Muito se tem falado, escrito e ensinado sobre família Existe uma grande preocupação e muito sentimento de responsabilidade sobre a estabilidade e segurança da família, inclusive sobre a do próprio líder. O problema mesmo não consiste na falta de instrução, mas, sim, na ausência de aplicação dela pelas famílias. Os ataques vêm de todas as direções, e o líder, além de preocupar-se com sua família, precisa preocupa-se com o instruir as outras famílias da igreja.
Buscar o equilíbrio entre à família e o ministério é, com
certeza, a prática mais sábia e prudente que um líder deve exercitar, se quiser
efetivamente vencer as pressões à que é submetido diuturnamente. O líder
precisa dar o exemplo. Ele deve ser o primeiro a “entrar na Arca”. A nossa
prática do dia-a-dia irá pavimentar a estrada que nossos filhos irão trilhar.
Se formos operários incautos e usarmos materiais sem qualidade, o caminho que
estaremos oferecendo a eles será escorregadio e tenebroso.
Noé, como líder, não só entrou na Arca (Gênesis 6,9; 7.72),
mas também “era justo diante de Deus naquela geração”. O que a Bíblia nos
ensina aqui é que o velho e fiel patriarca não só discursou, ele também deu o
exemplo para a sua família, por isso ela entrou na Arca com ele (Gênesis 7.7).
Noé sabia que, como líder da família, precisava conduzi-la com afeto, amor e
dedicação, além de prover-lhe a manutenção básica, víveres, educação e
proteção.
A família, no recôndito do lar, é a primeira escola
responsável pela formação do ser humano e da construção de seu caráter e de sua
cidadania. A família é uma espécie de laboratório da vida onde se desenvolvem
as mais variadas experiências que poderão construir ou dificultar o
relacionamento das pessoas com o mundo a sua volta. À ausência de uma educação
embasada em valores ético-cristãos comprometerá o desenvolvimento pleno do ser
humano, fazendo com que qualquer família, até mesmo à de um líder cristão, venha
a ser um referencial negativo para a igreja e a sociedade.
Percebe-se claramente que a ciência da responsabilidade que
possuem no desenvolvimento dos valores morais e espirituais dos filhos, porém
muitas vezes se deparam com a seguinte interrogação: “Como fazer isso de forma adequada?”
À maneira mais eficaz de ensinar e agregar valores aos
filhos é ensinando a Palavra de Deus como recurso, somando a isso o próprio
exemplo (Provérbios 22.6; 2 Timóteo 3.14,15), A Bíblia deve ser usada como
manual pleno de instrução e formação de valores (2 Timóteo 3.16,17). Quando se
fala das soluções pelo ensino da Palavra, para alguns pode parecer fácil; para
outros, parece difícil. Na realidade, é uma questão de disciplina. Se forem
estabelecidos e praticados no lar, os valores cristãos dificilmente serão
esquecidos, ignorados ou relegados a um plano inferior. As instruções do
“caminho” plasmados no coração do infante passam a fazer parte de uma espécie
de código genérico espiritual da personalidade do indivíduo. Olhando por esse
prisma, percebemos quão grande é a nossa responsabilidade como educadores e
como líderes cristãos nos dias atuais, onde o pecado sob as mais variadas
formas tem espaço gratuitamente nas escolas, na mídia secular e em tantos
outros ambientes.
Em função dos conceitos ditatoriais da nociva pós-modemidade
e dos perniciosos aptos televisivos, os pais têm encontrado forte resistência para
estabelecerem critérios seletivos na tentativa de filtrar a grade da maioria
dos canais de entretenimento. Na verdade, por mais fina que seja a peneira,
sempre haverá liberação de “resíduos tóxicos” à saúde moral, espiritual e
emocional da família cristã. Os ingredientes preferidos da telinha colorida – a
saber: a concupiscência da came (desejo anormal pelos bens, prazeres carnais e
apetites desordenados); a concupiscência dos olhos (desejo visual que não se
farta); e a soberba da vida (espírito de arrogância, orgulho, independência autossuficiente,
que não reconhece Deus como Senhor nem a Sua Palavra como suprema autoridade) –
não serão dominados e vencidos sem a Sabedoria de Deus e o exercício da Sua
Palavra, capitaneados pelos líderes das famílias (Salmos 101.3; Eclesiastes
1.8).
O culto doméstico, um dos maiores prejudicados pela
avalanche televisiva, deve ser visto e utilizado como o grande “antídoto” a
prevenir e até a “desintoxicar”, sarando e salvando nossas famílias dessa
ameaça iminente e desleal. O culto doméstico ocupa tempo e espaço coletivo,
incrementa o convívio familiar, promovendo a estabilidade do casamento, fortalecendo
o princípio da adoração ao Senhor sedimentando os nossos conceitos de vida
cristã exarados na Palavra de Deus (Deuteronômio 6.7). De nada adianta chorar o
“leite derramado” e reclamar da inércia da igreja atual, da falta de
espiritualidade dos nossos filhos e da falta de vocação ministerial entre os
jovens, se lhes negamos num passado recente um dos bens mais preciosos: o
ensino da Bíblia através do Culto Doméstico. Que tal estabelecemos agora, neste
momento, um ponto de partida para salvarmos esta geração?
Nem tudo está perdido, porém urge que trabalhemos hoje para
que tenhamos igrejas e famílias espiritualmente mais fortes na próxima década.
por Carlos Alberto dos Santos
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