Em Mateus 18.26-35, vemos um senhor – representando Jesus – condenando um servo que negligenciou misericórdia a outro semelhante. A salvação está intimamente ligada à concessão de compaixão ao próximo?
Em atenção a esta importante pergunta a respeito do texto de Mateus 18.26-35, trazemos aqui as seguintes considerações:
O texto mencionado tem como objetivo nos ensinar que o
perdão de Deus nos é liberado na medida em que nós perdoamos o nosso próximo.
Para aqueles que têm dificuldades em perdoar o seu irmão, lembramos a recomendação
do Senhor Jesus: “Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas
vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe
disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.21,22).
O perdão de Deus é sem prazo de validade.
No texto que estamos tratando, aquele credor estava agindo
de acordo com a justiça da lei, esquecendo que Cristo veio trazer a graça e o
perdão de Deus a todos os pecadores (Romanos 3.21-26). Sob a lei, as bênçãos
acompanhavam a obediência; a graça concede bênçãos como um dom gratuito de Deus
(Romanos 4.3-5; Efésios 2.8). “Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos
façam, fazei-lhes também vós...” (Mateus 7.12). Esta é a lei da reciprocidade.
Os versículos em questão nos ensinam que quem experimentou o
perdão e a misericórdia de Deus deve agir com misericórdia. Quem não sabe
perdoar mostra que ainda não experimentou o perdão, a misericórdia e o amor de
Deus (Mateus 18.33), uma vez que as ofensas que recebemos dos homens, por
piores que sejam, são como nada comparadas com as nossas ofensas contra Deus. O
apóstolo Paulo deixa bem claro como era a nossa situação antes de termos experimentado
o perdão, a graça e a misericórdia de Deus em Cristo quando diz: “Naquele
tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos
concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Efésios 2.12).
Portanto, o texto em pauta não é um ensino sobre alguém ganhar
ou perder a salvação, mas, sim, sobre a doutrina do perdão no meio do povo de
Deus. Fala também sobre as consequências que podem sofrer aqueles que procedem
de forma contrária ao ensino de Jesus na oração do Pai nosso quando diz:
“...perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”
(Mateus 6.12).
por Waldemar Pereira Paixão
Compartilhe este artigo. Obrigado.
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante