Família é um projeto de Deus (Salmos 128) e o lar é onde tudo começa, onde os seus membros compartilham afetos e sentimentos. Para o casal, é a primeira experiência de administração conjunta do lar (Colossenses 3.18-23). Para os filhos, o “primeiro céu” ou “primeiro inferno”. É a primeira escola. O lar é o palco das manifestações da personalidade.
Com estas considerações iniciais e o texto de Provérbios
24.3, que diz “Com a sabedoria se edifica a casa e com inteligência ela se firma”,
reflitamos sobre o equilíbrio emocional da família, que passa pela maturidade
dos entes.
O que é equilíbrio emocional?
O equilíbrio emocional é a base para garantir o bem estar mental
físico e emocional. Inclui o equilíbrio entre a razão e a emoção. Razão como o
conjunto das faculdades intelectuais que distinguem o homem dos outros animais;
e emoção, um estado afetivo que se caracteriza por forte sentimento de prazer
ou desprazer, uma reação motora geralmente intensa e que adquire propriedades
motivacionais. Razão e emoção fazem parte da nossa vida. Estão entrelaçadas.
Entramos em equilíbrio por meio do controle emocional, que é
a habilidade de lidar com os próprios sentimentos, buscando adaptação, conforme
a situação, de maneira que consigamos expressá-los da melhor forma possível,
tanto para nós mesmos quanto para os demais membros da família.
Se você agir com razão excessiva, pode também agir por impulso,
gerando situações desconfortáveis. Às vezes, é muito difícil conseguir esse
controle para ser equilibrado, mas com a ajuda do Espírito Santo de Deus tudo
fica mais fácil (Filipenses 2.5 e 13; 1 Coríntios 16.14; Colossenses 4.5, 6; Romanos
8.14, 26 e 28).
Maturidade emocional
É a capacidade de expressar as emoções, usar recursos
emocionais para obter satisfação por coisas agradáveis. Ser capaz de amar e de
aceitar amor, de compreender situações, contrariedades, alegria e tristeza. É
um processo que tem início muito cedo na vida, quando você começa a reagir
diante dos fatos, desde a mais tenra idade. O amadurecimento não é necessariamente
determinado pela idade da pessoa. Há muita gente que permanece imatura a vida
inteira. Algumas pessoas podem ter grandes sucessos financeiros ou
profissionais e continuarem imaturos. O desenvolvimento emocional é conquistado
paulatinamente, mas pode ficar bloqueado em um ou mais aspectos ou estacionar
prematuramente. Isso ocorre, algumas vezes, quando as necessidades básicas da
pessoa não foram atendidas e a sua personalidade não se estruturou bem, o que
faz com que todo o esforço fique girando em torno da segurança, da proteção contra
a dor, o medo, a perda e as ameaças.
A busca do equilíbrio emocional faz parte de uma construção interna.
É pessoal. O equilíbrio se faz de dentro para fora, não de fora para dentro.
Para conseguir, a pessoa precisa de dedicação e força de vontade. Por sua vez,
a ausência de equilíbrio emocional leva a pessoa a paralisar diante dos
obstáculos ocorridos nas situações vividas, fragiliza, causa medo para os
próximos passos na caminhada da vida. Se você se permitir crescer, com certeza conseguirá!
O que mais eu posso fazer para conseguir o equilíbrio
emocional? 1) Conhecimento sobre si mesmo; olhar de forma generosa, sem medo,
para o seu interior, reconhecendo as suas qualidades e defeitos;
2) Administrar esse conhecimento com sabedoria;
3) A comunicação é fundamental.
Conflitos existem e existirão sempre! Eles podem ser
perfeitamente saudáveis para a construção intima do ser humano. A maneira como
você conduz os seus relacionamentos reflete o seu grau de maturidade emocional.
O perdão é um ingrediente indispensável na busca do
equilíbrio emocional. Ele é uma demonstração de força do caráter. É a expressão
do amor que toma iniciativa. Ele é o óleo dos relacionamentos. Por meio dele,
conseguimos paz interior, reconciliação e cura emocional.
Os seus filhos também refletirão o seu grau de maturidade
emocional nas suas atitudes, independente do temperamento de cada um deles, bem
como as suas estratégias para solução de problemas servirão de base para o seu
comportamento futuro. Educar os filhos é uma tarefa séria! É responsabilidade dos
pais e não da igreja.
É fundamental na orientação aos filhos que haja coerência
nas atitudes dos pais, ou seja, eles devem ter os mesmos objetivos para poderem
colocar limites bem definidos. Para que eles também desenvolvam maturidade emocional,
valorize sempre as capacidades e aptidões dos seus filhos, ensinando pelo
exemplo em tudo, principalmente na fé e nos valores. Discipline, sempre que for
necessário, com amor e firmeza. Você estará treinando seus filhos para a vida.
Dependendo do grau de maturidade emocional e das
expectativas que temos, podemos desenvolver tipos de relacionamentos distintos
com efeitos devastadores para o relacionamento familiar, trazendo muito
sofrimento ou propiciando alegria e possibilidade de crescimento na relação do
casal e da família.
Aprimorar aspectos da nossa personalidade, como sugere Sullivan,
é “um processo contínuo de adaptação”. Na Bíblia, “a vereda do justo é como a
luz da aurora que vai brilhando mais e mais ate ser dia perfeito” (Pv 4.18). Podemos
comparar a família como uma orquestra: cada instrumento tem as suas características
(metal, madeira, sopro etc.). Quando não há equilíbrio emocional na família,
cada um “toca” a sua melodia, às vezes com afinações diferentes. Não há harmonia.
Quando há equilíbrio emocional, todos podem ser afinados, tocar uma mesma
melodia, num mesmo ritmo. E lembremos sempre que há diferença entre a família
que serve a Deus e a que não serve (Ml 3.18).
por Sonia Pires Ramos
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