Israel e Irã: relato de guerra e de salvação

Israel e Irã: relato de guerra e de salvação


A edição anterior do Mensageiro da Paz (maio 2024) trouxe  a  reportagem  intitulada “Ataque do Irã a Israel aumenta as tensões”, revelando a preocupação mundial com o aumento do conflito entre os dois países e detalhando o ataque ocorrido no dia 14 de abril, quando mais de 350 drones foram enviados desde o país árabe contra Israel. Somaram-se a eles os mísseis de longo alcance e as armas iemenitas e libanesas. A ajuda dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França e da Jordânia foram fundamentais para que cerca de 99% dos ataques fossem evitados. Mais uma vez, o “Iron Dome”, a cúpula de ferro, demonstrou sua eficácia protetora. O jornal prosseguiu discorrendo sobre o temor mundial envolvendo a possibilidade de uma Terceira Grande Guerra e abordou alguns aspectos escatológicos relacionados aos últimos acontecimentos. Recomendamos ao nosso querido leitor o acompanhamento e, se possível, o arquivamento de notas como as que nos foram disponibilizadas, pois são verdadeiros estudos, em tempo real, de uma Geopolítica lida sob a ótica cristã.

Também o informativo do ministério cristão Maoz Israel cuidou em relatar os fatos, dentro de uma visão histórica, esclarecendo dúvidas sobre o alinhamento das forças rivais a Israel, notadamente a partir do Líbano, com o gradativo enfraquecimento do exército nacional (outrora liderado por um cristão renascido), a ascensão do Hezbollah, a destruição da população cristã libanesa, o enfraquecimento da economia local, chegando ao inegável investimento iraniano e as instruções técnicas vindas da Coreia do Norte, que permitiram ao grupo terrorista a construção de uma rede de túneis superior em número e capacidade de trânsito aos túneis recém revelados ao mundo e construídos pelo Hamas, em Gaza. Nossos irmãos tiveram o cuidado em atrelar os dados históricos ao avanço religioso radical que conciliou as intenções de Yasser Arafat e dos aiatolás iranianos: a destruição de Israel, a destruição dos cristãos, o caminho do retorno e ascensão do Iman Oculto, figura mítica, desaparecida no século 9 e que esperam voltar, no fim dos tempos, juntamente com Jesus que, por fim, revelará que não fora crucificado, mas alguém semelhante a ele, e declarará sua fé ao Islã. O financiamento para projetos tão audaciosos contou com amplos recursos da administração Obama e, mais recentemente, da administração Biden, o que revela a duplicidade das ações norte-americanas em seu relacionamento com as nações do Oriente Médio.

Certamente, o melhor relato sobre os fatos do último abril são ouvidos desde o local do conflito. Chamou a atenção dos israelenses, por exemplo, mais do que a eficácia dos recursos tecnológicos para a proteção aérea, a maneira como seu país defendeu e protegeu os locais sagrados muçulmanos, colocados em risco pelos ataques daqueles que deveriam cuidar em preservá-los. Foi visível, desde o céu, o risco da trajetória dos mísseis em direção a mesquitas e seu desmantelamento em seguida, sob o mesmo pano de fundo celestial. Outro fator importante para a população foi o número de mensagens de paz enviadas pela população dos países ofensores. Frases do tipo: “Israel, amamos vocês” ou “O Irã não quer a guerra, quer a paz”, deixaram patente a falta de unanimidade no ódio e a existência de uma comunidade pacífica em oposição à postura de seus governantes.

Os conflitos entre nações não expressam a totalidade da postura de seus cidadãos. Pessoas que amam a paz, que amam a Deus e que amam Israel vivem nas regiões em conflito e passam por angústias e, por vezes, perseguições devido à sua maneira de pensar. Mesmo sendo de religiões distintas, isso não as torna radicais em seus pensamentos ou extremistas em suas ações. No entanto, é necessário lembrar que o Senhor trará Seu juízo sobre as nações – a Palavra de Deus não omite a contenda que o Governante Supremo tem com os povos, pois Sua justiça não Lhe permitirá esquecer o sangue derramado que desde a terra clama.

O profeta Ezequiel ilustra o quadro dos tempos finais e menciona alguns países cuja punição cedo se aproxima. Seus nomes são citados conforme o princípio da analogia bíblica – conservam os nomes mencionados no capítulo 10 de Gênesis, chamado pelos estudiosos de “índice das nações”. Precisamos ter isso em mente quando lemos sobre Tubal (designação do império russo), Gogue (expressão para cabeça ou imperador para os russos), Magogue (referência à terra de Gogue), Meseque (referência a Moscou). O escritor Heijkoop vê o reflexo dos antigos nomes nacionais no relato de Ezequiel capítulos 38 e 39: “Vemos aqui, pois, a Rússia com seus aliados nos últimos dias. São chamados aliados: persas, etíopes (em hebraico Cuxe) e líbios (descendentes de Pute). Cuxe e Pute são filhos de Cam, uma parte de cujos descendentes habita o Eufrates (Gênesis 10). Gômer é o progenitor dos Celtas. A casa de Togarma são os armênios. Estes são os países que se encontram submetidos a Gogue e ligados a ele”.

