A punição divina a um voluntário que tentou ajudar a não deixar cair a Arca da Aliança

A punição divina a um voluntário que tentou ajudar a não deixar cair a Arca da Aliança


Como entender a passagem bíblica na qual o sacerdote Uzá morre ao tentar segurar o objeto sagrado quando esse era levado a Jerusalém em um carro puxado e tombou (2 Samuel 6.6, 7)?

Na lei de Moisés, há orientação minuciosa de como cada atividade do Tabernáculo deveria ser realizada e sobre o manejo dos objetos sagrados. Os detalhes das instruções mostram a seriedade do cuidado com as coisas de Deus e a reverência que as pessoas deveriam ter ao lidar com elas.

O transporte da Arca da Aliança fazia parte dessas instruções mosaicas. Êxodo 25.10-16 e 37.1-5 descrevem com detalhes como deveria ser o formato da Arca e seus adornos. Argolas de ouro deveriam ser fundidas nos cantos para que os cabos pudessem passar por elas a fim de que a Arca fosse carregada pelos ombros (Números 7.9). Quando o arraial partisse de um lugar para outro, em Números 4.15, lemos que Arão e seus filhos cobriam o santuário e seus móveis e, então, os filhos de Coate os carregavam. Eles, no entanto, não deveriam tocar nesses objetos santos para que não morressem. Ou seja, sendo a Arca uma das peças sagradas, se fosse manuseada de maneira incorreta, levaria à morte.

Na história contada em 2 Samuel 6, Davi determinou que a Arca fosse trazida para Jerusalém. O evento era importante para a história do povo de Deus, pois simbolizava que a cidade não somente era o centro político, mas também viria a ser o centro religioso de Israel. A Arca tinha sido levada de Siló pelos filisteus depois da vitória sobre Israel; no entanto, a sua presença causou problemas e morte entre eles (1 Samuel 5; 6). Para se ter uma ideia, os homens de Bete-Semes morreram porque olharam para dentro da Arca (1 Samuel 6.19). Por isso, os filisteus estavam com medo e assustados e acharam por bem devolvê-la e, assim, a Arca ficou vinte anos em Quiriate-Jearim na casa de Abinadabe (1 Samuel 7.3) até que Davi decidiu levá-la para Jerusalém.

Essa decisão refletia a vontade de prestar o correto culto a Deus e colocar a Arca no lugar de adoração. É nesse contexto que acompanhamos os detalhes sobre a logística. Primeiro, lemos que colocaram a Arca numa carroça nova (2 Samuel 6.3), ou seja, podemos perceber o cuidado de transportá-la da melhor maneira. No entanto, isso era diferente da instrução que orientava que fosse carregada pelos ombros. Segundo, Uzá, um dos homens de Davi que estava encarregado do transporte, com boa intenção de impedir um acidente, tocou a Arca para que ela não caísse, e conforme previsto pela lei, morreu (2 Samuel 6.7).

Não é possível afirmar o quanto as pessoas conheciam sobre a lei de Moisés naquele período da história, mas é possível entender que a morte foi consequência da violação de uma ordem divina sobre como se deveria transportar e manusear a Arca da Aliança. Não  se  trata  de  analisar  se  as  intenções da pessoa eram boas ou más. Afinal, toda a história mostra a vontade de honrar a Deus, pois Davi queria colocar a Arca num lugar melhor, mas deixou de perceber a seriedade da obediência de como proceder em relação às coisas sagradas.

por Daniele Soares

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