A Igreja e a expansão do Reino de Deus

A Igreja e a expansão do Reino de Deus

É certo que Cristo implantou o Reino: “O tempo está cumprido e é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Marcos 1.15). Com Jesus, o Reino de Deus está entre os homens. Ele organiza um movimento que visa divulgar o Reino. Primeiro, envolvendo os doze. Depois, em uma segunda etapa, envolvendo setenta (Lucas 10.1). Em uma última etapa, o envio não é mais de um grupo, mas de toda a comunidade, que é tipificada pelos onze com o “ide e fazei discípulos de todas as nações”, que convencionamos chamar de Grande Comissão.

A Missão hoje não é apenas de um grupo, mas de todo o povo que professa o nome de Jesus como o Salvador. Isso significa que a Igreja é a comunidade que proclama ao mundo que o Reino chegou na pessoa de Jesus, e isso faz da Igreja uma comunidade essencialmente missionária. Proclamar Jesus Cristo ao mundo faz parte da sua razão de existir.

Nós somos a Igreja de Jesus Cristo. Somos os continuadores daqueles tempos apostólicos. Da mesma forma que Jesus enviou aquela pequena comunidade a dar testemunho dEle, nós somos chamados a continuar testemunhando a chegada do Reino de Deus em Jesus, dar testemunho até os confins da terra. Logo, o Evangelho não é propriedade de uma cultura ou etnia: ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nEle crer (Romanos 1.16). Deus é para todos: “Na verdade, reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e prática o que é justo” (Atos 10.34,35).

Deus fez um pacto com os homens, acabando com a separação entre judeus e gentios. Na ótica de Deus, não existe um ou dois povos, no que diz respeito à preferência, mas apenas um povo: a Igreja. “Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade” (Efésios 2.14). Com esse novo pacto, Deus criou um mundo novo com novas pessoas em Jesus (2 Coríntios 5.17).

Deus está reconstruindo o mundo por meio de Cristo e da Sua Igreja. Um dia, o projeto será concluído: “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5). Por enquanto, compete-nos trabalhar olhando para esse fim, já determinado por Deus. Nesse sentido, a Igreja é a construtora de uma nova sociedade, brilhantemente descrita: por Paulo na sua Carta aos Efésios. Essa nova sociedade é construída no poder do Espírito Santo.

Sendo assim, em um mundo como o nosso, a missão da Igreja é convidar o mundo a depor as suas armas, ele que vive em rebelião contra Deus (Salmos 2). A humanidade vive em pecado, em espírito de rebelião contra Deus, e a Igreja chama o mundo à mudança.

Precisamos levantar os nossos olhos. Se compreendermos a nossa missão como divulgadores do Reino de Deus, passaremos a cumprir a nossa vocação. É a missão da Igreja proclamar o Reino, anunciar o Rei, chamar as pessoas ao arrependimento em todos os lugares. Partidos políticos não podem fazer isso, governantes também não. O que o Evangelho pode fazer pelos homens nenhuma ideologia política ou filosofia humana pode. Só o Evangelho pode mudar a vida das pessoas. Nós o temos. Nós o professamos como verdade e como poder de Deus para a salvação. A Igreja de Cristo, somente ela, tem autoridade para pregar o Reino e o Rei o mundo.

Nossa oração é que você possa se engajar nessa obra, que possa vestir a camisa e trabalhar para anunciar Jesus, o Rei das nações. Disse Jesus “Assim como o Pai me enviou eu também vos envio” (João 20.21).

Missão é a consciência de ser enviado. A Igreja é um povo que se sente enviado ao mundo em nome de Deus, e nela cada pessoa se move a partir da mesma experiência. Missão é experiência de sentir-se chamado e enviado, é vocação e envio. Disso especialmente Jeremias nos fala de uma forma tão apaixonada: “Seduziste-me, Senhor...” (cf. Jeremias 20,7ss.). Jesus Se sente “o enviado do Pai”; e Paulo é o “apóstolo” por excelência (cf. Gálatas 1.15). João, ao transcrever as palavras de Jesus, nos brindou, talvez, com a melhor definição de missão: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio a vós" (João 20.21).

Da mesma forma que Jesus foi um “diakono” (veio para servir), Ele espera de nós a mesma disposição. Da mesma forma que Ele foi fiel à vontade do Pai, Ele espera que sejamos. Paulo, em Filipenses 2.5, nos exorta: “Tende o mesmo sentimento que houve também em Cristo”. Somos exortados a servir, a seguir o Mestre nas suas ações, na Sua diaconia.

É dessa experiência radical e transformadora que brota nossa espiritualidade. É o Espírito de Deus que se derrama como unção e em nós imprime os motivos de viver: a filiação (cf Gálatas 4.6) e a missão (cf. Lucas 4.16ss.). É o que nos distingue dos “filhos do diabo” (cf. Marcos 3.22-30), marcados pelo “espírito do mundo” (João 6.51): “Rogo-vos, pois, irmãos, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.1-2).

Nosso modelo é Cristo em sua perfeita união com o Pai e inteiramente entregue ao trabalho  de restaurar a obra de Deus. Jesus nos remete à Trindade como princípio e modelo de nossa vida e ação (cf. João 14.17). Nossa vida espiritual tem de transbordar em amor sem limites, como Deus, que ama tanto o mundo a ponto de entregar o Seu próprio Filho unigênito (cf. João 3.16). Na autêntica fé cristã, não há concorrência de dois amores. Se nos entregamos verdadeiramente a Deus, Ele, em sua perfeita bondade, nos devolve a nós mesmos e às outras pessoas (cf. 1 João 3.10; 4.7-5,4; Gálatas 5.14). O divino nos faz ser mais humanos, como aconteceu com Jesus. Dizem: “Jesus: somente sendo tão divino para ser tão humano”.

Nosso amor a Deus é maravilhosamente transformado pelo Espírito Santo em amor de Deus em nós. “Amor”, mais que o amor a Deus, é amor de Deus derramado em nossos corações, para que, por nós, as pessoas se sintam amadas por Sua criação, que geme e chora aguardando o momento da sua libertação (cf. Romanos 2.22).

Evangelizar é mais que falar sobre o Evangelho, é ser um sinal vivo das Boas Novas de salvação. É para isso que somos enviados ao mundo, para sermos ministros da reconciliação (cf. 2 Coríntios 5.18). A proclamação do Evangelho deve enfatizar, primeiramente, a oferta da graça chamando o homem para a conversão.

A tarefa da Igreja é demonstrar ao mundo os valores do Reino, ou seja, valores que estejam de acordo com os ensinamentos das Escrituras.

Por, Eduardo Leandro Alves.

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