A missão da maternidade começa no momento em que a mulher decide ter um bebê e, a partir deste momento, nunca mais termina. Se a gravidez é marcada por enjoos, mudanças no corpo e inúmeras inseguranças, tudo compensa na hora em que o bebê nasce. A mãe, ao ver o rosto daquela tão esperada pessoinha, logo percebe que ela vai mudar o seu jeito de encarar a vida para sempre, e se sente realizada. A Bíblia Sagrada, em João 16.21, destaca esse momento, quando cita: “ A mulher que está dando à luz sente dores, porque chegou a sua hora; mas, quando o bebê nasce, ela esquece a angústia, por causa da alegria de ter nascido no mundo um menino” (NVI). Com o decorrer dos dias, vêm outros desafios comuns em relação aos bebês recém-nascidos, como cólicas, mamadas no meio da madrugada, inúmeras trocas de fraldas e assim por diante. Mesmo a mãe estando exausta, o sorriso daquela boquinha do bebê a enche de alegria. Diante de todos os desafios enfrentados, o sentimento de amor que a envolve consegue com êxito ir muito além do que imagina. É uma jornada de autoconhecimento na qual descobre sua força interior e a capacidade de, com equilíbrio e sabedoria, lidar com os desafios.
É com muita rapidez que essa fase de crescimento do bebê
passa. Quando menos se espera, chega a hora de ir para escola. Salmos 22.9 diz:
“Tu, porém, me tiraste a salvo do ventre de minha mãe e me deste segurança
quando ela ainda me amamentava”. O Senhor cuida dos bebês desde o ventre,
contudo a mãe tem uma missão dada por Deus que vai além da maternidade. Ela
precisa saber que está cuidando de uma herança que não lhe pertence, mas, sim,
ao Senhor. Vemos em Salmos 127.3: “Eis que os filhos são herança da parte do
Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão”. Deus os entregou para serem amados
e ensinados no Seu caminho; antes de serem nossos, eles são do Senhor. Não
temos o controle de todas as coisas, mas Deus, ao contrário de nós, é o grande
Maestro da nossa vida, coordenando, com perfeição, o tempo certo das coisas
aconte-cerem e a forma como elas devem ser realizadas na vida de nossos filhos.
Para que tudo caminhe de forma perfeita, necessitamos ser guiados por Ele em
sabedoria. Em Provérbios 16:16, está escrito: “É melhor obter sabedoria do que
ouro! É melhor obter entendimento do que prata!”.
Atualmente, a maioria das mães tem menos tempo para
dedicar-se aos filhos e isso é preocupante. Entre trabalho fora e em casa, especialmente
nas grandes cidades, as mães ficam até doze horas do dia distantes dos filhos.
Saem de manhã e voltam à noite, muitas quando o filho já dormiu. O resultado,
claro, são crianças tanto cuidadas quanto educadas por outros – sejam babás, empregadas,
professores, avós. Temos convicção de que a mãe, como ajudadora do lar em
muitas situações, precisa às vezes trabalhar fora. Porém, ela não pode esquecer
da responsabilidade que lhe foi dada por Deus que é a educação materna. Existe
uma máxima que diz: “Envie seus filhos a César e eles voltarão romanos”.
Num excelente artigo intitulado “Uma palavra aos pais”,
escrito em meados de 1920, o inglês A. W. Pink (1886-1952) registra quatro
princípios bíblicos para a educação dos filhos que são muito importantes porque
a tarefa que Deus confiou de educar a criança não é fácil, em especial nestes
dias excessivamente maus e para isso precisamos ter tempo para elas. No entanto,
pode-se obter a graça de Deus se a buscarmos com sinceridade e confiança. As
Escrituras Sagradas nos fornecem as regras pelas quais devemos viver e as promessas
das quais precisamos de nos apropriar.
O primeiro princípio é “Instruir os filhos no conhecimento
de sua Palavra”, como está escrito: “Instrua a criança no caminho em que deve andar,
e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22.6). A fé bíblica
demonstra uma grande preocupação com a transmissão das verdades de Deus de uma
geração para outra. O segundo princípio é “Ser um bom exemplo”, pois o ensino
proveniente apenas dos lábios provavelmente será ineficaz. Os filhos são
espertíssimos em detectar inconsistências e rejeitar a hipocrisia. Jesus Cristo
sabia da ineficiência da mera retórica; por isso, ao lavar os pés de Seus
discípulos, disse: “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz”
(Jo.13.15). Sobre isso, o teólogo protestante Albert Schweitzer (1875-1965)
escreveu: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a
única”. O terceiro princípio a ser observado é “Não hesitar em disciplinar”. O
próprio Deus revela essa disposição ao declarar: “Eu repreendo e disciplino a
quantos amo” (Ap 3.19). Contrariando o desregramento doméstico que tem sido
defendido e divulgado por alguns segmentos da sociedade contemporânea, a Bíblia
adverte quanto aos riscos de uma criação sem limites: “A vara da correção dá sabedoria,
mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe” (Pv 29.15). Por fim, o
quarto princípio é “Sempre orar pelos filhos”. Sem a súplica constante diante
de Deus em favor dos filhos, todos os demais esforços serão inúteis. Uma atmosfera
de oração deve permear o lar e ser respirada por todos os que nele habitam.
Precisamos estar sempre atentos e vigilante, como nos
orienta a Palavra de Deus. Há situações em que a mãe precisa se ausentar do lar
devido a situações financeiras. Nestes casos, deve ser investido um tempo de
qualidade. Uma pesquisa realizada com 1.605 crianças pela Universidade de
Toronto, no Canadá, mostrou que a qualidade da relação, e não a quantidade de tempo
que as mães passam com seus filhos, é o que conta mais, tanto em suas
conquistas acadêmicas quanto em seu comportamento, nos sentimentos e no
bem-estar futuro. Uma dica é: ao chegar em casa, esteja presente de verdade, ou
seja, esqueça o celular e a TV.
Por fim, em 1 Samuel, encontramos a história de Ana, mulher estéril,
mas cuja condição não a impediu de ter um filho. Ela nos traz um exemplo de
superação aos desafios. Uma virtude que nos chama a atenção é a sua fé e
perseverança. Ela era determinada. Mesmo em meio a um quadro adverso - por ser estéril
-, não desanimou e derramou toda a sua fé no Deus do impossível. Constatamos
sua gratidão e a firmeza das suas palavras depois de receber a bênção de Deus.
Ela compreendia que tudo dependia da vontade de Deus. E assim foi: Deus se
lembrou de Ana e ela engravidou (1Sm 1.19-20). O menino recebeu o nome de
Samuel, que significa: “Eu o pedi ao Senhor”. Ela dedicou a vida de Samuel ao Senhor.
O agradecimento também veio em forma de oração em 1 Samuel 2.1-10. Portanto,
precisamos seguir esse exemplo para termos filhos alicerçados na Palavra e na dependência
de Deus.
Bibliografia:
Bíblia Sagrada Almeida e Corrigida.
MAGDALENA, Fran Peres. Educar com Amor: os filhos que
deixamos para o mundo. Ed.Gente, 2016.
https://www.fratrum.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Uma_Palavra_aos_Pais-A.W.Pink_.pdf
por Rosilene Silva
Sousa
Compartilhe este
artigo. Obrigado.
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante