A Escatologia Bíblica sempre esteve atrelada a importantes movimentações políticas. Isso é claramente perceptível já no texto do Antigo Testamento. O livro de Daniel apresenta quatro impérios representados na estátua revelada no sonho de Nabucodonosor, a saber: o babilônico, o medo e persa, o grego e o romano. Uma pedra cortada sem auxílio de mãos destrói a estátua ao atingir seus pés. A pedra é o Reino de Cristo que será estabelecido no Seu segundo advento. Jesus será o político por excelência que governará o mundo ao estabelecer a base de Seu governo em Jerusalém, e a Igreja governará com Cristo durante mil anos (Apocalipse 2.26,27; 20.4-6). Entretanto, antes do estabelecimento do governo de Cristo sobre a terra, a Igreja será arrebatada e o último governante mundial será revelado ao mundo.
A escatologia do texto de Daniel revela a configuração política
do fim dos tempos e o contexto em que os eventos finais se desdobrarão, o que
inclui a ascensão do Anticristo. Daniel revela alguns detalhes sobre o último
governo e seus aliados, que, somados à escatologia do povo Testamento revelada
por Cristo em Seu sermão escatológico, junto aos textos de Paulo e do Apocalipse
de João, nos ajudam a entendermos as últimas tendências políticas à luz de uma escatologia
sólida, sem sensacionalismos. Uma análise básica de alguns textos demonstra que
haverá uma coalizão de dez nações que se aliarão ao Anticristo (Daniel 7.7,8;
Apocalipse 17.7,12. Desde 1962, temos a junção econômica de dez nações que
também tratam de interesses políticos comuns, algo muito sugestivo,
considerando a profecia bíblica.
Em qual região geográfica possivelmente surgirá o Anticristo?
A revelação bíblica afirma que esse último líder político que governará o mundo
virá do povo que destruiu o templo no ano 70 d.C., isto é, os romanos (Daniel 9.26).
Considerando que Roma estava em sua forma imperial, tendo expandido suas
fronteiras para além da Itália, estabelecendo suas províncias aos arredores
onde hoje é a Europa, podemos dizer que é dessa região geográfica que esse
líder se manifestará ao mundo.
Ao identificarmos as características desse líder político e seu
governo, percebemos que o cenário político mundial atual está sendo preparado
para sua ascensão. Desde o retorno de Israel à sua terra em 1948, os conflitos
políticos e bélicos no seu entorno são constantes, e essa é uma condição necessária
a fim de que o homem da iniquidade seja revelado, pois é nesse contexto que ele
irá propor paz estabelecendo um acordo político entre Israel e seus vizinhos,
um feito inédito. À luz do dispensacionalismo clássico endossado por muitos escatólogos
da Assembleia de Deus do Brasil, o texto de Daniel 9.26 e Mateus 24.5-8 revelam
precisamente esses conflitos que presenciamos em nosso tempo. Por outro lado,
dentre esses dois textos supracitados, os dispensacionalistas revisados
entendem que as guerras de nosso tempo entre 4srael e seus vizinhos é o
cumprimento não da fala de Jesus em Mateus 24, mas, sim, de Daniel 9.
O último governante mundial não terá respeito a Deus ou qualquer
outra divindade (Daniel 11.37), embora isso ocorrerá pelo fato de que ele se
autodeclarará deus (2 Tessalonicenses 2.4; Apocalipse 13.14,15), ainda assim
podemos perceber uma forte tendência ateísta nesse governante e seus aliados. E
essa já é uma tendência em muitos países europeus e que sorrateiramente tem
chegado a nosso Brasil, pois muitos políticos têm se esforçado para tirarem as Bíblias
das escolas e de outros espaços públicos. Essa atitude anti-Deus tem crescido
com o incentivo de alguns líderes políticos por todo o mundo.
Paulo nos apresenta o Anticristo como o homem da iniquidade (ἄνθρωπος τῆς ἀνομίας
– (2 Tessalonicenses 2.3). Esse título revela uma importante característica
desse líder e seu governo. O grego ἀνομία
(anomia) tem o sentido de negar a lei ou a vontade de Deus revelada nas
Escrituras. Assim, fica nítido que esse governante será contra os princípios
éticos da Palavra de Deus. São é isso que vemos no cenário político atual? Políticos
influenciados por ideologias e planos de governo anti-Deus têm tentado estabelecer
leis que são contrárias ao padrão moral e comportamental revelado nas
Escrituras. 8uitos políticos de nossos dias têm se esmerado por legalizar o
pecado do homicídio ao legitimarem o aborto. Há um grande esforço a fim de
tornar o casamento de pessoas do mesmo seco como algo normal e proibir a Igreja
de se posicionar contra tais práticas pecaminosas.
Diante do atual contexto político onde uma batalha contra Deus
vem sendo travada através da formulação de leis que visam a impedir nossa
liberdade de culto, a Igreja tem que se posicionar, pois somos a luz do mundo. Contudo,
não devemos ficar alarmados, pois a escatologia bíblica já nos revela esses
fatos relativos ao fim dos tempos. Em um país democrático, cabe a nós
escolhermos bons representantes e orarmos ao Deus do céu, pois enquanto a Igreja
estiver nessa terra, haverá luz em meio às trevas.
por Juliano Fraga
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