José: fecundidade na terra da aflição

José: fecundidade na terra da aflição


Inicialmente, é bom entendermos que, muitas vezes, ao olharmos para dentro de nós mesmos, achamos que estamos passando por muitas lutas, talvez até mais que nossos irmãos. Isso é normal! Nossa visão nos diz que a nossa batalha é maior que todas as outras. Será? Vejamos a história de José.

José vivia numa família bastante heterogênea. Seu pai tinha duas mulheres e, por conta disso, ele tinha muitos irmãos. O pai dele o amava muito e não escondia isso de ninguém.

Aos 17 anos, José é vendido pelos seus irmãos como escravo para mercadores de perfumes, por causa dos ciúmes que eles sentiam, visto ser ele o preferido de seu pai. José, então, vai como escravo para o Egito. Potifar, movido por Deus, compra José e leva-o para sua casa, colocando-o como serviçal. Lá, ele passa anos servindo à família de Potifar, até que uma armadilha de sedução preparada pela mulher de seu senhor o leva à prisão.

José fica durante 13 anos perdido no Egito, até que, segundo lemos em Gênesis 41.46-52, tem a oportunidade de se apresentar a Faraó. Nessa época, ele já tinha 30 anos e, após interpretar o sonho do Faraó, consegue um lugar de destaque naquele governo. Até agora, você já conseguiu perceber Deus nesta história? Ele está à frente de todos estes acontecimentos. Continuemos, então.

José casa-se com a egípcia Asenate, tem dois filhos e cria um sistema sensacional para armazenamento de alimentos, a fim de que o povo não sofresse com a fome que estava para chegar, segundo o sonho do Faraó que ele havia interpretado. Como podemos perceber, José está integralmente mergulhado na cultura egípcia. Durante 13 anos, ele tomou o cálice amargo do desprezo e da perseguição numa terra estranha. Ele não pertencia àquele lugar! Era tratado como príncipe por seu pai, mas foi vendido como escravo pelos seus irmãos e levado a um lugar onde tudo era muito diferente daquilo a que ele estava acostumado. Não deve ter sido fácil passar por tudo que ele passou, mas nesta história não vemos o relato de que José murmurou. Em nenhum momento! Ele passou por escravidão, perseguição, traição e prisão, mas continuou crendo no seu Deus. Observe.

Antes de chegar à fome, José teve dois filhos e pôs seus nomes em hebraico: Manassés (“Faz esquecer”) e Efraim (“Aquele que multiplica”). Por que ele faria isso? Ele estava em terras egípcias, vivendo no modo egípcio, com sogro, esposa e chefe egípcios, mas o mais importante ele não esqueceu: o Senhor Todo Poderoso, que esteve e estava no controle de tudo quanto lhe acontecia. José sabia disso!

Precisamos entender que Deus estava preparando José para algo muito maior do que aquilo que ele pensava. Assim também é conosco. O nosso Deus permite que dificuldades atravessem nosso caminho para aprendermos a lidar com elas e saímos fortalecidos.

José estava no centro da vontade de Deus e por isso não sucumbiu, e quando chegou a hora de honrar o Senhor, ele o fez dando aos seus filhos nomes em hebraico, mostrando a todos que ele “era povo de Deus” e não havia se esquecido disso. José demonstrou com essa atitude que nunca deixou de confiar no Senhor.

Isso nos serve de exemplo: por maior que seja a nossa prova, o Senhor não nos deixou sozinhos e continua comandando tudo ao nosso redor. Precisamos sempre honrá-lO com nossas primícias, assim como fez José, que deu, tanto ao seu filho primogênito como ao segundo filho, nomes provenientes do povo de Deus, mostrando assim sua fé e esperança no Deus Vivo.

O Senhor está no trono e tudo o que nos acontece está escrito nos Seus desígnios e é segundo a Sua vontade. Glórias a Ele por isso! Observe a forma de Deus nos tratar:

1) Ele nos trata internamente. Cura nossas feridas internas, liberta-nos de laços familiares que impedem, muitas vezes, nossos passos. Leia o que nos diz o Senhor em Salmos 105.17-19 “Mandou perante eles um homem, José, que foi vendido por escravo; cujos pés apertaram com grilhões; foi posto em ferros; até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do SENHOR o provou”. Ter os pés em grilhões nos fala em dificuldades demasiadas, e ser posto a ferros é o mesmo que ser impedido de praticamente tudo. José estava no auge de sua provação!

2) Ele nos trata externamente. O lugar onde vivemos ou trabalhamos também é visitado pelo Senhor para que sejamos colocados no lugar que Ele quer e não que os homens querem! Quantas vezes nossa vida profissional dá uma guinada e paramos no lugar que não havíamos pensado ou que sequer sonhávamos em chegar?

Aceite o tratamento do Senhor! Não murmure, peça a Deus misericórdia e graça para passar pelas dificuldades. Elas não são maiores do que aquilo que você pode suportar! Na terra da aflição, Deus tem vitórias, milagres, alegria e crescimento para você! Espere que o milagre do Senhor está vindo em sua direção; e quando chegar, reconheça que foi Deus quem fez isso! Lembre-se do que Jó nos ensina: “Bem sei que tudo podes e nenhum de Seus planos podem ser frustrados” (Jó 42.2).

por Jaime Soares

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