Qual o significado das quatro cores que aparecem no Tabernáculo de Moisés?

Qual o significado das quatro cores que aparecem no Tabernáculo de Moisés?


A púrpura, o carmesim, o branco e o azul representam especificamente o quê?

Meu caro leitor, os quatro véus que cobrem as quatro colunas de entrada da tenda, por suas cores significativas, apontam para os quatro Evangelhos, pela ordem em que estes aparecem no Novo Testamento. Comparemos essas cores com os retratos de Jesus nos quatro evangelistas:

A púrpura. Esta cor era obtida de um molusco gastrópode da família dos muricídeos. Por ser um produto caro, era utilizada pelos reis e pelas pessoas ricas. Por relacionar-se com a realeza, a púrpura aponta para Mateus, que é o Evangelho do Rei. Mateus é o evangelista que mais enfatiza esse aspecto do caráter de Jesus. Quatorze vezes ele se refere a Jesus como Filho de Davi, o famoso rei cuja descendência Deus prometeu perpetuar no trono de Israel.

O Messias viria como Rei, conforme a profecia de Zacarias 9.9: “Eis aí o teu Rei”. Por isso Mateus registra a genealogia de Jesus, pois um Rei precisa provar a sua ascendência real.

O carmesim. Marcos relaciona-se com a cor carmesim, ou seja, com o sangue, que aponta para o servo sofredor, para o Messias na cruz, conforme a profecia de Isaías 42.1. Um servo não precisa de genealogia, por isso Marcos não trata da ascendência do Senhor.

Mateus focaliza a pessoa de Jesus do ponto de vista de sua realeza, e isto nos leva ao Lugar Santíssimo do Tabernáculo, onde Deus habitava sobre o Propiciatório, entre os querubins da glória. Marcos, por sua vez, já apresenta os traços de Jesus do ponto de vista da cruz, como servo sofredor, e isto nos leva ao altar de bronze, ou dos holocaustos. Percebemos esses pontos de vista claramente expressos em Mateus e Marcos, respectivamente.

Nos textos que tratam da Parábola do Semeador, a frutificação em Mateus é decrescente, enquanto em Marcos é crescente. Mateus diz a 100, a 60 e a 30 por um, e Marcos registra a 30, a 60 e a 100 por um, e isso conforme as três divisões do Tabernáculo: o Pátio, o Santuário e o Santo dos Santos.

Linho branco. Em Lucas temos o linho branco apontando para o homem perfeito, para o caráter justo de Jesus. Esse evangelista apresenta a pessoa do Salvador como o Filho do Homem. É o Evangelho do Filho do Homem.

E como todo homem perfeito, ilustre e nobre precisa de uma genealogia, o médico Lucas registra a ascendência de Jesus. O Senhor, em Lucas, cumpre a profecia de Zacarias 6.12: “Eis aqui o homem cujo nome é Renovo: ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do Senhor”.

Azul. Essa cor era obtida de mexilhões azul-celeste, molusco bivalve da família dos mitilídeos. Era um produto caríssimo pelo fato de a sua extração exigir a morte de milhares de mexilhões. Segundo os pesquisadores, uns duzentos anos antes de Cristo, um quilo de azul custava o equivalente hoje a 80 mil dólares, preço que subiu para o dobro por volta de 300 d.C.

Essa cor dos palácios reais e das mansões dos milionários indica sempre o Céu, ou aquilo que é celeste. João é o Evangelho do Filho de Deus. Jesus, como Deus, cumpre a profecia de Isaías 40.9.

Nota

Resposta extraída do livro 201 Respostas para o seu enriquecimento espiritual e cultural, do autor Abraão de Almeida, publicada pela CPAD.

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