centenas de pessoas reunidas. Às vezes, algumas mulheres acham que o fato de seus maridos serem menos ativos em relação a elas – pois nós sabemos que existem mulheres que têm mais atitude que alguns homens – lhes dá o direito de desrespeitá-los seja na intimidade do casamento ou publicamente. Cá está um bom argumento para responder à famosa indagação sobre o que é ser submissa de acordo com a Bíblia Sagrada (Efésios 5.22). Respeitar o seu marido é um ato de submissão que é bem visto pelo nosso Deus.

No mais, sabemos que existem situações desconcertantes em muitos casamentos e não ignoramos isso. Se seu cônjuge não lhe ouve, persistindo em lhe desrespeitar com ações desonrosas, busque a Deus em oração. Como cristão - e neste momento falo por mim -, não acredito que o Senhor deseje para seus filhos atitudes humilhantes em um relacionamento que deve ser pautado no respeito e no amor mútuo. Que Ele nos ensine a respeitar mais o nosso cônjuge.

Por Edeilson Santos.

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