Como Nicolau de Mira acabou se tornando o “Papa i Noel”? Durante a Idade Média, como dissemos, ele foi canonizado pelas igrejas romanista e ortodoxa, se tornando “São Nicolau”. Após a Reforma Protestante, todos os países que aderiram a Reforma abandonaram o culto aos santos, inclusive, claro, o culto a São Nicolau. Apenas um país protestante manteve – mesmo que não em forma de culto – a memória de Nicolau, que foi a Holanda, onde ele era chamado de Sinterklaas, forma holandesa de “São Nicolau”.
Quando os colonos holandeses vieram aos Estados Unidos no século
17, fundando a cidade de Nova Amsterdã, atual Nova York, trouxeram essa cultura
para a América. Em inglês, Sinterklaas virou Santa Claus. Com o passar do
tempo, a figura do Papai Noel foi sendo criada, misturando contos pagãos
antigos com a figura bondosa de Nicolau de Mira. A figura inventada era a de um
velho bondoso que reunia o ideário de bondade de Nicolau d e Mira com alguns
antigos contos populares nórdicos de um ser mágico que compensava as crianças que
se comportavam bem durante o ano com presentes.
Os Estados Unidos foram os principais difusores dessa fusão.
Essa personagem tornou-se definitivamente popular nos Estados Unidos e no
Canadá no século 19 devido à influência do poema A Visit from St. Nicholas, de 1823,
que fala dele visitando uma casa na noite de Natal para dar presentes e com
roupa vermelha de inverno. Depois, o caricaturista e cartunista político Thomas
Nast produziu em desenho essa imagem do conto. Então, no início do século 20, a
Coca-Cola usou pela primeira vez essa imagem que temos do Papai Noel, em uma
grande campanha publicitária. Nela, Santa Claus era um homem corpulento, alegre,
de barba branca, geralmente com óculos, vestindo um casaco vermelho com gola e punhos
de pele branca, calças vermelhas, chapéu vermelho com pele branca e cinto e botas
de couro preto, carregando uma sacola cheia de presentes de Natal para as crianças,
e retratado rindo fazendo o som “Ho, ho, ho!”. Essa imagem foi mantida e
reforçada por meio de canções, rádio, televisão, livros infantis, tradições
familiares de Natal, filmes e publicidade.
Na Alemanha, ele ficou conhecido como Nikolaus; na Inglaterra,
de Father Christmas (“Papai Natal”); em Portugal, como Papai Natal. No Brasil,
se chama “Papai Noel” por influência francesa, já que a palavra Noël, em
francês, significa “Natal”.
Lamentavelmente, essa figura que mistura a história de um grande
cristão dos primeiros séculos com elementos pagãos e se tornou campanha
publicitária para vendas de produtos no Natal acabou tomando o lugar, em muitos
lugares e lares, da figura central do Natal: Jesus, que era o Senhor de Nicolau
de Mira e que não tem nada a ver com superstição pagã. O Natal não é Cristo!
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