A ética cristã normal e ortodoxa é uma forma de ética absoluta. Isso vale dizer que os princípios morais se alicerçam sobre padrões imutáveis, que não se alteram em face de situações ou de indivíduos. Em outras palavras, o certo sempre será certo, por ser um princípio fixo. Daí entendermos ser a ética absoluta, eminentemente teísta. Isso porque há um poder mais alto, e que é Deus quem estabelece as regras, sendo que tais regras encontram-se exaradas na Bíblia Sagrada. Depreende-se, então, que Deus, na revelação, diz o que é bom e o que é mau, o que é moral e o que é imoral. De conformidade com essa ideia, a ética é uma subdivisão da Teologia.
A revelação torna-se concreta e é preservada nas Escrituras Sagradas,
a Palavra de Deus. Os textos bíblicos, por sua vez, tornam-se autênticos
postulados da ética cristã. É possível, portanto, “solucionarmos problemas de ordem
moral recorrendo a textos de prova bíblicos”. Recorrer aos textos bíblicos não significa
que deixemos de raciocinar. Contudo, sabemos que a maior parte dos atos que praticamos
em nossa vida são louvados ou condenados pela Bíblia Sagrada, e não somente por
aquilo que os homens descobrem com suas experiências.
Jamais podemos falar sobre assuntos éticos apenas em termos negativos.
Há coisas que não devemos fazer. Porém, também há coisas que devemos fazer. O amor
é o maior de todos os princípios morais positivos, sendo o amor, igualmente, a
base ou solo no qual se desenvolvem todas as outras virtudes cristãs (Gálatas 5.22-23).
Trata-se de um princípio ainda maior do que os dons espirituais (1 Coríntios
12.31;13).
Não basta alguém ser bom. Também é mister que o crente pratique
o bem. Os vários aspectos do fruto do Espírito – o amor, a alegria, a paz, a
longanimidade, a gentileza, a bondade, a fé, a mansidão e o controle próprio – envolvem-nos
em atos positivos para benefício do próximo. O Espírito Santo cultiva esses
princípios em nós e, através deles, crescemos espiritualmente.
Nessa linha de raciocínio, a Bíblia empresta sua contribuição
à ética filosófica da seguinte forma:
a) Concede uma base teológica às nossas obrigações morais, em
termos de que temos obrigação de fazer a vontade de Deus, o Criador e Doador da
Lei;
b) Relata a relação da moral com o propósito de Deus na criação,
a quebra desse propósito provocada pelo pecado e a restauração que a graça de
Deus proporciona;
c) Ensina os princípios de justiça e amor, que descrevem o
caráter de Deus e devem caracterizar o nosso;
d) Revela a lei moral de Deus, ao estabelecer deveres em diversas
áreas da vida humana; retrata os Dez Mandamentos, que se manifesta ao longo de toda
a Escritura como preceito e exemplo;
e) Do amor de Deus e da gratidão pelas suas misericórdias
procedem a motivação e a dinâmica de toda a vida moral;
f) A Bíblia retrata os ideais e promessas do Reino de Deus, que
Cristo veio estabelecer primeiramente em nossos corações e vidas, e depois no
mundo.
por Wagner Tadeu dos Santos Gaby
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