Ele também se declara de novo arrependido da Teologia da Prosperidade
Em maio, durante entrevista ao apresentador Stephen Strang, do podcast Strang Report, o célebre televangelista israelense-canadense Toufik Benedictus “Benny” Hinn citou dois principais arrependimentos em sua vida: sua defesa da Teologia da Prosperidade e algumas profecias que ele teria proferido de si mesmo.
Durante o diálogo, o pregador de 71 anos citou detalhes de
seu ministério, revelando logo o seu primeiro arrependimento: não ter interpretado
de maneira adequada a mensagem divina a ele dirigida ao anunciar palavras
proféticas aos demais fiéis. O entrevistado admitiu ter prejudicado outras pessoas
e sua reputação ao anunciar profecias imprecisas.
“Meus dois maiores arrependimentos em meu ministério de décadas
incluem promover profecias que eu admito que não eram precisas ou vindas do
Senhor, e a questão da Teologia da Prosperidade. Admito que não fui muito sábio
várias vezes com profecia”, disse Benny Hinn.
O pregador também admitiu que pessoas ligadas ao seu ministério
e que compartilhavam suas ideias também proferiram mensagens equivocadas e
supostas profecias nas suas cruzadas. “Tive convidados para as cruzadas que acho
que prejudicaram não só a vida das pessoas, mas também a minha reputação,
porque suas profecias não eram realmente profecias. Elas saíram das fronteiras da
redenção”, disse o polêmico evangelista.
Benny Hinn manifestou o seu constrangimento durante a
entrevista ao dizer que havia se enganado quanto a algumas revelações que havia
interpretado como tendo origem em Deus, mas eram produtos de sua mente. “Houve
momentos em que imaginei que o Senhor havia mostrado algo que na verdade não
estava me mostrando. E eu falei isso. Observamos em 1 Coríntios 13 que todos
profetizamos em parte. Isto significa que não vemos o quadro completo.
Infelizmente – e eu gostaria de poder voltar e consertar isso –, infelizmente, houve
algumas profecias que eu compartilhei que não eram precisas ou do Senhor. Mas,
quem é perfeito? E por isso, é claro, peço que as pessoas me perdoem”, disse
Hinn, que acrescentou: “Sou apenas humano e cometi erros assim. E provavelmente
poderei voltar a cometê-los, suponho, no futuro, porque não sou perfeito. Mas
você sabe, é triste quando as pessoas se concentram nas vezes que você perdeu.
Porém, isso é apenas, você sabe, do jeito que é”, disse ele.
O evangelista disse em seguida que o outro maior arrependimento
em seu ministério são os ensinamentos sobre a Teologia da Prosperidade, que ele
comunicou desde a década de 1980. Essa não é a primeira vez que Hinn declara
esse arrependimento. A primeira vez foi em 2019 e, na época, o jornal
Mensageiro da Paz repercutiu a declaração do polêmico pregador.
“Isso tem sido muito difícil para mim. Quando comecei no
ministério, era simples. E aí o ministério cresceu. [...] Acho que foi aí que meus
problemas começaram. Eu não culpo ninguém, mas infelizmente você fica em uma
posição difícil. Você não sabe o que fazer e como sair disso. Então, cheguei à
conclusão, em 2019 de que não queria mais fazer parte das manipulações disso
[da Teologia da Prosperidade], e ainda mantenho essa posição. Mas,
infelizmente, no passado, deixei a pressão me afetar e, por causa dessa
pressão, disse e fiz coisas que não deveria ter feito”, disse Hinn. “E por
isso, realmente, sinto muito, e peço às queridas pessoas que nos assistem que
realmente me perdoem por isso. E estou me esforçando de todo o coração para ser
o mais bíblico possível. Neste momento, meu foco é o Senhor e somente o Senhor”,
acrescentou.
Quanto à manutenção de seu ministério, Benny Hinn se dispôs a
levantar recursos de acordo com os reclames da Palavra de Deus. “E se, é claro,
houver o momento em que eu possa ter que levantar fundos para o nosso
ministério, eu o farei tão biblicamente quanto sei – e equilibrado”, diz.
Em setembro de 2019, quando o evangelista admitiu pela
primeira vez que seus ensinamentos sobre prosperidade “saíram do controle” e
“prejudicaram muitas pessoas”, ele afirmou que o seu ministério se concentraria
agora no evangelismo e no Evangelho, e não mais na teologia da “saúde e
riqueza”, que lhe rendeu no passado uma verdadeira fortuna. “Quanto tempo tenho
nesta Terra? O que vou fazer nos próximos 20 anos? Isso me cabe decidir. Quero
ter a certeza de que, nos próximos 15 a 20 anos da minha vida, a minha mensagem
seja a cruz. É o verdadeiro apelo à minha vida”, revelou na época.
De acordo com o evangelista, a prosperidade bíblica é apenas
“Deus abençoando Seu povo, cuidando de Seu povo”, e não ficar rico. Benny Hinn
também rebateu relatos sobre a sua riqueza, afirmando haver exageros. Ele negou
que tenha um patrimônio líquido de 60 milhões de dólares e aeronaves de uso
próprio. “Se eu tivesse esse tipo de dinheiro, eu o daria a Deus. É uma loucura
[...] isso é ridículo. Não sei como, mesmo, isso começou”.
O sobrinho do evangelista, Costi Hinn, que o criticou abertamente
anos atrás, sobretudo pelo seu ensino do “evangelho da prosperidade”, disse em
entrevista ao site Christian News que o arrependimento do tio é genuíno e não
apenas fruto de remorso, embora, no passado, ressalta ele, Benny Hinn já
houvesse expressado arrependimento por ensinamentos errados e retomado ao
antigo comportamento.
“O arrependimento genuíno, descrito na Bíblia, é sempre acompanhado
por ações que provam que é realmente arrependimento”, disse. Ele acrescentou
que verdadeiro arrependimento é aquele relatado sobre o publicano Zaqueu, um
cobrador de impostos que devolveu o dinheiro àqueles que ele havia enganado. O
corrupto cobrador abandonou a prática por amor a Jesus. “Jesus vai à sua casa
nesse dia e está disposto a participar de uma refeição com ele e mostrar-lhe
amor e graça apesar do seu passado e do seu pecado. Zaqueu manifestou a sua alegria,
animado para retribuir às pessoas, animado para fazer o que for preciso para
seguir Jesus e mostrar seu arrependimento genuíno por meio de suas ações”, exemplificou
Costi Hinn.
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