“E acontecerá, naquele dia, que terás imaginações no teu coração e conceberás um mau desígnio [...] a fim de tomar o despojo, e de arrebatar a presa, e tornar a tua mão contra as terras desertas que agora se habitam e contra o povo que se ajuntou dentre as nações, o qual tem gado e possessões e habita no meio da terra” (Êxodo 38.10,12). Lideradas pela Rússia, tomada por um ‘mau desígnio’, nações se ajuntarão contra o povo de Israel, povo reunido dentre os dispersos. “E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, com escudo e rodela, manejando todos a espada; persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo” (Ezequiel 38.2-6). Como vemos, o próprio Senhor atrairá a conjugação das tribos do Norte numa investida sem igual, pois determinou que os abaterá sobre as terras de Israel. Alguns dizem que serão atraídos por riquezas minerais, como os minérios de ferro, prata, chumbo, urânio, outros falam das jazidas de xisto. Há quem defenda que serão atraídos pela existência de brômio, potassa ou cloreto de magnésio. Outros falam da intenção religiosa, mas isso não explicaria a referência ao ‘despojo’ de que trata o profeta. Certamente trata-se de algo valioso e necessário, especialmente nos últimos dias. De qualquer maneira, a cobiça pode movê-los, mas quem os atrai para a destruição é o próprio Senhor: “Nos montes de Israel cairás, tu, e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, e às aves de toda a asa, e aos animais do campo, te darei por pasto” (Ezequiel 39.4).

A força da explanação não alcança o horror que aqueles dias trarão. Uma mortandade sem igual resultando numa imensidão de cadáveres – um banquete horripilante oferecido às aves dos céus – os mesmos céus que contemplaram as atrocidades cometidas pelos povos contra os quais o Eterno erguerá Sua mão. Mongólia, Líbia, Etiópia, Rússia, parte da Turquia, do Iraque e o atual Irã (considerando os limites do antigo império Persa e daquilo que se consolidou, por longo tempo, como as terras da Pérsia) – um ajuntamento atraído pela cobiça para uma guerra que não será travada por Israel. Exatamente, apesar do local determinado para a batalha, o contendedor não será o governo israelense, impotente diante da grande força de seus inimigos reunidos: “Porque chamarei Gogue a espada, sobre todos os meus montes, diz o Senhor Jeová; a espada de cada um se voltará contra seu irmão. E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele” (Ezequiel 38 – ler de 18 a 23).

Não apenas a guerra está anunciada, mas estão listados seus participantes, guardadas as dificuldades que o tempo e a alteração dos nomes nos trazem, seu deslocamento, seu poder bélico (inclusive a menção aos cavalos russos, até hoje uma característica de seu exército) e a maneira como o Senhor os vencerá. Por meio de brigas internas, através de enfermidade, de alterações climáticas e de cataclismas o Senhor pelejará, será engrandecido e conhecido ‘aos olhos de muitas nações’. Sugiro aos interessados a leitura de “Israel, Gogue e o Anticristo”, de nosso ilustre professor pastor Abraão de Almeida, livro editado pela CPAD e, porque fundamentado nas Escrituras, sempre atual.

A guerra Israel-Irã ocorrerá. Todos  os  nossos  esforços  pela  paz e o derramar de nossas almas em oração não poderão impedir o cumprimento da profecia. Mas, acautelemo-nos em dizer que se tratará de um conflito mundial, senão de um conflito envolvendo Israel e as forças do Norte somadas aos seus aliados. Os EUA, a Inglaterra, os emissários da ONU (se existir naquela data) não terão poder ou influência alguma para proteger o povo que habita em paz. O domo não conseguirá ser a proteção de que Israel necessitará, mas aquEle que está acima do domo da Terra e a tudo observa virá em auxílio de Seu povo.

Falamos de algo reservado ao futuro e que, certamente, incluirá o Irã. O que nos cabe, hoje, é manter em nossos corações a certeza de que há pessoas tementes a Deus em todas as nações envolvidas. Da mesma maneira, nem todo o que habita em Israel almeja a paz. O Eterno conhece a todos e sabe aqueles que O amam nas terras frias da Mongólia, na sequidão etíope, na belíssima Líbia, no coração das muitas matrioskas russas – da maior à menorzinha, e no Irã, cuja beleza cultural ainda erguerá ao trono de Deus os mais belos sons de suas canções – lá, na antiga Pérsia, a judia Hadassa, orou pela salvação de seu povo – suas orações não prescreveram.

por Sara Alice Cavalcanti

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