Davi, a ociosidade e a perda da fé

Davi, a ociosidade e a perda da fé


Em 2 Samuel 12.1,2, a Bíblia relata que aquele momento era tempo de guerra, mas Davi ficou em casa, andando pelo que chamo aqui de “a varanda da ociosidade e do entretenimento”. Ele viu a esposa de Urias, um dos seus bravos soldados, então a cobiçou. A cobiça mata, destrói, arruína espiritual e fisicamente. Sim, era tempo de guerra! Estava ocorrendo um conflito armado, as forças militares de Israel se posicionavam contra a principal cidade dos descendentes de Amon, Rabá, localizada a aproximadamente 32 quilômetros a leste do Jordão. Era uma cidade situada nas montanhas de Judá, também conhecida como Cidade das Águas. O exército amonita foi abandonado pelas forças sírias, com as quais possuíam uma aliança, ficando sozinho no campo de batalha. Diante disso, decidiram se refugiar na cidade fortificada, conforme descrito em 2 Samuel 10.14.

Porém, Joabe, o comandante do exército de Davi, cercou Rabá, esperando que os suprimentos eventualmente acabassem para então atacar a cidade. Enquanto o exército e todo o povo de Israel estavam reunidos no campo de batalha, Davi permanecia tranquilo na residência real em Jerusalém. Enquanto os soldados estavam ocupados, Davi estava acomoda do, desfrutava de momentos de “descanso”, e era justamente isso que o inimigo buscava: soldado com mãos indolentes, desocupado. Enquanto Davi passeava pelo terraço da ociosidade e do entretenimento, os guerreiros se arriscavam no campo de batalha.

A palavra “passear” em hebraico é traduzida como “ócio, falta de propósito, de ocupação”. A mesma expressão de 2 Samuel 11.2, “andava passeando”, repete-se na fala de Satanás a Deus em Jó 1.7, “rodear a terra e passear por ela”. A missão do adversário é causar danos, agindo furtivamente.

Você já ouviu falar da expressão: “Mente ociosa é playground do mal?”. Bem, a mente do monarca estava bastante livre no terraço! Tenha muita atenção com o terraço da ociosidade e do entretenimento, o espaço virtual do lazer, das mídias sociais, aplicativos e conteúdos que distorcem, alteram, ocultam, mentem e prejudicam relações antes confiáveis. Cuidado para não perder a fé devido ao avanço tecnológico ou até mesmo para a tecnologia. O segredo é tirar tempo e não perder tempo. Cuidado para não ser emaranhado por essas “teias corrosivas, corrompidas” que o afastam da comunhão, da oração e do partir do pão.

O consumo exagerado das redes tem afastado cristãos de Cristo, da assembleia dos santos, dos cultos, das escolas bíblicas, do evangelismo, da Santa Ceia, aproximando-os da angústia, ansiedade, depressão, opressão, dentre outros problemas.

Cuidado! Guarde o que tens para não viver eternamente afastado de Deus, do Céu. Esforce-se para viver uma vida íntegra, reta, santa, longe das varandas que entretém, mas matam.

Lembre-se: você é escolhido e tem ocupação, possui responsabilidades e compromissos com o Senhor, sua família, sua comunidade religiosa e a sociedade em geral. Não se enclausure nesse casulo midiático e tecnológico. Não se perca em distrações mundanas, mas guarde a fé, pois temos importante missão a cumprir neste mundo e que não podemos subestimar, devendo sempre seguir fielmente os planos divinos estabelecidos para nós. “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15.16); “Levantai-vos, e ide-vos, porque este não é lugar de descanso” (Malaquias 2.10).

Em Apocalipse 3.7-11, vemos o registro da carta à Igreja de Filadélfia. Nela, Jesus apresenta a si como Deus soberano que faz o que faz e conhece todas as coisas. O escritor da Carta de Hebreus faz alusão a essa verdade, quando diz tudo e todos estão limitados ao alcance da visão do Eterno (Hebreus 4.13).

Deus incentiva a fé dos irmãos da congregação Filadélfia apresentando-lhes atitudes proativas do seu cotidiano em continuar amando reciprocamente, permanecendo fiel, anunciando a Palavra através da porta que Ele abriu, defendendo a fé, encorajados no caminho, independente das situações mais adversas. Precisamos também observar atentamente e pontuar que havia uma forte oposição dos judeus incrédulos, que se levantavam para acusar, reprimir, coagir e atrapalhar a fé altruísta dos fiéis. Mesmo assim, os irmãos continuavam perseverantes e otimistas na firme e inabalável esperança. Mas há uma recomendação digna e importantíssima para todos os que creem no sacrifício vicário de Jesus na cruz do Calvário e receberam de graça a salvação ofertada: “Guardem esse presente!”.

A fé é uma dádiva que nos aproximou e nos fez ter intimidade com Jesus. Ela abre portas, anima, fortalece, restaura, cria expectativas, dá força e vigor ao cansado, e gera a mais poderosa esperança que o homem pode ter na alma: um dia chegar às mansões celestiais. Jesus orienta a guardar a fé, agente motivador da força, da comunhão, consagração, oração e temor. “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6).

por Rui Amaral da Silva

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