O capÃtulo nove do Livro de Atos dos Apóstolos narra para nós o inÃcio do ministério do apóstolo Paulo. Os textos a seguir nos mostram que a vida cristã tem fases. Se você parar para pensar em como tem sido a sua vida, desde o momento em que o EspÃrito Santo o convenceu e você passou a dizer “Agora eu sou um cristão”, verá que vem enfrentando fases desde o começo de sua caminhada com Deus. O que me preocupa é que o Diabo sabe que fases fazem parte do nosso processo de crescimento em Deus e tem feito com que muitos se tornem altamente sensÃveis, a ponto de viverem sua sensibilidade à flor da pele. Isso é preocupante porque um obreiro sensÃvel se magoa e se ressente por qualquer coisa, e é muito difÃcil lidar com pessoas assim no ministério.
Igreja é Igreja, residência é nosso refúgio secreto;
portanto, não podemos misturá-las. O que estou dizendo é que, em casa, não está
o pastor Jaime, mas o Jaime, marido da Luciene, que deixa a tampa do vaso
levantada e toma bronca da esposa. Digo isso porque há obreiros que querem
começar a fazer culto em casa sem que exista condições mÃnimas necessárias, como
um espaço fÃsico adequado. Em locais assim, a privacidade da famÃlia ficará
comprometida. Em situações como esta, é melhor que o obreiro providencie um
lugar à parte ou encaminhe os que ele vem tratando espiritualmente para a igreja
mais próxima. Porém, há os que se ressentem, por se sentirem privados de fazer
a Obra de Deus. Há também os que dizem “Eu queria cantar hoje e ele não deixou;
vou para outro campo onde reconheçam o meu ministério”. Situações como essas
são muito frequentes, quando, na verdade, nem deveriam existir.
Paulo nos ensina que o excesso de sensibilidade é um veneno mortal
ao ministério. Se ele fosse se ressentir do que precisou passar até ser aceito
como um verdadeiro discÃpulo, teria fundado o seu próprio ministério.
“E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é
o Filho de Deus” (v. 20). O que percebemos aqui é o primeiro amor e a
empolgação. Deus libertou, Deus transformou e logo saiu a pregar! Meu caro
leitor, eu desejo que você mantenha vivas a vibração, a empolgação e a chama do
primeiro amor. Depois da primeira fase, que é a empolgação, Deus tem outras. Observe:
“Ora, todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que
exterminava em Jerusalém os que invocavam o nome de Jesus e para aqui veio
precisamente com o fim de os levar amarrados aos principais sacerdotes?” (v.
21). A fase que vem imediatamente depois da empolgação é a fase da desconfiança.
Então, diga para você mesmo: Eu serei aprovado nesta fase! A desconfiança faz
parte do processo de Deus em nossa vida, e o apóstolo Paulo nos mostra que só existe
uma maneira de ser aprovado nesta fase: “Saulo, porém, mais e mais se
fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus
é o Cristo” (v. 22). Você pode sofrer a desconfiança de todos, você só não pode
perder a certeza de quem foi que te chamou. Paulo sabia que não era um
impostor, ele sabia quem havia falado com ele. Sobre esse aspecto, você precisa
ter a certeza de uma coisa: o que realmente vale não é o que dizem os que te
rejeitam, mas o que Deus disse a você. Vemos que, apesar da desconfiança, Paulo
seguia demonstrando que Jesus era o Cristo. Então, não podemos mudar a mensagem
por conveniência, mas manter a essência do que Deus nos confiou, pois ninguém é
chamado para agradar a homens, mas à quEle que o chamou.
“Decorridos muitos dias, os judeus deliberaram entre si
tirar-lhe a vida; porém o plano deles chegou ao conhecimento de Saulo. Dia e
noite guardavam também as portas, para o matarem” (vv. 23 e 24). Deus fez a
Obra, e os homens desejaram matá-la. O perigo de morte enfrentado por Paulo naquela
época pode ser representado hoje pela ameaça de morte moral à qual são expostos
muitos. São as difamações e as maquinações com o objetivo de derrubar ou de fazer
parar aquele que se dispõe à Obra. Porém, tudo chegará ao conhecimento daquele
que sofre tais coisas, como aconteceu com Paulo. Glória a Deus por isso!
“Mas os seus discÃpulos tomaram-no de noite e, colocando-o
num cesto, desceram-no pela muralha” (v. 25). Veja que sequência interessante:
manifestação do poder de Deus, empolgação, desconfiança; a prova aumentou até
se chegar à convicção e à firmeza da Palavra, quando, finalmente, Deus precisou
quebrar a reputação humana de Saulo. E esta é uma grande barreira colocada por
nós, pois chegamos à igreja com um histórico de vida e carregando nossa bagagem
cultural e social, razão pela qual Deus precisa nos moldar. No que diz respeito
a Saulo, Deus permitiu que sofresse até ameaça de morte para poder ser tratado.
Então, Saulo, que era um doutor na lei, cheio de conhecimento e sabedoria,
antes muito temido e poderoso, foi posto em um cesto e precisou ser amparado.
Ora, isto nos deixa claro que Deus quebra a reputação humana, para que a gloria
dEle apareça.
“Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discÃpulos;
todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discÃpulo” (v.26). Esta é
mais uma fase que precisava ser vencida por Paulo. Não potencialize situações semelhantes
a esta – aquelas em que todos se calam quando você se aproxima ou se dispersam
–, mas encare-as como uma fase que você também precisa vencer. Então, não se
sinta inferiorizado ao perceber o silêncio mediante a sua presença.
“Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes
como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco
pregara ousadamente em nome de Jesus” (v. 28). Se você for aprovado na fase da
rejeição, Deus providenciará um Barnabé para você. Porém, ele só chegará na
hora certa! Fique atento para não o desprezar. Sim, às vezes a pessoa está tão
amarga, por ter passado por todas essas lutas e fases, que despreza o Barnabé enviado
por Deus.
Resumindo, quando Deus quer nos entregar algo, nos permitirá
passar por fases. Cabe a nós passarmos por todas elas. A sensibilidade aflorada
é a primeira coisa que precisa ser tratada. Caso a pessoa não consiga vencê-la,
não chegará a lugar algum, pois aquele que serve precisa ter um costado duro,
como a carapaça de uma tartaruga. Pense nisto!
por Jaime Soares
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