Novos rumos para a política israelense: a Pedra que ainda está disponível

Novos rumos para a política israelense: a Pedra que ainda está disponível

O parlamento israelense foi dissolvido na quinta-feira, dia 30 de junho, tendo assumido interinamente o cargo de primeiro-ministro o político Yair Lapid, até então ministro das Relações Exteriores de Israel. Com maioria de 92 votos dentre as 120 cadeiras do Knesset e sem qualquer voto contrário, findou-se rapidamente a era de Naftali Bennett, o homem agora conhecido pela tentativa de governar sem provocar conflitos.

O esforço de reunir, numa mesma coalizão, oito partidos de direita, esquerda e centro, chamando ao governo judeus ultranacionalistas e membros de minorias árabes, não resultou conforme esperado, e a ideia de fazer findar os 12 anos do antigo governo se revelou mais uma pausa do que um término.

A falência da coalizão política ficou clara no dia 6 de junho, quando a maioria do parlamento recusou aprovar a “Lei dos Colonos” , cuja renovação deve acontecer a cada cinco anos, tendo seu período de vigência com término previsto para 30 de junho deste ano. A Lei oferece proteção legal às colônias israelenses fixadas na Cisjordânia. Considerada pelo direito internacional um território palestino ocupado, a região poderia, sem a renovação desse dispositivo, se transformar no palco de disputas violentas. No entanto, os parlamentares árabes se recusaram a dar os votos que concederiam aos 475.000 colonos a manutenção dos mesmos direitos que hoje possuem os demais cidadãos israelenses. Surgido o impasse, pareceu bem ao agora ex-primeiro-ministro evitar os transtornos que a votação provocaria, apesar de sempre ter defendido o direito à existência das colônias. Dividido entre a fidelidade aos colonos e a pressão dos vários grupos da coalizão por ele formada, a solução encontrada por Bennett foi deixar o governo.

Para o analista político Aviv Bushinsky, “parte da direita em Israel considera que a presença de árabes israelenses no governo foi uma experiência interessante, mas que o preço a pagar no final era alto demais”. A mensagem de “unir” todos os setores da sociedade e de “evitar” as “questões espinhosas” que a dividem esbarrou no conflito árabes-judeus, gerando uma crise que tomou força nos distúrbios ocorridos na esplanada do Templo, ficou clara na tentativa de votação do dia 6 de junho e culminou com a falência parlamentar.

A dissolução do parlamento abriu caminho para a quinta eleição em quatro anos no país. A próxima está prevista para o primeiro dia de novembro, e espera ter Benjamin Netanyahu na disputa. “Eles prometeram mudanças, falaram em cura, realizaram um experimento – e o experimento falhou [...] Nós somos a única alternativa! Um governo forte, nacionalista e responsável”, disse Netanyahu, que segue sendo o candidato preferido pelo povo para novembro, sendo seu partido, o Likud, aquele que mais se tem destacado.

Estrategista e político experiente, Netanyahu (72 anos), por v árias vezes, denunciou o governo Bennett de contar com apoio de terroristas e de ter abandonado o “caráter judaico de Israel”. Também manifestou repúdio àqueles que preferiram se aliançar a grupos ideologicamente distintos apenas para fazer frente à sua candidatura. Ele reconhecia aspectos comuns entre os grupos, mas, igualmente, outros aspectos, incontornáveis, que os dividiam.

Se a nação de Israel pôde extrair preciosas lições de seus últimos acontecimentos na cena política, também nós podemos e devemos observar os alertas contidos não apenas nos eventos, mas nas posturas das pessoas neles envolvidas. Num trimestre em que nos dedicamos a estudar, no âmbito da Escola Bíblica Dominical, “os ataques contra a Igreja de Cristo”, chama a atenção o fato de que a fuga dos conflitos não resulta na solução dos mesmos. Bennett investiu nessa estratégia e, infelizmente, se frustrou e pagou o preço de sua renúncia.

Teria valido ao ex-premiê meditar na reação de um jovem judeu chamado Davi diante da afronta sofrida por seu povo através de um gigante filisteu denominado Golias. A Bíblia nos revela a prontidão, a coragem, o despojamento de armas que não fossem as suas e a escolha das armas disponibilizadas a ele por Deus. Lembremos que, apesar de ter recolhido do ribeiro um total de cinco pedras, o jovem filho de Jessé apenas fez uso de uma delas. Quatro seixos de ribeiro foram preteridos e permaneceram no alforje do pastor. Apenas um foi necessário, o que nos leva a pensar naquilo que deve ser preterido quando enfrentamos um desafio, quando somos chamados a pelejar por nosso povo e por Deus. Enquanto os ágeis dedos do jovem pastor percorriam as pedrinhas que jaziam no fundo do surrão, a pedra da dúvida foi desprezada – se vacilarmos nas certezas de nosso chamado, do papel que ocupamos num enfrentamento, não poderemos ter a menor esperança de vitória. Igualmente deve ser deixada a pedra do medo, pois não há lugar para ele na peleja. Bom será que evitemos totalmente a pedra da vaidade, que nos faria menosprezar o tamanho ou a força do adversário e, de maneira definitiva, deve ser rejeitada a pedra da possibilidade da conciliação com o mal – com ela, uma sensação de triunfo pode nos enganar por algum tempo, mas esse tempo logo se revelará curto, e o fim da conciliação, vergonhoso. Quando as intenções dos corações divergem, melhor é conhecer e enfrentar com coragem as diferenças, buscando soluções, e não apenas fazer de conta que elas não existem, pois aflorarão quando os interesses distintos se revelarem. Bennett equivocou-se – tomou a pedra errada. Davi escolheu aquela que lhe garantiria a vitória – não foi uma postura pessoal ou arma específica; tratou-se, antes, de uma aliança. Davi evocou Seu aliado e avançou contra seu opositor no nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel. Nossas pelejas somente são vencidas nesse Nome. Ele está disponível para a Igreja, para árabes e para judeus, considerando que o Senhor determina as vitórias consoante Sua soberana vontade. Que Ele tenha misericórdia de Israel nessas novas eleições. Que Ele tenha misericórdia de nós diante das afrontas diárias do Inimigo de nossas almas, pois nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra inimigos espirituais, principados e potestades. À Pedra Perfeita, à Rocha de nossa salvação. Sem conciliação com o opositor, à vitória, em nome de Jesus.

Por Sara Alice Cavalcanti.

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