O falso amor e o amor de Deus

O falso amor e o amor de Deus


Zygmum Bauman é considerado hoje um dos sociólogos mais influentes do mundo. Ele é professor emérito de sociologia na Universidade de Loeds, na Inglaterra, e na Universidade de Varsóvia, Polônia. Bauman publicou um livro interessante por título “Amor líquido — Sobre a fragilidade das relações humanas”.

A tese de Bauman é que vivemos em um mundo líquido que dispensa tudo que é sólido, durável, que não se ajuste ao uso instantâneo, nem permita facilmente a mudança. Ele destaca ainda uma outra característica da sociedade em que vivemos, que é a Filosofia do Aluguel e do Descartável ou Rotativo. Existem pessoas que não querem comprar mudar de bairro ou de cidade, basta rescindirem o contrato e mudarem. Outras vivem trocando de celular, de carro, de grupos, de famílias etc. Essa situação chegou ao ponto de algumas pessoas não se relacionarem por medo de serem abandonados ou feridos, por causa dessa inconstância generalizada. Tudo isso é projeção dessa sociedade “liquida”.

Percebemos com tudo isso que os relacionamentos duradouros, a fidelidade e longevidade ao lado de uma pessoa ou até mesmo a fidelidade e permanência numa instituição estão sob ataque, conforme a filosofia da sociedade atual. E você, como tem lidado com essa filosofia?

Martinho Lutero nos adverte que “o amor de Deus não se destina ao que vale a pena ser amado, mas cria o que vale à pena ser amado”. Essa frase de Lutero chama a atenção, pois essa sociedade de que falamos é do mercantilismo, do utilitarismo, do imediatismo, do consumismo. Firma-se no que vai render alguma coisa, ou seja, tudo que gera lucro vale a pena; o que não, é descartado, Mas, graças a Deus que o amor divino não mantém essa linha. Ele nos aceita sem valor nenhum, e nos faz portadores de um grande valor espiritual.

E a nós, o que resta? Bem, acredito que não devemos esperar pessoas melhores ou prontas, devemos caminhar com elas rumo à maturidade, visando descortinar suas visões limitadas e desfocadas. Lembrar também que o amor não é um caminho de satisfação, mas de transformação e realização. Quem casa para ser feliz começou errado, pois só somos felizes quando estamos dispostos a fazer o outro feliz.

O pastor batista Ed René Kivitz disse certa vez: *O amor líquido é uma falsificação do amor sólido. O Diabo não precisa semear o ódio, que a maioria rejeita; basta semear o amor líquido”. De forma suave e disfarçada, as artimanhas luciféricas estão sendo disseminadas e precisamos atentar para isso.

Carinne, Madame de Stael disse: “O amor é o símbolo da eternidade. Apaga todo o senso de tempo, destruindo toda a memória de um começo e todo temor de um fim”. É isso que Cristo veio fazer em nós para nós. Romper com o linear do tempo, nos fazendo desfrutar de gotas da eternidade já no tempo presente, já que Ele, Deus, é atemporal. Por mais que o homem trabalhe, nunca poderá obter o que Jesus conquistou por nós. Goethe disse: “O amor concede em um momento o que o trabalho não poderá obter em uma era”. Não se engane, o dinheiro não compra tudo. E no final o que vale é o amor sólido.

Por mais estranho que pareça, à arma mais forte contra a maldade humana não são as bombas nucleares, o poder dos ditadores, as estratégias mundiais de segurança, os complexos penitenciários, nem qualquer outra obra de engenharia altamente sofisticada, mas o Amor.

Roberte Browning expressa o seguinte: “O amor altera e enobrece as coisas”. Há ainda outra expressão: “Se queres ser amado, ama” (Ecato, fragmentos, 650 a.C.). Bastante obvio, mas, infelizmente, coisas óbvias estão perdendo o sentido numa sociedade complexa.

Diante de todas as nossas fraquezas humanas, uma grande alegria e esperança nos resta: “Não existe nada que você possa fazer para que Deus te ame mais, ou para que te ame menos”. Aprendemos que Deus sempre nos ama da maneira e quantidade certa, a melhor e maior, com toda a sua essência.

Lembremos do texto de Jeremias 31.3; “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atrai, o Amor de Deus é eterno; o Amor de Deus é sem reservas; o Amor de Deus não é interesseiro; o Amor de Deus não é egoísta.

João, na sua primeira carta, diz: "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro”, 1 João 4.19. Não há méritos em nós. Só amamos porque ele iniciou esse círculo amoroso.

Conta-se que certo menino havia feito um barquinho de papel, muito bem feitinho, reforçado, e fora brincar na água da chuva em frente à sua casa. Devido à correnteza que descia na sua rua, seu barquinho foi sendo levado, levado, até que entrou pelo bueiro, O menino triste correu para casa e comunicou a seu pai o ocorrido, o qual tentou lhe consolar, dizendo que poderia fazer outro e tudo passaria. No outro dia, pela manhã, fora passear com seu pai no centro da cidade e, passando na frente de uma loja de brinquedos daquela humilde cidade, olhou na vitrine e deu um grito: “É meu barquinho, pai!”. O pai perguntou se tinha certeza sobre essa afirmação e o menino falou que conhecia seu barquinho, pois havia sido ele mesmo que fizera. Sem demora, pediu ao pai que voltassem para casa para que pegasse suas economias. Fazendo isso, o menino retornou à loja. Chegando ali, pediu o barquinho. Perguntou o valor, tirou toda a sua economia e pagou pelo barquinho. E então, com o barquinho no colo de forma carinhosa, o menino disse: "Barquinho, agora você é duas vezes meu, primeira porque eu te fiz e segundo porque eu te comprei".

Essa história revelia à minha e à sua situação. Fomos criados por Deus, mas, certo dia, nos perdemos nos bueiros da vida, Porém, Jesus tomou todo o valor que tinha – sua vida – e veio para nos comprar. E hoje pode dizer que somos duas vezes dEle!

E você, pode dizer que é duas veres dEle? Se sim, agradeça. Se não, ore entregando a sua vida a Jesus hoje mesmo. Seja dEle por inteiro!

por Ivan Tadeu Panício Junior

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