Quatro verdades em Gênesis 46.1,2

Em Gênesis 46.1,2, temos algumas pepitas de ouro. A primeira verdade encontrada no texto é: “... e ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai Isaque” (v.1). Cabe a cada crente oferecer sacrifícios ao Senhor, seu Deus. As Escrituras nos expõem alguns sacrifícios que devem ser oferecidos, entre os quais estão: a) Sacrifícios de justiça: “Então te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então se oferecerão novilhos sobre o teu altar” (Salmos 51.19); b) Sacrifícios voluntários: “Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó SENHOR, porque é bom” (Salmos 54.6); c) Sacrifícios de louvor: “Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor, e invocarei o nome do SENHOR” (Salmos 116.17); d) Sacrifício de paz: “Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos” (Provérbios 7.14); e) Sacrifícios da beneficência e comunicação: “E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada” (Hebreus 13.16); f) Sacrifícios espirituais: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pedro 2.5); g) Sacrifício de júbilo: “... por isso oferecerei sacrifício de júbilo no seu tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao SENHOR” (Salmos 27.6); h) Sacrifício de gratidão: “Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do SENHOR vem a salvação” (Jonas 2.9); i) Sacrifício racional: “ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12.1); e j) Sacrifício financeiro: “Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que dá vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Filipenses 4.18).

Diante disso tudo, vemos que “os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51.17). Existem alguns sacrifícios que não podemos realizar, a saber: a) Sacrifícios de tolo: “GUARDA o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal” (Eclesiastes 5.1); b) Sacrifício da idolatria. “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Apocalipse 2.20); c) Sacrifício defeituoso: “Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos” (Malaquias 1.8).

A segunda verdade está no versículo 2: “E falou Deus a Israel...”. Vemos que o Senhor Deus se revela como o Deus que fala. As Escrituras apontam vários personagens a quem o Senhor se pronunciou, a saber: Noé e seus filhos (Gênesis 9.8); Abrão (Gênesis 17.3); Moisés (Êxodo 6.2); Arão (Levíticos 10.8); Josué (Josué 4.15); Davi (2 Samuel 2.1); Acabe (1 Reis 22.23); Jeú (2 Reis 15.12); os profetas (2 Reis 21.10); Manassés e ao seu povo (2 Crônica 33.10); Isaías (Isaías 20.2); Miquéias (Jeremias 26.18); Ezequiel (Ezequiel 3.24); ao peixe (Jonas 2.10) etc.

O Senhor nosso Deus fala da maneira que Ele quer ao Seu povo. Salmos 29.3-9 diz: “A voz do SENHOR ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o SENHOR está sobre as muitas águas. A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade. A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR quebra os cedros do Líbano. Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens. A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo. A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de Cades. A voz do SENHOR faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória”.

A terceira verdade está também no versículo 2, na expressão: “... em visões ...”. Aqui está claro que Deus é Deus das manifestações espirituais. Ele não apenas utiliza as visões, mais também os sonhos, os dons espirituais e tudo aquilo que Ele achar por bem de utilizar para direcionar Seu povo, as nações, as autoridades (Daniel 2.28) e as pessoas individualmente (Gênesis 46.2).

Alguns personagens bíblicos obtiveram experiência por meio da manifestação espiritual conhecida como visões, a saber: Ido (2 Crônicas 9.29); Zacarias (2 Crônicas 26.5); Ezequiel (Ezequiel 1.1); Daniel (Daniel 7.15) e Paulo (2 Coríntios 12.1). Ainda, temos uma profecia do profeta Joel (Joel 2.28) reafirmada pelo apóstolo Pedro (Atos 2.17).

A quarta verdade encontra-se ainda no versículo 2, nos vocábulos “...de noite...”. A noite é uma figura dos momentos difíceis e amargos que enfrentamos nesta terra. Contudo, disse Jesus: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16.33). Temos a plena consciência de que quando passarmos pelas aflições o Senhor nos livrará (Salmos 34.19), pois como foi revelado a Paulo que as “aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Romanos 8.18).

Ora, se temos aflições, teremos também consolação do Senhor (2 Coríntios 1.5,7). Os servos de Deus no passado passaram também pelas aflições, como: Davi (Salmos 132.1), Paulo (2 Coríntios 1.6; 6.4), a Igreja em Tessalônica (2 Tessalonicenses 1.4), Timóteo (2 Timóteo 1.8; 2.3), cristãos dispersos mencionados pelo apóstolo (1 Pedro 4.13) e o próprio Pedro (1 Pedro 5.1).

Nunca nos foi dada a garantia de que estando no Evangelho seríamos poupados de sofremos aflições, pois tenhamos a certeza de que “as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo” (1 Pedro 5.9)

por Silvio Vinicius Martins

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